O Marketing
Tese: O Marketing. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 2/10/2013 • Tese • 1.244 Palavras (5 Páginas) • 278 Visualizações
Resumo
Dentro da área do marketing, muitas são as
indagações sobre a ética no marketing e outros
negócios que o envolvem. Mas será que ela
realmente está presente neste contexto? A
pesquisa buscou responder a esta e outras
questões por meio de análises de materiais
teóricos da área e descobertas feitas ao longo
do tempo sobre o tema. Apresentamos uma
síntese do material coletado sobre um olhar
crítico acerca das indagações constatadas por
muitos estudiosos do tema e fizemos uma
análise, que ajuda a compreender a nova
tendência desta área, a preocupação com a
sociedade.
Palavras-chave: marketing e ética; ética;
propaganda e ética.
Abstract
Within the area of marketing, there are
many questions about ethics in marketing. But
is it really it is present in this context? This
research sought to answer this and others
issues through analysis of a theoretical
material and discoveries made on time about
the subject. We also provide a summary of the
material collected on a critical view of the
questions found by many academics of the
subject. Finally we did an analysis that helps
to understand the new trend in this area, the
concern for society.
Keywords: marketing and ethics; ethics;
advertising and ethics.
1. Apresentação
“Que oportunidade tem a ética no mundo
globalizado de consumidores?”(BAUMAN,
2011, pág. 37).
Diante do acirrado cenário empresarial, em
que há uma busca incansável pelo consumidor
final em todas as esferas de serviços
oferecidos, podemos dar maior destaque ao
mercado comercial, que atua, principalmente
no Brasil, o Varejo. Tal segmento pode ser
ressaltado, ainda, pela constante presença em
todas as áreas da mídia, o que nos faz voltar
atenção especial para o tipo de Marketing
envolvido com os negócios.
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1 Mirelle Monique de Oliveira Fernandes - Pesquisadora da PUC/SP
2 Paulo Roberto Alves - Mestre Prof. pesquisador da PUC/SP e Prof Pesquisador da FICS onde desde o primeiro
semestre de 2012 compõe a grupo de pesquisa – oficina de artigos e Iniciação Científica das Faculdades Integradas
Campos Salles – FICS. www.campossalles.edu.br
3 William Roberto Dondas - Pesquisador da PUC/SP
Adentrando neste meio, e buscando
compreender as ações especificamente da área
de divulgação e promoção, surge um cenário
econômico e social que merece atenção
especial.
Necessitando trabalhar e desenvolver
estratégias que atinjam o consumidor final, o
intuito do Marketing, das propagandas e
promoções realizadas pela área é, justamente,
conseguir atrair consumidores. Até aqui, nada
parece estar errado. Porém, na prática,
inúmeras vezes deparamo-nos com algumas
situações em que o setor comercial não atua de
forma leal com seus clientes. Em um contexto
como este, em 1991, quando estava no poder
da República o Presidente Fernando Collor de
Mello, foi implantado, no Brasil, o Código de
Defesa do Consumidor (CDC). A partir de
então, as atividades desenvolvidas na área
comercial, especificamente na área do
Marketing Empresarial, começaram a ser
cuidadosamente planejadas, pois se entende
que qualquer ação que infrinja as leis postas
no CDC, pode levar as empresas a disputas
judiciais.
Exatamente neste ponto surge a
problemática: será que as empresas realmente
atuam de forma ética? Será que os direitos do
consumidor sempre são preservados e
respeitados?
Acreditamos nas hipóteses de que em
certos momentos de sua história, o Marketing
pode ter agregado alguns valores éticos em
suas práticas, os quais podem variar de acordo
com o contexto histórico. Porém, com o
surgimento de fortes valores capitalistas, o
“ter” passou a predominar nas ações de
Marketing, resultando em ações que podem
ser prejudiciais aos consumidores (PASSOS,
2011).
Procurando respostas para estas questões,
realizamos uma pesquisa inicialmente
bibliográfica que se desdobrou em uma
pesquisa descritiva do tema, culminando no
presente artigo, seguida de reflexões, que
apontaram o real caminho perseguido pelo
Marketing. Desenvolvemos um estudo sobre
essa área para entender seu funcionamento e
buscamos suas relações com a moral e a ética
envolvidas no tratamento dos consumidores
para tentar entender e explicar como são
tratados os princípios éticos dentro do
Marketing.
2. O Marketing
Em 1953, segundo NORMANHA FILHO
(2004), o Marketing começou a ser ensinado
nas Universidades Brasileiras, inicialmente na
Escola de Administração de Empresas da
Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo. No
exterior, teve início antes desta data. A partir
de então, as discussões e os estudos referentes
a esta área passaram a ser frequentes, como
ainda hoje se fazem necessários. Muitos
estudiosos buscaram definições desta prática
que abarcassem a sua importância e alcance
frente aos aspectos que envolvem o tratamento
das informações para que se possam
desenvolver as áreas que o Marketing visa
atender, como ferramenta empresarial de
grande valor (NORMANHA FILHO, 2004).
