Resumo Cap 5 - Desenvolvimento Latino -Americano
Por: guschmidt • 19/3/2016 • Trabalho acadêmico • 2.012 Palavras (9 Páginas) • 979 Visualizações
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ANA CAROLINA TOGNIN
LEONARDO MARQUES
SEMINÁRIO
DESENVOLVIMENTO LATINO-AMERICANO
FORMAÇÃO ECONÔMICA LATINO-AMERICANA
(CELSO FURTADO)
PIRACICABA
2016
CAP. 5 A REORIENTAÇÃO DA ECONOMIA INTERNACIONAL NO SECULO XX
No capítulo 5 de seu livro A Economia Latino Americana, Celso Furtado aborda a Reorientação da Economia Internacional no Século XX e divide-se em três subtítulos: A Fase de Expansão das Exportações, Novas Tendências da Economia Internacional e Significação para a América Latina da Crise de 1929. Abaixo, seguem detalhados cada um destes.
- A FASE DE EXPANSÃO DAS EXPORTAÇÕES
Furtado inicia afirmando que os trinta anos anteriores a Primeira Guerra Mundial constituíram um período de rápido desenvolvimento econômico e transformação social no conjunto da América Latina. O governo mexicano criou condições de penetração de capitais estrangeiros para a atividade mineira; o Chile passou a monopolizar as fontes de salitre; em decorrência da integração aos EUA, Cuba expandiu sua produção de açúcar; o café paulista e o fluxo migratório europeu geraram colapso na economia escravagista no Brasil; e finalmente, a Argentina, onde a economia e sociedade se transformavam pela grande onda migratória e a penetração de capitais estrangeiros.
Com relação aos três países de maior extensão, México, Brasil e Argentina, pode-se constatar a importância das transformações ocorridas. No que diz respeito à população, abaixo apresentam-se as mudanças.
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No México, a taxa média de crescimento anual do produto real per capita alcançou 3,1% e a produção petrolífera 7,2%. Já no Brasil as ferrovias passaram de 3,4 para 21,3 quilômetros.
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Contudo, foi na Argentina que as transformações alcançaram maior significação neste período. A rede ferroviária passou de 12,7 para 31,1 mil quilômetros, as exportações de cereais passaram de 1,038 para 5,294 milhões de toneladas e as de carnes congeladas de 27 para 376 mil toneladas.
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Deste modo, analisando a América Latina em geral, em 1913, sua participação nas exportações mundiais de cereais alcançava 17,9%, nas de produtos pecuários 11,5%, nas de bebidas (café, cacau, chá) 62,1%, na de açúcar 37,6%(...)
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“Em síntese, no período que estamos considerando, a América Latina transformara-se em um componente mais importante do comercio mundial e uma das mais significativas fontes de matérias-primas para países industrializados.”
- NOVAS TENDÊNCIAS DA ECONOMIA INTERNACIONAL
O autor aponta que a partir da Primeira Guerra Mundial ocorreram importantes mudanças nas tendências a longo prazo da economia internacional. A primeira delas foi uma reversão da tendência à elevação do coeficiente de comércio exterior dos países industrializados, se modificando somente após a Segunda Guerra Mundial, no qual o comércio se tornaria a principal forma de intercambio de produtos manufaturados entre países industrializados.
A segunda diz respeito a uma persistente deterioração nos preços relativos dos produtos primários nos mercados internacionais. A evolução da tecnologia, somada à inelasticidade a curto prazo da oferta de produtos primários de origem agrícola e à rigidez das estruturas dos países especializados, tornou-se o fator responsável por essa tendência depressiva dos preços das matérias primas nos mercados internacionais.
Já a terceira tendência está ligada a persistente modificação na composição do comercio mundial. Nos 30 anos antes da Primeira Guerra Mundial, a quantia do comercio mundial de produtos primários cresceu a uma taxa similar à do comercio de manufaturados. Nos dois decênios pós Primeira Guerra, a exportação dos produtos primários cresceu mais do que as exportações de manufaturas.
Em 1953 a situação se diferenciou de 1913 no que diz respeito à participação dos gêneros alimentícios e das manufaturas na composição do comercio mundial.
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Entre os anos de 1953 e 1967, a taxa de crescimento anual das exportações mundiais de gêneros alimentícios e de outras matérias primas foi 3,5%, a de combustíveis 7%, a de produtos químicos 15%, e a correspondente às demais manufaturas 8,5%. O intercambio entre países industrializados teve uma significação crescente no comercio internacional em razão destas novas tendências.
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Comparando o desenvolvimento da economia mundial do meio séculos pós termino da Primeira Guerra Mundial com o meio século anterior, Furtado observa diferenças de grande significação do ponto de vista dos países subdesenvolvidos. A fase anterior foi marcada pela formação do sistema de divisão internacional do trabalho permitindo concentrar em certas áreas as atividades produtivas que mais se beneficiavam do progresso tecnológico, bem como utilizar mais ampla e racionalmente os recursos abundantes como a terra e o trabalho. Analisando mais detalhadamente este processo, o autor logo constata duas modalidades de desenvolvimento: o dos centros industriais, apoiado no progresso tecnológico e na rápida acumulação de capital; e o das chamadas regiões periféricas, apoiadas nas modificações da demanda global efetuadas através do setor externo.
A primeira modalidade do desenvolvimento “acarretava mudanças na quantidade relativa dos fatores, acrescentando a dotação de capital por unidade de mão de obra, e também na qualidade desses fatores, exigindo uma melhoria progressiva do fator humano e envolvendo processos produtivos cada vez mais complexos”.
A segunda modalidade era quase sempre de caráter extensivo, ou seja, permitia aumentar a produtividade econômica dos fatores disponíveis sem exigir modificações significativas nas formas de produção. Por exemplo, substituindo a produção de milho (agricultura de subsistência), por uma de café (agricultura de exportação), poderia aumentar o produto global sem exigir alterações significativas nas técnicas de produção. O desenvolvimento periférico tinha a capacidade transformadora reduzida, no que diz respeito as técnicas tradicionais de produção. “Contudo, exigindo a modernização das infraestruturas e de parte do aparelho do Estado, ele abria um processo histórico que trazia em si mesmo um novo horizonte de possibilidades”.
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