Comercio Exterior
Trabalho Universitário: Comercio Exterior. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: RayanaBrugger • 16/11/2014 • 3.026 Palavras (13 Páginas) • 220 Visualizações
A Importância da Cultura no Processo de Internacionalização de Empresas
• Resumo
O acelerado processo de globalização e a multiplicação do número de empresas que buscam implementar estratégias de alcance internacional têm exigido algumas ações imediatas das organizações que pretendem potencializar ativamente sua carga valorativa. Num mundo que muda rapidamente, é fundamental às organizações demonstrar agilidade para conquistar vantagem competitiva. Contemplando ou não em sua estratégia a internacionalização da empresa, marca, produto ou serviço, as organizações tendem a reconhecer que, mesmo em seu local de origem, o avanço de empresas globais e multinacionais pode ameaçar conquistas já alcançadas e intenções de desenvolvimento.
A adaptação dos diversos aspectos culturais que permeiam o processo de globalização e internacionalização de organizações pode refletir em maior ou menor nível de facilidade para implementação da estratégia. A vantagem competitiva da organização que submete seus processos, produtos e serviços a regiões distantes pode residir, inclusive, na competência dos seus gerentes em conduzir de maneira eficaz o processo de aculturação. Não se pode, contudo, analisar esse processo como algo simples, cujo sucesso ou fracasso depende exclusivamente das habilidades dos gestores. Trata-se de algo amplo e complexo, como qualquer ação estratégica de grande impacto. Nesse processo amplo, repleto de variáveis subjetivas, evidenciam-se as expressões do comportamento das pessoas, grupos, organizações e povos, com seus valores e culturas próprios. Evidenciam-se, também, aspectos relativos à inovação como fator cultural de organizações e nações. Contemplar diferenças como oportunidades de desenvolvimento e o conhecimento de aspectos culturais como fator de impulsão de negócios internacionais pode ser o caminho para a conquista de vantagem competitiva. Segundo Porter (1998, p. 145), a vantagem competitiva é criada e sustentada por meio de um processo altamente localizado. Diferenças de valores, culturas, estruturas econômicas, instituições e histórias entre as nações contribuem para o sucesso competitivo.
A vantagem competitiva nos mercados internacionais deve advir da antecipação das necessidades do mercado pretendido, dando ênfase à informação como o grande fator a ser observado nesta antecipação de necessidades. Porter (1989) observa que as informações que não estão disponíveis ou que não são procuradas pelos concorrentes são valiosas, podendo resultar de simples investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Ao serem obtidas, essas informações caracterizam uma importante ferramenta de determinação de novos mercados internacionais a serem explorados.
As pessoas e grupos que atuam dentro da organização podem resistir a uma estratégia que, entre outras metas, avance sobre novos mercados mundiais. Essa resistência à mudança pode comprometer negativamente as premissas organizacionais que prezam pela otimização do tempo e pela inovação como vantagem competitiva. A cultura pode ser vista, nestes casos, como força restritiva ao sucesso dos negócios internacionais. Além da ansiedade e do receio de se lançar ao desconhecido, “um compromisso comum com as crenças encoraja a consistência no comportamento de uma organização, desencorajando, assim, mudanças na estratégia [...] são as crenças profundamente enraizadas da cultura e suas suposições tácitas que agem como poderosas barreiras internas a mudanças fundamentais” (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000, p. 198).
Não há dúvida, portanto, que a cultura da organização que implementa estratégias de negócios internacionais está diretamente ligada à cultura e valores dos seus membros. Também é inegável que a cultura organizacional é uma força que tende a promover a manutenção do modo de funcionamento da empresa. Considerar esses aspectos na definição dos planos visando o comprometimento dos funcionários de nível operacional, técnico e gerencial para o compartilhamento das ações pode ser um excelente diferencial na conquista de vantagem competitiva.
Embora a globalização esteja demarcando esse novo princípio nas relações comerciais e internacionais, os aspectos culturais também tendem a ser limitantes no que diz respeito às estratégias de internacionalizações de empresas. É o caso, inclusive, de organizações que formam redes próprias de distribuição em outros países ou desenvolvem parcerias para a logística de seus produtos. Também é assim com empresas que definem em suas estratégias a implementação de unidades em nações que contemplam atrativos do ponto de vista do elevado número de consumidores na região, pelo preço da mão de obra, pelos aspectos fiscais e políticos, entre outros.
O sucesso dos negócios internacionais de uma empresa globalizada passa pela aplicabilidade do conhecimento do funcionamento da cultura organizacional e dos costumes da cultura local. Passa, também, pela aculturação das diversas interações sociais de organizações e nações. Na implementação de estratégias globais, a empresa precisa firmar sua cultura através do respeito às demais; definir suas normas sem ferir tradições locais; gerenciar resistências às mudanças e considerar o tempo e a velocidade como elementos chave para uma integração bem sucedida. Esse pluralismo pode pavimentar um caminho inteligente para fazer da vastidão da cultura uma força para gerar vantagem competitiva. Afinal, em toda ação estratégica, é fundamental administrar a unidade sem perder de vista as particularidades. Também é assim nas estratégias internacionais.
• Considerações sobre o tema
Com a atuação comercial de uma empresa, fora de seu país de origem, cresce a necessidade de se adotar uma estratégia internacional de negócio. Mas, antes disso, é preciso que esta esteja preparada a uma possível modificação de sua cultura organizacional. Com o acelerado ritmo das mudanças no cenário global, torna-se imprescindível que as organizações sejam adaptativas a tais modificações. A compreensão da lógica que envolve o inter-relacionamento entre empresa, mercado e cliente é cada vez mais fundamental no mundo dos negócios. A velocidade de ocorrência das mudanças no ambiente de mercado pode estar associada ao desenvolvimento tecnológico, à integração de mercados, ao deslocamento da concorrência para o ambiente internacional, à redefinição do papel das organizações, além das mudanças no perfil demográfico e nos hábitos dos consumidores.
Teoricamente, as organizações que possuem uma cultura mais flexível, têm uma propensão maior a se adaptar às condições do
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