Resenha Documentário Dilema das Redes
Por: Camila Villalba • 3/5/2021 • Resenha • 501 Palavras (3 Páginas) • 395 Visualizações
Resenha do documentário: DILEMA DAS REDES
Se tem um filme que é OBRIGATÓRIO ser assistido, é “O Dilema das Redes”, disponível no Netflix. Sério, desde as crianças, os adultos e os idosos têm muito a aprender com o que é revelado nele. (A resenha a seguir contém spoilers.)
Imagine reunir ex-funcionários de grandes empresas (como Facebook, Google, Pinterest, Youtube, Instagram), que decidiram que O MUNDO PRECISA SER AVISADO sobre o que é feito com os dados das pessoas – e como somos manipulados massivamente.
E por que eles decidiram revelar isso? Porque perceberam que os efeitos nocivos dessa manipulação havia entrado em suas casas, prejudicando a eles próprios e seus filhos.
Partindo desse ponto, o documentário pincela as diversas artimanhas desenvolvidas por experts do mercado de dados, no intuito de padronizar perfis das pessoas a partir de suas informações, bem como basicamente viciá-las nas redes para serem clientes vitalícios.
E trazem revelações perturbadoras, que nos explicam porque muitas vezes pensamos que passamos alguns minutos por dia nas redes sociais – quando na verdade, são incontáveis horas por dia. Tudo é desenhado baseado em estudos para nos prender – sabe aquele movimento de arrastar a tela para baixo, e ela atualizar sozinha? Aquilo é fruto de experimentos com macacos. As marcações em fotos, ou as reticências que aparecem quando uma pessoa está nos respondendo – tudo foi pensado em como te prender pelo máximo de tempo possível ali, sem você perceber.
Mas com qual objetivo? Bom, não é para o seu próprio bem, te garanto. É porque com você preso, viciado na tela, é mais fácil fazer o que os torna bilionários: te oferecer e vender produtos personalizados, de acordo com o seu perfil (criado coletando infinitamente seus dados).
Também assistimos, junto com depoimentos de especialistas na área, o desenrolar de uma fictícia família cuja vida é em muito guiada pelos efeitos das redes sociais: exposição, vício, distúrbio de sono, autoestima, dificuldade na socialização, automutilação, fake News, polarização política, dentre outros.
Interessante notar que a família tem 3 filhos em idade escolar, que representam diferentes perfis: a mais velha não é adepta do uso de celular, e vê de fora os efeitos causados pelo seu uso, embora seja vista como uma estranha pelos outros. O do meio usa suas redes sociais de forma mais moderada, como por exemplo para conversar com uma garota de quem gosta - ele acredita que não é influenciado pelas redes sociais. A mais nova é completamente viciada e tem dificuldades em realizar tarefas simples do dia a dia e se relacionar com quaisquer pessoas, e precisa de constante aprovação social. Infelizmente essa escadinha representa bem as relações e influência das redes sociais em cada geração, de forma que devemos sim prestar uma atenção especial às consequências disso nas crianças – jovens e adultos de amanhã.
Afinal, como diz o próprio Tristan Harris:
"Não é que a tecnologia em si seja uma ameaça existencial. É a capacidade da tecnologia de trazer à tona o pior da sociedade. E o pior da sociedade é uma ameaça existencial".
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