Análise do Artigo “The future of the state”

Análise do artigo “The future of the state”

O artigo The future of the state, desenvolvido por diversos especialistas nas áreas abordadas, trata-se de uma análise supositiva dos possíveis acontecimentos no mundo pós-pandemia. Isso, ocorre a partir do ponto de vista e a bagagem de conhecimento dominada por cada autor, assim, chega-se ao conjunto de dez textos que abordam temas em vigência durante este período, tal como o futuro dos direitos, da política e da economia no cenário global.

Sob primeiro plano, um assunto recorrente no texto é o uso de dados pessoais, intensificado durante a pandemia, uma vez que a coleta de informações seria útil para estudar a população nestas circunstâncias. Entretanto, esta visão entra em conflito com as noções de privacidade, não sendo garantida aos usuários do modo que deveria. Esta divergência é abordada no texto “The public good requires private data”, do autor Bruce Schneier, desse modo, o choque entre o privado e o público retoma um ponto já apresentado pelo sociólogo Émile Durkheim, da consciência individual e coletiva, a primeira tratando-se do modo particular de pensar, isso na questão da privacidade sendo o desejo de mantê-la; e a segunda versa ao papel na sociedade, implicando o dever moral de ajudar com o fornecimento de material para pesquisa.

Por conseguinte, outra discussão em destaque é o cenário político, o qual possui um futuro incerto no aspecto dinâmica de poder. Nesse sentido, há uma separação de ideias entre aqueles que acreditam na possibilidade de emergirem governos autoritários, seguindo as noções marxistas do Estado como um instrumento de opressão; e os que acreditam que as figuras centrais do governo perderão espaço para autoridades regionais. Com essa lógica, o texto “Local government will emerge stronger after the pandemic”, escrito por Robert Muggah, reflete sobre como muitos dos poderes nacionais entraram em um estado quase que de anomia, agindo de forma desorganizada e incapaz, algo criticável durante este momento. Assim, governos municipais e estaduais foram sujeitados a tomar frente diante da crise, tal ato que a grande maioria executou com maestria, destarte, possibilitando-os a obterem maior autonomia no porvir.

Em suma, consoante ao artigo, transformações no mundo pós-pandêmico serão inevitáveis. Sendo que, as medidas necessárias para sobreviver ao período atual influenciaram e continuarão a interferir no modelo no qual a sociedade opera, ora no ato de um Estado mais interventor com distribuição de insumos, ora na inevitabilidade de voltar-se para uma indústria interna. Deste modo, com todos estes fatores, prevê-se, com base em crises anteriores, o marco histórico que foi o corona vírus e sua intercedência no anterior meio “normal” de se viver, criando então, novos moldes sociais e políticos, tais quais como os ponderados pelos teóricos no editorial.

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