As Mídias Sociais
Por: Bruna356 • 22/11/2018 • Resenha • 2.104 Palavras (9 Páginas) • 170 Visualizações
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MARKETING
ANA BEATRIZ CARVALHO
FERNANDA FERNANDES
GIOVANNA ANTUNES
MABELL RODRIGUES
MARIAH FRANCISCO
RAPHAEL CARVALHO
THAIS RIZZO
MÍDIA TRADICIONAL E MÍDIA DIGITAL
Disciplina: Fundamentos de mídia
Prof: José Mauro Bianchi
RIO DE JANEIRO, 12/11/2018
Mídia tradicional
As mídias tradicionais são aquelas que se caracterizam por interromper o cotidiano das pessoas, buscando captar sua atenção por meios como rádio, comerciais de tv, outdoor, mobiliários urbanos, anúncios em revistas, jornal, entre outros.
Por mais que as mídias digitais sejam mais atraentes por conta da modernidade, as mídias tradicionais ainda são consideradas as mais eficientes, em uma pesquisa divulgada pelo IBOPE em 2014, 57% da população brasileira assiste televisão, ou seja, é certeza que a sua marca será vista por pelo menos mais da metade da população.
O contra das mídias tradicionais é que geralmente são muito mais caras, sendo as que mais consomem verba das empresas em questão de propaganda. Também são propagandas da qual a empresa não recebe um feedback imediato, ou seja, é uma via de mão única.
Propagandas
Televisão - O Boticário – Acredite na beleza: A linda ex.
A Propaganda criada pela agência de publicidade AlmapBBDO, retrata o drama do divórcio e a forma difícil pelas quais pessoas são levadas a essa única solução para o casamento. São entrevistados três casais supostamente reais nesse mesmo processo, em que são questionados pelo motivo que levaria ao fim do relacionamento, às mulheres destacam a falta de interesse dos parceiros, falta de diálogo e a rotina exaustiva em prol do trabalho e criação dos filhos, os homens, não tão diferentes utilizam muito do verbo “acostumar” para definir o fim da relação, deixando bem claro a falta de vontade adquirida com o tempo de uma relação monótona e sem novidades atrativas. Ao final, é possível notar que os mesmos maridos que antes não se sentiam mais atraídos, agora olham encantados para a mulher que aparece produzida e confiante para assinar o divórcio.
O comercial que foi lançado em 27 de novembro de 2015 em alguns canais de TV, página da marca no Facebook e Youtube, tanto do público feminino quanto do masculino, a mesma foi acusada de ser uma propaganda machista que utilizou por meio de uma situação delicada e íntima para frisar o estereótipo machista que é imposto sobre a mulher. O público que se posicionou de forma negativa, segue continuamente com os argumentos de que um relacionamento não acaba por uma falta de cuidado pessoal e visual. Já os que se posicionaram a favor, ressaltam o quanto se sentiram bem após ver o comercial, que é um momento difícil a ser encarado e que todas mulheres deveriam receber esse apoio, até as que já passaram pelo mesmo e se sentem “vingadas”.
Após tantos comentários com vertentes distintas, a marca fez um comentário breve sobre a intenção de propagar essa ideia que a história apresenta. A intenção inicial era de que qualquer mulher independente do momento deve se manter forte e confiante, e que todos os preparos por meios externos são para a busca de uma autoestima inabalável, que com toda certeza seria incrível para o momento, acreditando que a beleza é um estímulo importante para qualquer recomeço, ao final do comercial é destacada a seguinte frase
“Tudo pode acabar, menos a autoconfiança.” ressaltando a ideia de se reafirmar, reinventar e empoderar-se a partir do modo como nos vemos hábil para isso.
Revista: Devassa – “Devassa Negra”
A propaganda intitulada como Devassa Negra, da Brasil Kirin, foi lançada por meio de um veículo tradicional, a revista. Durante os anos de 2010 e 2011, este anúncio circulava fazendo propaganda da cerveja Devassa escura, que foi chamada de Devassa Negra. É muito comum vermos anúncios de cerveja em diversos veículos, principalmente em revistas, já que estes produtos tem uma grande diversidade de consumidores.
Sua repercussão foi extremamente negativa aos olhos mais sensíveis sobre algumas questões, tanto as raciais como as de objetificação da mulher. A hipersexualização da mulher negra vem como carro-chefe da empresa nesta propaganda, o que fez com que boa parte dos consumidores boicotassem a marca, por acharem uma afronta e de mau gosto tal conteúdo que era mostrado.
O slogan da propaganda dizia: “É pelo corpo que se reconhece a verdadeira negra”. Num país como o Brasil, que tem sua formação embasada em um racismo estrutural, esta propaganda até passaria “tranquilamente” em outras épocas, mas devido à grande abertura atual para debates de cunho social e representativo, denúncias foram feitas exigindo reparos ao conteúdo da propaganda.
Como se não bastasse, a propaganda ainda trazia os seguintes dizeres: “Devassa negra. Encorpada. Estilo dark ale. De alta fermentação, cremosa e com aroma de malte torrado”. Geralmente, a mulher negra é vista como sendo dotada de mais corpo, utilizando um termo vulgar, “gostosa”. O conteúdo imagético da propaganda é composto por uma mulher negra com vestido vermelho e aberto atrás, frente única, meia calça e scarpin preto, com uma pose sensual, que juntos fazem alusão a essa objetificação racista de uma mulher negra, como se a mesma fosse reconhecida pelo seu corpo e sua sensualidade, e não pela sua essência e suas ações. Neste caso, a mulher é comparada a um objeto, a cerveja, como se a mesma também fosse uma coisa e pudesse ser degustada por qualquer um. Palavras como alta e torrado nesse anúncio também possuem características racistas.
Análise Final
Ambas as propagandas têm como foco a imagem da mulher, onde se coloca em discussão a beleza feminina, vista pelos olhos dos homens. Nas duas propagandas podemos perceber formas diferentes de usar a imagem feminina como maneira de atingir o público alvo.
A primeira propaganda, O Boticário, busca de certa forma frisar a beleza presente na atitude, na autoconfiança e no olhar positivo sobre a vida, como a própria empresa diz em seu pronunciamento público, “Acreditamos que a beleza é um estímulo para recomeçar, transformar e abrir novos caminhos, até mesmo nas decisões mais difíceis da vida”. Com essa concepção a propaganda, teve mais críticas positivas que negativas. O público alvo eram exatamente as mulheres que de certa maneira estariam com a autoestima baixa, mostrando que o empoderamento da mulher estaria em toda forma de beleza. Porém, mesmo com o pesar da grande repercussão positiva a empresa acabou indo a julgamento pelo Conselho Nacional de Auto-regulamentação Publicitária (Conar) devido ao grande número, também, de críticas negativas. Um dos fatores que foram levantados nas críticas negativas do público que se sentiu ofendido com a propaganda foi a de a “beleza interna” não tinha sido levada em conta, que a confiança estaria associada apenas aos aspectos externos e que o julgamento do homem se faz mais importante do que o próprio bem estar. Porém a empresa foi absolvida no julgamento e não teve multa ou punição.
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