Relevância da aplicação do modelo CAPM
Por: Guilherme Freitas • 20/3/2017 • Resenha • 1.525 Palavras (7 Páginas) • 456 Visualizações
Título: Relevância da aplicação do modelo CAPM – Capital Asset Pricing Model – no Brasi
Aluno: Guilherme Gouvêa de Freitas
Disciplina: Administração Financeira: Decisões de Investimento Turma: AFIFEAD_T0116_0716
Introdução: apresente o que é o modelo CAPM – Capital Asset Pricing Model
O objetivo básico das Finanças Corporativas é a maximização da riqueza de seus acionistas. Para tal, existem diversos modelos de avaliação econômica visando quantificar riqueza gerada pelas empresas. Em sua pesquisa, Graham (2002) confirma que o modelo mais utilizado é a análise dos fluxos de caixa descontados a uma justa taxa que represente os riscos inerentes ao negócio. Essa taxa é conhecida como taxa mínima de atratividade ou custo de capital.
Segundo Assaf Neto (2008) o conhecimento correto do custo de capital é essencial para o processo de análise e tomada de decisões financeiras. Ele ainda acrescenta que o custo de capital é adotado como um método de medição de propostas de investimentos, ou seja, um critério correto de aceitação ou rejeição das decisões financeiras. Pode-se dizer que o custo do capital é um padrão válido de avaliação do desempenho financeiro das empresas direcionando ao objetivo de maximização da riqueza de seus proprietários.
O custo de capital de uma empresa é estabelecido pelas condições com que esta adquire seus recursos financeiros, sendo determinado por uma média ponderada do custo de do capital próprio (acionistas) e capital de terceiros (credores). Entende-se como capital de terceiros os recursos obtidos de fontes externas à empresa, geralmente representado como empréstimos, financiamentos e debêntures. Seu custo é expresso pelas taxas de juros pagas nos empréstimos e financiamentos ou no rendimento prometido na emissão de debêntures pela empresa. Leal (2002) reforça que o custo de capital de terceiros pode ser mais facilmente observado e estimado por meio de um estudo de caso do passivo da empresa juntamente com o custo do endividamento de empresas com classificação de risco similar.
O custo do capital próprio consiste no custo de oportunidade nos recursos advindos dos acionistas da empresa. Não existe uma regra única e generalizada para se determinar com exatidão o custo do capital dos acionistas. Este é determinado por meio de modelos presentes na literatura que tentam de alguma maneira estimar o custo de oportunidade dos recursos aplicados nas organizações incluindo todos os riscos inerentes ao negócio. Leal (2002) afirma que o custo do capital acionário envolve um processo de estimação subjetivo e com um número de fatores desconhecidos a priori. Segundo Graham (2002) o método mais usado para determinação do custo do capital próprio é o Capital Asset Pricing Model (CAPM).
Em sua formulação geral, o modelo CAPM presume que um investimento deve render no mínimo o mesmo que uma aplicação sem risco acrescido do prêmio pelo risco associado ao investimento em questão. Para estimar o custo de capital próprio, o modelo assume que o único fator de risco relevante a ser considerado é o risco de mercado refletido no setor. Dessa forma, o modelo pode ser representado pela expressão:
Re = Rf + β x (Rm – Rf)
Re: custo de capital próprio;
Rf: retorno do ativo livre de risco;
β: coeficiente beta, que mede a sensibilidade do valor do capital próprio ao valor da certeira de mercado;
Rm: retorno da carteira de mercado.
Segundo Bordeaux-Rego et. al (2009), considera-se um ativo sem risco aquele que não é passível de inadimplência por parte do emissor e cuja remuneração possa ser prevista com certeza, ou seja, permaneça inalterada no futuro. Em outras palavras, uma taxa livre de risco não pode revelar incerteza alguma de qualquer obrigação prevista no contrato de emissão do título.
O beta pode ser definido como a incerteza que não pode ser eliminada pela diversificação em relação aos retornos esperados. Este coeficiente indica a correlação entre a variação do preço de uma ação específica com a variação do preço de uma carteira geral de mercado diversificada.
Ao final, o fator (Rm – Rf) representa a remuneração adicional à taxa livre de risco de uma carteira diversificada e representativa do mercado.
Apresente as especificidades do mercado acionário brasileiro
Como todo modelo econômico, para o desenvolvimento do CAPM são definidas algumas hipóteses, as mais importantes citadas por Assaf Neto (2008):
1. Os investidores são indivíduos avessos ao risco e maximizam a utilidade esperada de sua riqueza ao fim de período.
2. Os investidores são tomadores de preço e têm expectativas homogêneas sobre os retornos dos ativos. Estes retornos assumem uma distribuição normal.
3. Existe um ativo livre de risco que os investidores podem tomar emprestado ou emprestar quantias ilimitadas à taxa livre de risco.
4. As quantidades de ativos são fixas. Além disso, todos os ativos são negociáveis e perfeitamente divisíveis.
5. Os mercados de ativos não possuem conflitos entre os agentes e as informações não têm custo e estão disponíveis para todos os investidores, ou seja, o mercado de ativos não possui assimetria de informação.
6. Não existem imperfeições de mercado como impostos, regulamentações ou restrições sobre venda a descoberto, ou seja, não possui custos de transação.
Na verdade, o CAPM é baseado em um mercado em equilibro, e como tal, todas as suposições aos mercados eficientes são incorporadas pelo modelo: informação perfeita; investidores racionais; mercado competitivos; custos de transação nulo (Varian, 2006).
A dificuldade em sua aplicação aumenta ainda mais quando se trata de adaptar o modelo CAPM para a realidade brasileira devido à inexistência de series históricas de retornos do mercado de capitais brasileiro com um período adequado, ao baixo volume de negociação dos ativos e outros problemas de natureza institucional e regulatória do mercado. Esse argumento é defendido por Assaf Neto (2008), Leal (2002), dentre outros.
Por tratar-se de uma metodologia concebida para aplicação em mercados estáveis, as conclusões favoráveis ao CAPM precisam, no entanto, ser reavaliadas em mercados
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