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Transmissão Assimétrica de Preço

Por:   •  7/10/2019  •  Pesquisas Acadêmicas  •  8.673 Palavras (35 Páginas)  •  134 Visualizações

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PROGRAMA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA

PIBIC

Efeitos dos Preços dos Combustíveis nos Mercados Domésticos e Internacional: Uma Análise Empírica

Carla Calixto da Silva

Departamento de Gestão Pública/CCSA

Yago Santos Souza

Departamento de Ciências Econômicas/CCSA

João Pessoa, 22 julho de 2019

  1. INTRODUÇÃO

A partir da década de 90, diferentes países têm realizado o processo de liberalização no mercado de combustíveis, com o objetivo principal de desenvolver o consumo mundial e evitar as barreiras legais, regulatórias e fiscais à entrada de novos concorrentes no mercado. No Brasil, o desenvolvimento do mercado de combustíveis vem ocorrendo num ambiente de grande dúvida quanto à sua principal variável econômica; o preço para o consumidor final (GLÁUCIA,2014).

Esta dúvida tem contribuído para promover a concepção de risco por parte tanto dos consumidores como para os investidores nas diferentes cadeias de produção. Os investimentos significativos no setor de refino foram realizados na década de 1980, a partir da consolidação do parque Nacional, até então a capacidade de refino manteve-se estagnada com um crescimento médio de 0,7% a.a (ALMEIDA,2015).

Há diversos estudos que buscaram retratar as característica do mercado de combustíveis tais como, Almeida et.al (2015), que  analisou as políticas de preços dos combustíveis no Brasil, apresentando suas consequências para o mercado, além de outros mecanismos de precificação adotados por países desenvolvidos e em desenvolvimento, concluindo  que, a política de preço adotada pelo país, é pouco atrativa para investimentos privados, levando a uma dependência cada vez maior do setor externo.

 Já Gatti (2010) faz uma análise histórica do mercado de álcool combustível no Brasil, concluindo que o Programa Nacional do Álcool (Proálcool), levou a mudanças estruturais no mercado automobilístico e no agronegócio do país, através das inovações tecnológicas que resultou no aumento da produtividade no setor agrícola, além da utilização da cana, nos diversos setores da economia.  Na mesma linha de pensamento, De Oliveira e Laan (2010), fez uma descrição histórica do fornecimento de subsídio aos combustíveis fósseis no Brasil, analisando as políticas adotadas, e os impactos destes sobre a economia nacional.

 O autor concluiu que os subsídios praticados no país apenas reduziram os investimentos e a concorrência do setor energético nacional desencorajando a eficiência produtiva. Quanto a demanda desses preços Randow et al. (2010) e Cardoso (2014) estimaram a demanda por álcool no Brasil, utilizando o modelo de vetores auto regressivo (VEC). Concluindo que no longo prazo as variações na renda dos consumidores têm pouca importância na determinação do consumo de álcool. Já no curto prazo as variações na renda e no preço do etanol, tiveram forte importância na determinação da demanda de álcool.

Já Santos (2012), estimou as equações de demanda de combustíveis para o Brasil, utilizando o método dos momentos generalizado (GMM), com um conjunto de dados de painel trimestral de julho de 2001 a dezembro de 2010. A partir dos resultados obtidos o etanol apresentou uma maior elasticidade de preço, comparado com a gasolina e ao GNV.  Além disso, as elasticidades-renda do etanol e a mais induzida pela renda do que a gasolina e GNV. O autor conclui que o etanol é considerado o combustível de maior importância em questões de política energética no Brasil.

Nesse novo contexto, de mercados desregulamentados, o comportamento dos preços dos combustíveis, no comércio internacional influencia, de forma decisiva, os preços internos do mesmo. Principalmente no Brasil que apresenta um saldo negativo cada vez maior na balança comercial dos combustíveis (PETROBRÁS, 2018).

Dessa forma a volatilidade constitui um traço estrutural desse mercado. Logo uma mudança nos preços dos combustíveis internacionais é seguida por toda a sociedade, contando com respostas imediatas nos níveis dos preços internos dos combustíveis. Neste caso, a teoria dos preços desempenha um papel fundamental nas diferentes estruturas de mercado. Os preços impulsionam a alocação de recursos e as decisões de produção pelos agentes econômicos, e a transmissão de preços integra os mercados verticalmente e horizontalmente.

 Assim para um melhor entendimento sobre o mercado o estudo dos processos de transmissão de preços é de suma importância principalmente quando esses processos são assimétricos isto é para os quais a transmissão difere de acordo com o aumento ou a diminuição dos preços.

A possível existência da transmissão assimétrica dos preços (TAP) é de considerável importância, já que esta poderia apontar para lacunas na teoria econômica afinal se A TPA é a regra então é difícil estar satisfeito com um corpo teórico que o trata como exceção além disso possui um impacto importante sobre o bem-estar social, portanto possui implicações políticas. Segundo Vasconcelos (2011) a transmissão assimétrica dos preços (TAP) é um processo onde os preços dos agentes econômicos reagem de diferentes maneiras, entre as etapas da cadeia, a um dado aumento ou diminuição dos preços.

Segundo Meyer et al. (2004) a transmissão assimétrica dos preços (TAP) pode ser classificada através de três critérios. O primeiro critério refere-se a velocidade e a magnitude da transmissão dos preços, onde um preço (Preço A) depende de outro preço (Preço B) que por sua vez sofre variações em um ponto específico no tempo.  A assimetria em relação a magnitude de transmissão de preços, refere-se à variação em (Preço B) que altera (Preço A) porém em uma magnitude diferente. Já a assimetria no que diz respeito a velocidade, refere-se a variações em (Preço B) que demora um intervalo de tempo entre t1 e t1+n para ser totalmente transmitida a (Preço A). A assimetria de magnitude leva a uma transferência permanente.

 Já a assimetria de velocidade leva a uma transferência temporária. Em ambas as situações a assimetria depende unicamente das variações dos preços e do volume da transação. O segundo critério classifica a transmissão assimétrica dos preços em positiva e negativa. Se o preço A reage mais rápido a um aumento no preço B do que uma diminuição, a assimetria é denominada como positiva. Já se o preço A reage mais rápido a uma diminuição no Preço B do que a um aumento, a assimetria é denominada como negativa.

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