Ética Da Lucro
Tese: Ética Da Lucro. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Aline14 • 19/9/2014 • Tese • 584 Palavras (3 Páginas) • 304 Visualizações
Ética dá lucro
Empresas brasileiras já podem medir o retorno financeiro de ações sociais e também testar sua valorização no pregão da Bolsa
Rita Moraes
Ser uma empresa socialmente responsável dá lucro e dividendos, literalmente. E, a partir desse mês, o empresário que quiser verificar essa relação de custo e benefício poderá utilizar a Matriz Brasileira de Evidências de Sustentabilidade, documento disponível no site do Instituto Ethos de Responsabilidade Social (www.ethos.org.br) que permite relacionar fatores de sucesso de um negócio com ações sustentáveis e aferir os lucros trazidos por elas. “O cruzamento de informações já foi usado para 17 empresas e os resultados são ótimos”, afirma Oded Grajew, presidente do Instituto Ethos. Entre elas estão a Volkswagen, a Petrobras e a Companhia Siderúrgica Nacional. Na CSN, por exemplo, o seu projeto de gestão ambiental registrou no ano passado, entre outros benefícios, uma receita bruta de R$ 130 milhões com a comercialização de resíduos e sobras do processo produtivo.
Esse processo de avaliação foi desenvolvido a partir de um estudo realizado em 2003 – chamado em português de Criando Valor – pela consultoria internacional de estratégia empresarial SustainAbility; pelo International Finance Corporation, braço do Banco Mundial; e pelo Ethos. O objetivo era analisar em larga escala as oportunidades de desenvolvimento sustentável para empresas de mercados emergentes. Antes de responder às questões do documento, é preciso um esclarecimento. Para a maior parte da sociedade, quando se fala em responsabilidade social, pensa-se em projetos de educação ou proteção de crianças e minorias. O conceito, no entanto, é mais amplo e engloba a gestão ética de toda a rede de relacionamentos da empresa. Grajew esclarece que a responsabilidade social na iniciativa privada se baseia em dois pilares. “Um é o ético, a simples satisfação de fazer a coisa certa e maximizar o efeito positivo de suas atitudes em seu círculo de relações. O outro é o próprio interesse empresarial. Uma empresa assim atrai e retém talentos, mantém funcionários, clientes e consumidores motivados e obtém melhor desempenho”, afirma.
No mercado financeiro também há sinais de mudança. A partir do primeiro semestre de 2005, essa nova visão de sucesso poderá ser medida no pregão da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) pelo Índice de Sustentabilidade Empresarial. Na nova carteira, estarão ações de até 40 empresas, selecionadas pelo volume de papéis negociados, pelo porcentual de ações em circulação no mercado e pela natureza de suas relações com funcionários, acionistas, clientes, concorrentes, meio ambiente e comunidade. “O índice não irá medir filantropia. Baseia-se na idéia de que uma empresa que não tem transparência de informações, cuidados com o meio ambiente, posição ética com relação a pagamento de impostos e cumprimento de direitos trabalhistas está sujeita a escândalos e processos, pode ter prejuízos e até quebrar”, diz Ricardo Nogueira, superintendente de operações da Bovespa.
Essa nova carteira de ações tem como modelo o Dow Jones Sustainability, de Nova York, criado em 1999, e mostra que o lucro a qualquer custo começa a perder espaço. “O índice nova-iorquino foi criado porque
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