Qual Seu Foco. Seu Cliente Ou O Cliente Dele?
Dissertações: Qual Seu Foco. Seu Cliente Ou O Cliente Dele?. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: cassiopremium • 24/10/2013 • 538 Palavras (3 Páginas) • 429 Visualizações
Certa vez um cliente me encomendou um projeto para identificação visual de sua loja de cosméticos voltada exclusivamente ao público feminino (na realidade trata-se de um pacote que inclui o desenvolvimento de seu logo, slogan, formulários, brindes, folders, campanha para fixação da marca, etc.). Dois dias depois me ligou informando que tinha gostado muito de uma publicidade em uma revista cuja cor predominante era o grafite e que decidiu que a cor para o “forte” para seu projeto seria também entre grafite ou preto. A princípio acolhi a sugestão dele, mas na verdade estava evitando desapontá-lo, pois o escopo do mesmo já estava quase finalizado após quase treze horas de trabalho e pesquisas ininterruptas e possivelmente demandaria mais uns dois a três dias para concluí-lo, e cá entre nós o projeto estava ficando um show. Bem, estava diante de um pepino: agradar ao meu cliente ou aos clientes do meu cliente? Minha meta era desenvolver o trabalho voltado para o perfil de seu público alvo, que seria exclusivamente feminino. Portanto, a identidade tinha que agregar tons voltados à delicadeza, romantismo, independência, determinação, bom gosto, e assim por diante. Mas o cliente queria uma configuração totalmente apática e contra indicada. Tente imaginar uma loja de cosméticos com cara de agencia funerária. Como já falamos a respeito no artigo anterior, o papel do marketing é desempenhar dentro do mundo dos negócios a função de identificar as necessidades e desejos dos consumidores e determinar em quais os mercados a organização deve estar voltada, e quais os produtos ou serviços são mais adequados e mais lucrativos para estes mercados. Para alcançar estes objetivos, é preciso que não só os proprietários, mas como todos colaboradores pensem como pensam seus clientes. É matemático, agradar a uma meia dúzia ou milhares de pessoas? Mas esta decisão não é tão fácil assim, afinal o seu “patrão” foi quem o contratou. Sendo assim, qual seria a solução? Alguns estudiosos defendem que “... é necessário
pensar primeiro nas motivações que levam o consumidor, em especial as mulheres, a consumir cosméticos.” Ao contrário de outros produtos de
consumo massivo, como detergentes em pó ou refrigerantes, este mercado
possibilita uma relação emocional de proximidade, cumplicidade e
indulgência, muito diferente de outras categorias. Ou seja, o consumidor
destes produtos tem a necessidade de se sentir mais bonito e feliz, como
uma forma de autoafirmação e de enfrentamento da realidade, muitas
vezes hostil, com a qual convive todos os dias. E o cliente, meu “patrão”? Conclui meu projeto, e claro, fui apresentar ao mesmo. Não foi fácil mas convenci-o que o alvo não era ele e sim seus clientes. É lógico que ele também gostou do trabalho apresentado e o aprovou com todas sua peculiaridades, ou seja, a cor representativa do mesmo não poderia ser outra senão rosa, bem diferente do ele imaginava. Conclusão: O cliente tem sempre razão? Claro que sim. Mas os clientes dele também têm, sendo assim, o objetivo é agradá-los. Concordam? Mas para satisfazer minha curiosidade pedi a ele a revista que o tinha inspirado por uma cor escura, e surpreendam;
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