TEXTO: AS TRÊS ECONOMIAS POLÍTICAS DO WELFARE STATEAUTOR: GOSTA ESPING-ANDERSENO LEGADO DA ECONOMIA POLÍTICA CLÁSSICA - Em um primeiro momento(conforme o título sugere) o autor vai apresentar o tema partindo de duas questões centrais,ou seja, a idei

1º Prova de Fundamentos da América Latina II

Aula II – A estrutura do racismo estrutural

O termo racismo não possui uma definição concreta e predominante, contudo, algumas instituições o definem e, quase sempre, os conceitos convergem. Segundo o dicionário Michaelis, racismo é a ‘’teoria ou crença que estabelece uma hierarquia entre as raças (etnias)’’. O racismo pode acontecer de diversas formas para grupos diferentes, por isso existem diferentes variações para essa prática, podendo ser: cultural, comunitarista, ambiental, institucional, primário ou individual. Entretanto, existem sociedades estruturadas com base na discriminação que privilegia algumas raças em dtrenimento a outras.

Outrossim, o racismo em categoria é histórico, montado desde a modernidade como forma de poder por intelectuais europeus, que traz uma visão que delimita o outro que não seja seu reflexo, ou seja, o considera inferior. A ideologia racial é fruto de políticas governamentais que primavam pela soberania e imposição, partindo do colonizador/catequizador que agia de forma excludente, eliminando qualquer traço cultural e ideológico do colonizado.

  De acordo com o livro do autor Silvio Almeida ‘’Racismo Estrutural’’, explica didaticamente como a estruturação do racismo como tecnologia de poder. Subtende-se que a construção do racismo se dá de forma relacionada, não existindo enquanto condição, mas uma categoria sociológica que se encontra na realidade porque se perpetuou na história, podendo ser aprendido por alguns conceitos. Dessa forma, uma discriminação não é só individualizada, existe apesar da consciencia do indivíduo, sendo um processo de tecnologia de poder a longo prazo.

Não é possível entender a história contemporânea sem entender a questão das raças, usa-se como exemplo a acumulação do comércio triangular e a escravidão como âmbito de industrialização, possibilitando o fenômeno da Revolução da Industrial na Inglaterra. Para o autor, o racismo também é diferente da discriminação racial: é sistemático, sendo um processo em que a situação específica de um grupo minoritário é ignorada ou sem que as diferenças sociais sejam levadas em conta, trata-se de um processo em que condições de subalternidade e de privilégios que se distribuem entre grupos raciais se reproduzem nos âmbitos da política, da economia e das relações cotidianas.

Ademais, a noção de civilização está ligada a ideia de construção dos outros a partir de uma noção que supostamente o ocidente tinha (como a noção de mercado, estado de direito, liberdade)  e o resto que não continha deveriam ser civilizados, levando a um processo de destruição em cima de um discurso sobre rótulo de levar a democracia às populações que não eram esclarecidas, consolidando o processo de raça até ser um ponto cientificista, usado com base na ideia de que características biológicas – determinismo biológico – ou condições climáticas e/ou ambientais – determinismo geográfico – seriam capazes de explicar as diferenças morais, psicológicas e intelectuais entre as diferenças raças.

Essas percepções foram hegemônicas até a Segunda Guerra Mundial e, gradativamente, confrontadas, principalmente a concepção biológica, com o aumento de estudos sobre genética e discursos pós-racial, enquanto a questão geográfica está mais enraizada por fenômenos ocorridos como o Apartheid.

Ademais, é válido apontar o descaso histórico do Estado com relação às minorias. Nesse contexto, no Brasil, foram adotadas medidas de equidade, como cotas raciais, somente nos anos 2000, enquanto os Estados Unidos, famoso por sua segregação racial, propuseram a inclusão de negros às garantias democráticas na década de 60. Apesar das iniciativas e políticas que se consolidaram a partir da luta do movimento negro, o racismo não se erradicou. Dificilmente pode-se observar negros em posições de destaque, com profissões mais solidas e sucedidas, sendo consequência das faltas de oportunidades oferecidas a criança negra que reflete em seu futuro, evidenciando a problemática em virtude as suas raizes.