TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Resenha para disciplina de FES II

Por:   •  14/9/2017  •  Resenha  •  4.482 Palavras (18 Páginas)  •  356 Visualizações

Página 1 de 18

Universidade de São Paulo

Resenha para a disciplina Formação Econômica Social do Brasil II

Resumo do Texto Versiani & Versiani

  1. Introdução
  • Destaque inicial à interpretação de Celso Furtado que dava ênfase quase exclusiva ao desenvolvimento da produção manufatureira após 1930 em decorrência do declínio brusco da capacidade de importar. Era dada grande importância a I Guerra como fator de estímulo as primeiras indústrias
  • Outra visão ligada ao fato de o crescimento industrial ter se dado antes da I Guerra. A industrialização teria sido basicamente gerada pela atividade exportadora. A Guerra e Depressão interrompem o crescimento industrial.
  • Logo a visão tradicional vê um desenvolvimento voltado para fora, enquanto a revisionista vê as exportações como “motor de crescimento”
  • O artigo de Fishlow marca o inicio do revisionismo. Ele argumenta a favor da primeira Guerra, como na visão tradicional. Porém, se coloca contra a proteção tarifaria como fator causal, afirmando que o processo de substituição das importações tem inicio com o estimulo dado pelo câmbio baixo e na expansão do crédito.
  • O artigo procurará analisar a industrialização anterior a 1930 sem identificar simples “surtos” como aqueles que apontam o aumento da produção como na I Guerra e aumento da capacidade produtiva anterior à I Guerra. Isso evitaria uma visão limitada do processo. Para isso se analisará a indústria têxtil.
  • Outras considerações:

- Importância da proteção tarifaria para a industrialização.

- Encilhamento não teria a importância dada por Fishlow

- A I Guerra foi importante para a indústria têxtil pelo aumento da produção e dos lucros, com conseqüências positivas sobre a expansão posterior da capacidade produtiva

- Década 1921-30: Estagnação, mas aumento da capacidade produtiva.

  1. Surtos de produção vs. Surtos de Investimento  
  • O estudo se pauta por estudar o desenvolvimento da atividade têxtil. Onde no sistema agrário-exportador surgem condições para o desenvolvimento dessa atividade. Mas, por que se torna mais atraente o investimento na atividade têxtil do que na agricultura.
  • Há dois momentos que parecem prevalecer na análise: Aquele no qual há crescimento da produção, ligada à interpretação tradicional com este crescimento sendo dado na Depressão e I Guerra. Já outros dão importância aos períodos de expansão da produção.
  • A indústria têxtil mostra sinais nítidos de oposição entre fases de expansão da capacidade produtiva e períodos de aumento da produção.
  • As oscilações da taxa de câmbio foram certamente um dos principais fatores determinantes, marcando fases relativamente favoráveis ou desfavoráveis para os produtores nacionais. Há o efeito dessas variações sobre o importador que terá efeito contrario ao do produtor nacional
  • Logo, para o importador seria importante o investimento na produção interna, pois poderia importar mais barato em períodos de câmbio baixo e produzir internamente quando houvesse uma desvalorização da moeda
  1. O papel dos importadores  
  • Os importadores de tecidos aparecem efetivamente como investidores de peso no início do desenvolvimento da indústria têxtil. Segundo dados de Warren Dean, em São Paulo era grande a concentração de empresários que eram importadores.
  • Além das vantagens de conhecimento próximo do mercado consumidor e das redes de comercialização, os importadores contavam ainda com o acesso mais direto à fonte de crédito representada pelos bancos europeus, financiadores importantes do comércio importador.
  • O que se vê é uma grande diversificação das atividades dos proprietários das indústrias têxteis.
  • O fato de grupos industriais emergentes, nessa fase inicial, deixarem de assumir uma identidade própria, preferindo aliar-se em várias oportunidades à elite exportadora pode também estar ligado àquela autonomia incompleta do capital industrial.
  1. Investimento e produção antes da I Guerra
  • Há quatro períodos de maior concentração de investimentos na atividade têxtil.
  • A primeira fase é na década de 1840 e está ligada à reforma tarifária de 1844, com a facilidade de se importar equipamentos têxteis estabelecido em decreto.
  • O segundo é de 1870 a 1875.
  • A década de 1885 a 1895 foi um grande período de investimentos, tanto na abertura de fábricas, quanto na ampliação da capacidade produtiva. A década seguinte se mostrou com investimentos bem inferiores.
  • O período de 1905 até o início da I Guerra presenciou um aumento acelerado da capacidade produtiva.
  • Os estoques formados nesses períodos permitiam aos investidores tomar partido de fases subseqüentes de importações caras.
  • O que se observa é que nos períodos anteriores a esta expansão dos investimentos, se vê um avanço na produção o que poderia levar a um aumento de lucro, que seria utilizado no aumento posterior da capacidade produtiva.
  1. Oscilações de câmbio e tarifas
  • A hipótese da importância das oscilações cambiais no investimento têxtil parece receber confirmação dos dados históricos. Assim é que todos os períodos de intensificação de investimentos coincidiram com fases de cambio relativamente alto que se seguiram a períodos de câmbio em declínio. Há, também, essa relação na desvalorização cambial e fases de maior expansão da produção.
  • A imposição de tarifas era o meio do governo de aumentar suas receitas. Não se pode chamar essa política unicamente de protecionista, pois ia de em contra aos interesses da classe dominante, os agricultores. Porém havia um cunho protecionista nela que só foi usado com o apoio da classe dominante, pois se taxava as importações, o que recaia sobre toda a sociedade ao invés das exportações que recairia somente na lavoura.
  • A distinção entre os efeitos protecionistas da baixa do câmbio e da elevação das tarifas é, em todo caso, dificultada pelo fato de que as pressões pelo aumento dos direitos geralmente se davam em períodos de câmbio baixo.
  • Em parte a elevação das taxas era um subproduto da desvalorização da moeda nacional: sendo as tarifas especificas, e fixadas em mil-réis, diminuía a arrecadação em termos percentuais, criando a necessidade fiscal de aumentar os gravames. Algumas vezes essas tarifas se mantinham nos períodos de valorização da moeda.
  • Depois da reforma de 1900 se interrompe o movimento pendular das tarifas e ela se torna fixa, mostrando aumento de poder por parte dos industriais. Assim, a extraordinária expansão da capacidade produtiva nos anos que antecederam a I Guerra pôde se fazer a um câmbio estável e relativamente alto ao lado de uma barreira alfandegária de indubitável eficácia.  
  1. O Encilhamento