Segundo LAMB (2004, pág. 6), Marketing
é “o processo de planejamento e execução da
concepção, do preço, promoção, e distribuição
de ideias, mercadorias, e serviços para criar
trocas que satisfaçam os objetivos individuais
e das organizações”. Sendo assim, o
Marketing não se resume a atividades
relacionadas com promoção, pontos de venda,
e fidelização de clientes, e outros. A troca
também é um conceito fundamental, pois
significa que todo o processo engendrado para
apresentar os produtos aos clientes, realmente
foi realizado da melhor maneira. Entretanto, o
oposto não é verdadeiro, as pessoas, em sua
maioria, realizam trocas por necessidade, não
por simplesmente serem influenciadas a
adquirir determinado produto.
Para o desenvolvimento das atividades de
Marketing, são adotadas quatro filosofias. A
primeira, uma orientação para a produção, tem
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um foco voltado mais para as capacidades
internas das empresas do que para as
necessidades dos clientes (LAMB, 2004).
Já a orientação para vendas, define que as
pessoas comprarão mais produtos se forem
adotadas técnicas agressivas neste ponto. E, a
orientação para o mercado define que as
vendas não ocorrem somente pelo fato da
força empregada nas vendas, mas depende do
processo de decisão do comprador. Assim, as
empresas devem compreender que o cliente é
quem define o valor daquilo que está
comprando, e não elas mesmas. Por fim, a
orientação para a sociedade, define que a
organização não pode disponibilizar para seus
clientes um produto que seja prejudicial para
as pessoas. Por mais que o mercado seja
competitivo, as empresas devem competir de
maneira ética (LAMB, 2004).
De acordo com LAMB (2004, p.57), “ética
comercial consiste, na realidade, em um
subconjunto de importantes valores de vida
aprendidos desde o nascimento. Os valores
que os executivos usam para tomar decisões
foram adquiridos por meio da família e das
instituições educacionais e religiosas”.
D’ANGELO (2003) diz que as ações
realizadas no contexto do Marketing sempre
foram alvo de questionamentos éticos, uma
vez que é a atividade empresarial que tem
mais visibilidade. Existem basicamente dois
tipos de questionamentos éticos. O primeiro
diz respeito ao estímulo materialista
despertado pelo Marketing. O segundo enfoca
atividades de Marketing, como precificação,
propaganda e vendas.
Mesmo que as definições formais de
Marketing alarguem sua abrangência,
popularmente, o Marketing é confundido com
propaganda pura e simples (D’ANGELO,
2003).
Um exame de algumas das atividades de
Marketing é suficiente para perceber a
frequência com que os profissionais da área se
deparam com questões éticas. Praticamente
todas as atividades de Marketing podem ser
interpretadas de acordo com uma visão
positiva ou negativa quanto a sua correlação
ética. Nesse contexto, a experiência tende a
conferir aos atores do mercado a capacidade
de desenvolver mecanismos que lhes garantam
alguma segurança. Não se sugere que as
práticas dos negócios são antiéticas, mas que a
maneira como os profissionais percebem seus
papéis podem colocar em risco a ética de suas
ações (D’ANGELO, 2003).
Percebemos que o Marketing é uma área
permeada por questões éticas, e são de grande
importância, pois é a atividade que tem o
papel de aproximar a empresa de seus clientes.
Sendo assim, os profissionais de Marketing
necessitam usar todos os métodos de que
dispõem, para realizar seu trabalho da melhor
maneira possível (NORMANHA FILHO,
2004). É nesse momento que começam a
aparecer os dilemas éticos. Até que ponto um
profissional deve ir para que possa realizar o
seu trabalho? Qual é o limite ético para as
ações de um profissional de Marketing?
Esses questionamentos levam a inúmeras
discussões, já que a ética não tem um conceito
igual para todas as pessoas. Pode-se dizer que
todos tentam agir dentro da ética de sua
sociedade, mas por haver diferentes visões
sobre o que é ético ou não, é difícil que se
chegue a um consenso total sobre quais ações
estão ou não dentro da ética (D’ANGELO,
2003).
3. A Ética
Como indica VALLS (2006), ética pode ser
um estudo ou uma reflexão, científica,
filosófica, ou até teológica sobre os costumes
ou sobre as ações humanas, e pode ser também
a realização de um tipo de comportamento. A
ética está presente, no seu sentido geral, em
todas as sociedades, em todos os momentos
históricos e sempre está em constante
mudança. As vivências diárias proporcionam
mudanças de percepções, que interferem nos
julgamentos que as pessoas fazem das coisas,
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