TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Direitos de transmissão esporte interativo

Por:   •  1/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  7.248 Palavras (29 Páginas)  •  331 Visualizações

Página 1 de 29

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

ESPORTE INTERATIVO

"OS DIREITOS DE TRANSMISSÃO DA SÉRIE A DO BRASILEIRÃO”

Breno Lisboa

Bruno Sinato

Larissa Turatti

Marcelo Venturi

Rodrigo Hálex

Sergio Ferraz

[pic 2]

ANALÍSE DE CASE DE MARKETING ESPORTIVO

MATERIAL DA DISCIPLINA: MARKETING ESPORTIVO

ORIENTADOR: PROF. DR. ANDERSON GURGEL CAMPOS

São Paulo - SP

| 2016 |


Introdução

No dia 23 de fevereiro de 2016 o Esporte Interativo (EI), canal esportivo da Turner América Latina, grupo americano, dono da CNN, que adquiriu o canal em janeiro de 2015, fez a primeira transmissão de um jogo da Liga dos Campeões da Europa para os assinantes da NET, a maior operadora de TV a cabo do País, que detém 51,8% de participação de um total de 19,1 milhões de clientes. A negociação entre Esporte Interativo e NET já vinha se arrastando por mais de uma década. Foi uma vitória muito comemorada pelo canal. Naquele dia, o Esporte Interativo alcançou o primeiro lugar em audiência de toda a tevê fechada, segundo medição do Kantar Ibope Media.

Mas o grande desafio levado a termo por Edgar Diniz, co-fundador do Esporte Interativo e ex-vice-presidente de esportes, foi o competir diretamente por novos contratos dos direitos de transmissão do futebol brasileiro na tevê paga. A emissora já havia feito uma primeira abordagem. Buscou adquirir os direitos do Campeonato Paulista, que estava com o acordo vencido. Fez uma oferta de R$ 90 milhões por ano, três vezes maior que o valor pago no contrato anterior. A Federação Paulista optou pela renovação com o Grupo Globo, em tevês aberta e fechada e no pay-per-view (PPV) por cerca de R$ 100 milhões, até 2021.

Diniz não se deu por vencido, e resolveu seguir por um atalho e negociar diretamente com os clubes nacionais pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, exclusividade da Globo há mais de duas décadas, a partir de 2019. O canal reuniu 18 dos 20 times da série A e mostrou que no acordo combo assinado por eles com a Globo, a tevê paga tinha um retorno irrisório.

Sua abordagem demonstrou a defasagem dos contratos. De um total de R$ 800 milhões anuais recebidos por todos os clubes, apenas R$ 60 milhões vinham das transmissões que acontecem via SporTV. Diniz demonstrou para um grupo de dirigentes incrédulos, que podia gerar de receita com os direitos de transmissão e chegou à proposta de R$ 550 milhões, por temporada. A proposta do Esporte Interativo modifica uma série de modelos errados de negociação praticados pelos dirigentes do futebol brasileiro nos últimos anos. A começar pelo modelo de remuneração, o qual citaremos adiante neste estudo.  

Para simplificar nossa abordagem nesse estudo, adotamos um modelo de perguntas e respostas, a fim de clarear as principais dúvidas e delinear as estratégias do canal esportivo EI para ampliar o alcance da sua marca com a aquisição de direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro.


História

O Esporte Interativo (EI) é um canal de televisão brasileiro com 100% de sua programação dedicada a cobertura de diversas modalidades esportivas, sobretudo o Futebol. O Esporte Interativo iniciou como um projeto de programação independente, da antiga produtora do grupo Top Sports, dentro da grade de outras emissoras abertas, como Band, TV Cultura e RedeTV! exibindo o Campeonato Europeu de Futebol.

As primeiras transmissões, em 2004, de jogos do Campeonato Inglês e da Liga dos Campeões da Europa foram realizadas dentro da programação da RedeTV! O sucesso do projeto – logo no primeiro ano – levou uma tradicional emissora de esportes, TV Bandeirantes, também a se interessar em reproduzir os conteúdos da Esporte Interativo, surgindo então, a partir daí um novo fenômeno de transmissão esportiva na televisão aberta. Durante esses primeiros passos, alternando entre RedeTV! e Bandeirantes, as transmissões produzidas pela TV Esporte Interativo chamavam a atenção devido ao poder de participação do público. As interações entre a audiência e os produtores das transmissões eram estimuladas por meio de SMS. Esse tipo de interação passou a conquistar cada vez mais novos telespectadores e atrair anunciantes que buscavam soluções diferenciadas adequadas a um novo público dedicado a consumo do esporte.

Os desafios do crescimento surgiram. O sucesso dos campeonatos europeus através das transmissões da Esporte Interativo reativou esse produto no Brasil. O futebol do “velho continente” voltou a ser febre. O aumento da demanda da audiência resultou no aumento da concorrência para ter os direitos de transmissão. Como um canal jovem, o Esporte Interativo dependia das emissoras tradicionais, e nessa disputa saiu com um passo atrás. Para atingir seu público diretamente, o canal busca emitir seu sinal através das antenas parabólicas, o que deu origem a criação do primeiro canal de esportes na tevê aberta. Com o complexo sistema de concessões para sinais de televisão em VHF e UHF no país, a Esporte Interativo encontrou nas antenas parabólicas uma forma de levar programação exclusivamente esportiva para todo o Brasil. Em 2007, a nova emissora entrava no ar na televisão brasileira, dando aos usuários de antenas parabólicas mais uma opção de entretenimento e jornalismo esportivo ao mesmo tempo. Como não tinha nenhum medidor de audiência nesse tipo de antena, o canal se valeu redes sociais, como uma das soluções para chamar o público para dentro de sua transmissão, despertando assim o interesse de patrocinadores.

O grupo americano Turner, empresa fundada por Ted Turner, na década de 1970, que hoje faz parte da Time Warner, aceitou investir R$ 80 milhões em 2013 por uma participação de 37% no canal brasileiro. Dois anos depois, o Esporte Interativo, que nasceu nas parabólicas e se popularizou pela internet em São Paulo e Rio de Janeiro, acumulou diversas conquistas, que culminou com a aquisição do controle do Esporte Interativo pela Turner, em janeiro de 2015. O aporte financeiro trouxe musculatura para o canal disputar qualquer direito de transmissão com seus principais concorrentes no Brasil. Com este novo acordo o EI pode iniciar a mudança do sinal para alta definição na tevê fechada, por assinatura.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (47.6 Kb)   pdf (605 Kb)   docx (951.8 Kb)  
Continuar por mais 28 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com