 

  • Com relação ao Encilhamento, Fishlow dá grande importância a esse período no processo de expansão da atividade têxtil. Porém, os dados disponíveis sugerem que tal expansão de capital se fez substancialmente à custa de incorporações de reservas e a conseqüente distribuição de bonificações, antes que por novas chamadas de capital.
  • É possível que a expansão do crédito no Encilhamento tenha favorecido a captação de recursos pelas empresas têxteis pré-estabelecidas, mas sua contribuição é marginal próxima ao reinvestimento de lucros.
  • Logo, o Encilhamento parece ter tido um impacto muito limitado no aumento da capacidade da indústria têxtil.

  1. A I Guerra e a década de 1920

  • Com relação a I Guerra temos a análise tradicional que a trata como grande impulsionadora da industrialização. A revisionista a vê como uma desaceleração na expansão da capacidade produtiva. Já Fishlow a vê como fator de grande lucratividade aos produtores internos, no que se refere aos grandes investimentos do pós-guerra.
  • Há evidencias que mostram que a I Guerra foi fator importante como tábua de salvação para muitas empresas que se encontravam endividadas no período anterior a ela, indo de encontro à idéia dos revisionistas de que a Guerra teriam interrompido a expansão crescimento industrial.
  • O investimento crescia em uma fase de crise de demanda, o que se mostra um paradoxo. Porém este é explicado pelo fato de as instalações produtivas serem mais eficientes, o que levava a uma redução de custos, levando a crise os produtores menos eficientes. Esse fator não é observado na indústria têxtil, por não existir uma grande diferenciação da qualidade do produto
  •  A década de 1920, com o decréscimo da produção têxtil a partir de 1922 (em decorrência, basicamente, da diminuição do efeito protecionista das tarifas, em face da alta dos preços internos), é considerado, geralmente, como um período inexpressivo em relação ao processo de industrialização.
  • A expansão da capacidade instalada na indústria têxtil nessa década teve importantes efeitos sobre a evolução da indústria nos anos de grande expansão da demanda após 1930;
  1. Conclusão
  • Tanto a visão dos choques adversos que associa o crescimento da indústria com as fases de crise na atividade exportadora, quanto à da complementaridade, que vê a industrialização como basicamente promovida pelo crescimento das exportações, se mostram incompletas, sendo uma dependente da outra.
  • A fase de substituição tem sua importância por levar os importadores que tratavam a indústria como atividade secundária, a encararem a produção interna como grande foco.
  •  A importância que as tarifas começaram a ter, sendo após a I Guerra ter se tornado fixa por pressão do grupo dos industriais.

Resumo do texto de Sergio Silva

...

Baixar como (para membros premium)  txt (30.2 Kb)   pdf (170.4 Kb)   docx (26 Kb)  
Continuar por mais 17 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com