Resenha Dilema das Redes
Por: Joana Garcia • 8/12/2020 • Resenha • 825 Palavras (4 Páginas) • 495 Visualizações
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG UNIDADE ACADÊMICA DE PASSOS
GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – HABILITAÇÃO EM PUBLICIDADE E PROPAGANDA
JOANA DE MATOS GARCIA
Resenha: O Dilema das Redes
PASSOS – MG
2020
“O Dilema das Redes” (The Social Dilemma) é um documentário original da Netflix, dirigido por Jeff Orlowski, lançado em setembro de 2020. O filme conta com depoimentos de especialistas, e ex-funcionários de empresas gigantes, como Google, Twitter, Facebook, Instagram, Pinterest, entre outros. Além disso, conta também com uma família fictícia que aparece entre depoimentos e que no final mostra muito bem os efeitos negativos que as redes sociais e seus algoritmos causam, como o vício e a manipulação. E ainda melhor, com cenas de algoritmos humanizados, que ilustram bem como esses mecanismos funcionam e como eles nos mantêm deslizando por uma página por horas, sem nem percebermos, e como eles no influenciam até politicamente.
Entre os depoimentos o que mais se destaca é de Tristan Harris, ex-funcionário do Google, um dos maiores nomes da chamada tecnologia persuasiva, que é um dos principais tópicos abordados. Ele conta como começou a se preocupar com os algoritmos e como eles afetavam as pessoas e seus dia a dia quando ainda trabalhava no Google. Na época ele montou uma apresentação apontando todas as suas preocupações, enviou para alguns colegas próximos e rapidamente essa apresentação chegou a todos na empresa. Todos concordavam que algo precisava mudar e que era uma situação alarmante, mas nada mudou.
A maior preocupação com essas grandes empresas é a enorme quantidade de dados que elas possuem sobre nós, como elas os utilizam e para quem os vendem. Todos esses dados permitem que suas inteligências artificiais saibam quem nós somos, do que gostamos, com quem estamos, que lugares frequentamos, o que fazemos e o mais importante, o que nos prende a atenção. Uma frase citada no filme pode resumir muito bem o que essas empresas fazem: “Se você não está pagando pelo produto, você é o produto”. Vender anúncios nessas empresas é algo caro de se fazer, mas também muito lucrativo, pois eles são direcionados as pessoas certas, para isso é preciso que o algoritmo faça uma previsão assertiva de quem irá consumir aquele produto, para isso, é preciso de uma quantidade gigante de dados.
Além disso, redes sociais têm causado danos para a sociedade que passam quase despercebidos, mas são muito preocupantes. Alguns já conhecidos, apesar de negligenciados, como depressão e ansiedade, outros que até então nem existiam, como o que cirurgiões plásticos através do mundo estão chamando de Snapchat Dysmorphia, ou Dismorfia do Snapchat. Cada vez mais jovens aparecem em consultórios cirúrgicos levando suas próprias fotos com filtros, querendo se parecer com aquela pessoa. E outro problema, muito famoso, o vício. O vício em redes sociais não prejudica sua saúde, como por exemplo cigarros e bebidas alcoólicas, que todos nós sabemos seus efeitos, mas afeta sua mente e sua vida. Nos últimos anos, a taxa de depressão e suicídio entre pré-adolescentes e adolescentes cresceu exponencialmente, esse crescimento começou a ocorrer logo após a criação de redes sociais. As curtidas e comentários passaram a afetar nossas vidas. Tristan faz uma análise muito pertinente, “nós evoluímos para nos importarmos com o que outras pessoas de nossos grupos pensam de nós, porque é importante. Mas será que nós evoluímos para saber o que 10 mil pensam de nós? Não evoluímos para receber uma dose de aprovação social a cada 5 minutos. Não fomos feitos para esse tipo de experiência”. A aprovação de estranhos passou a ser importante, mas ainda pior, as críticas de estranhos passaram a ser importante. Uma frase que pode ilustrar esse problema é: “Existem apenas duas indústrias que chamam seus clientes de usuários: a de drogas ilegais e a de softwares”.
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