A História da Propaganda no Brasil
Por: IngridFAMILIA06 • 23/4/2018 • Projeto de pesquisa • 3.027 Palavras (13 Páginas) • 409 Visualizações
INTRODUÇÃO
A propaganda está intimamente ligada a cultura e sociedade vigente. É
notável sua capacidade de ditar tendências de moda, consumo, de ampliar as
escalas de comunicação e implementar na população novos anseios de consumir,
transformando mensagens em vendas e lucro. A propaganda se estabelece nos
pilares do pensar, planejamento, comunicação e criação.
Com a emergência do consumo como fenômeno social, econômico e
cultural no Brasil e no mundo, a publicidade assumiu um papel de entender as
demandas dos espaços sociais e agir como narrativa de se concretizar a
linguagem, valores, imagens e símbolos, elaborando representações coletivas e
cotidianas, implicando os estilos de vida, os desejos e a subjetividade.
O presente trabalho trada de uma evolução história da publicidade e
propaganda no cenário brasileiro, permeando o início nos idos de 1808, com o
surgimento do primeiro jornal do país, após, a circulação das revistas, com
publicidades coloridas e maiores, seguidas pelas ondas das rádios. Nos anos
1950 surge o primeiro programa televisivo do Brasil, e com ele, é inaugurado a
possibilidade da publicidade audiovisual. Ao decorrer dos anos a televisão
também foi evoluindo, junto a música e ao cinema, novas tecnologias surgiram e o
país passou a mostrar destaque no cenário internacional com as agências
altamente criativas. Por fim, é apresentado perspectivas da publicidade para o
futuro, esse não estando muito distante, mas inovador.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1: 1808 – 1940: O início da propaganda no Brasil
A propaganda no Brasil teve seu início, quando, D. João VI decretou a
abertura dos portos, em 1808. O imperador e rei veio ao país fugido de Portugal,
e, após sua chegada, liberou a importação de qualquer mercadoria transportada
por navios portugueses ou estrangeiros em paz com a Coroa, favorecendo
principalmente os produtos ingleses, sendo assim, um ponto chave para o início
de como uma cultura exterior iria moldar a sociedade brasileira. (GRAF, 2003,
p.17).
Severino, Gomes e Vicentini (2012) apontam que em 1808, com o
surgimento do primeiro jornal, a Gazeta do Rio de Janeiro, a propaganda deixou
de ser boca-a- boca. O anúncio fundador dos classificados no país foi de um
imóvel; após, os anúncios se diversificavam conforme a sociedade escravocrata
progredia, com venda de escravos, carruagens e oferta de serviços.
Silva e Loutinho (2010) apontam que o objetivo inicial da Gazeta do Rio de
Janeiro era relatar os acontecimentos da Europa, e os anúncios retratavam a
linguagem cotidiana e dos vendedores ambulantes, com textos curtos,
informativos e ausência de ilustrações. Anos após, em 1860, outras formas de
publicidade surgiram, como Severino, Gomes e Vicentini (2012, p.3) afirmam, os
artigos se multiplicavam, assim como os serviços, e após a popularização do
jornal emergiram “cartazes, painéis pintados e panfletos avulsos, que eram
pregados em locais movimentados, como restaurantes e bares, ou entregues nas
ruas em locais comerciais”.
Nos anos 1900 as revistas começaram a circular no Brasil, sendo mais
voltadas para crônicas de problemas sociais, e dentro das revistas as
propagandas de páginas inteiras, com até duas cores, surgiram. Aucar, Rocha e
Pereira (2015, p.34) colocam que “Conhecidos caricaturistas, como Julião
Machado, Luiz Peixoto, K. Lixto, Vasco Lima, passam a desenhar para anúncios.
Aos poucos, as empresas começavam a se preocupar com a fixação de suas
marcas no imaginário do consumidor”.
Além dos cartunistas, os poetas, como Olavo Bilac e Casimiro de Abreu
passaram a desempenhar a função de redatores, fazendo publicidades com base
a uma poesia popular, utilizando rimas. Aucar, Rocha e Pereira (2015, p.34)
colocam que ‘o público considerava as rimas dos textos uma forma de lembrar
nomes e marcas. Casimiro de Abreu foi o primeiro a usar seus versos nos
anúncios e para o Café Fama escreveu “Ah! Venham fregueses! E venham
depressa. Que aqui não se prega. Nem logro, nem peça.”’.
A profissão de agenciador de anúncio, inicialmente interna, começa a
ganhar destaque dentro dos jornais e revistas. Severino, Gomes e Vicentini (2012,
p.4) apontam que o agente responsável pelas propagandas, sozinho ou associado
a um colega, “se transformaria em uma agência, uma empresa desenvolvida para
servir o jornal e a revista, naquilo que significasse propaganda, do anunciante ao
anúncio”.
Foi então que, em 1913, a primeira agência de publicidade surgiu,
chamando-se
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