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O fluxo de caixa e a sua importância no processo de revelação financeira

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Por:   •  3/11/2013  •  Tese  •  5.284 Palavras (22 Páginas)  •  423 Visualizações

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O FLUXO DE CAIXA E SUA IMPORTÂNCIA NO PROCESSO DE EVIDENCIAÇÃO DAS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS

INTRODUÇÃO

Para os mais versados em contabilidade, pode até soar estranho a afirmação de que a Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) é, do ponto de vista da informação contábil, superior à Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos (DOAR).

Evidentemente que no que tange ao aspecto informacional é indiscutível a predominância da DOAR sobre a DFC, pelo menos para os que conhecem com profundidade os conceitos contábeis contidos em ambas as demonstrações, e o papel fundamental que as informações nelas evidenciadas tem para a gestão empresarial.

Contudo, o objetivo da contabilidade é produzir informação útil para uma gama enorme de usuários que na grande maioria das vezes não possuem o nível desejado de conhecimento sobre contabilidade que os possibilite perceber que preterir a DOAR em detrimento da DFC talvez seja um grande equivoco.

O objetivo deste trabalho não é tecer críticas a uma demonstração em função da outra, através de uma comparação relativa do que seria mais ou menos adequado do ponto de vista da informação contábil. Acreditamos que os relatórios contábeis de uma forma geral, em seu conjunto, formam uma grande base de dados que pode ser utilizada de forma flexível pelos usuários, e que a análise conjunta desses relatórios é o procedimento mais adequado e profissional na gestão dos negócios. Os relatórios contábeis, considerados individualmente, possuem objetivos específicos, mas que são complementares na evidenciação da situação econômica, financeira, patrimonial e social da empresa.

Partindo da premissa de que em breve teremos a obrigatoriedade da DFC em nosso país, destacaremos alguns pontos relativos a esta demonstração no intuito de contribuir para a sua boa compreensão, e entendimento da importância da divulgação e conhecimento de informações sobre o fluxo de caixa da empresa, sem entrar no mérito da sua superioridade/inferioridade comparativamente a DOAR. Ambas são demonstrações de Fluxos e possuem objetivos distintos, porém convergentes em seus fins.

O FLUXO DE CAIXA, A DOAR E OS USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL: UM BREVE COMENTÁRIO

Existe atualmente uma grande divergência entre correntes de estudiosos contábeis no que tange a utilização da DFC ou da DOAR enquanto fonte de informações mais úteis ao processo de tomada de decisão pelos diversos tipos de usuários da contabilidade. Algumas das principais vantagens e desvantagens, de cada tipo de demonstrativo, consideradas por estas correntes são:

Vantagens da DOAR

• Possibilitar um melhor conhecimento da política de investimento e de financiamento da empresa;

• Ser mais abrangente que o fluxo de caixa, por representar completamente as mudanças na posição financeira;

• Possuir capacidade analítica de longo prazo;

Desvantagens da DOAR

• A falta de utilidade da DOAR parece estar ligada ao seu não entendimento;

• Trabalhar com o conceito abstrato de capital circulante líquido ou de folga financeira de curto prazo;

• A DOAR não é essencialmente financeira, pois considera o ativo circulante em seu todo, incluindo ativos monetários e não-monetários.

Vantagens da DFC

• Mostrar a real condição de pagamento das dívidas;

• Facilidade de entendimento pelos diversos tipos de usuários;

• Análise dos fluxos de caixa passados evidenciam informações relevantes sobre os fluxos de caixa futuros.

Desvantagens da DFC

• Falta de consenso sobre qual conceito de caixa utilizar (caixa, bancos e títulos de curto prazo ou só caixa e bancos);

• Junção do fluxo de dividendos recebidos com o fluxo da atividade operacional, e os juros pagos e recebidos referentes ao capital de giro são definidos como sendo parte do fluxo de caixa operacional, o que distorce a real geração de caixa pelas operações;

• Possibilidade de manipulação de pagamentos e recebimentos visando melhorar seus fluxos de caixa em um período específico.

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos por Epstein e Pava procurou verificar o nível de satisfação dos usuários das demonstrações contábeis com relação ao atendimento de suas necessidades informacionais. A pesquisa consistiu no envio de questionários (2.359) a acionistas nos cinqüenta estados norte-americanos e posterior verificação da opinião dos usuários das informações contábeis contidas na DFC e na DOAR.

Através da análise das informações obtidas com o retorno dos questionários enviados (246), os pesquisadores puderam confrontar as respostas dos acionistas com relação à utilização dos demonstrativos contábeis antes (1973) e após a substituição da DOAR pela DFC (1988) no conjunto de relatórios contábeis que devem ser obrigatoriamente publicados nos Estados Unidos.

Pôde ser constatado que a DFC foi considerada de mais fácil entendimento do que a DOAR, e conseqüentemente, pôde-se verificar um aumento crescente de sua participação enquanto ferramenta auxiliar no processo de tomada de decisão.

Uma outra alegação que é feita com relação a DFC é o fato desta, em princípio, fornecer melhores subsídios para as decisões de investimento, haja vista que sinaliza de modo mais claro e objetivo a situação de liquidez e solvência da empresa.

Não poderíamos deixar de frisar que apesar da DFC e DOAR objetivarem informar sobre a liquidez e solvência (situação financeira) das empresas, ambas surgiram em momentos específicos para atender as necessidades que se apresentavam e que precisavam ser supridas. Portanto, acreditamos que o que determina a “maior utilidade” de um determinado demonstrativo é a capacidade dos usuários de extraírem as informações de que necessitam, ficando ao seu critério eleger aquele que lhes possibilite um melhor entendimento.

A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO SOBRE O FLUXO DE CAIXA DA EMPRESA

Inicialmente destacamos que a compreensão do termo caixa deve abranger não somente a conta contábil caixa, e sim todos os recursos disponíveis da empresa dos quais

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