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Brasil: País democrático onde mais se morre por escolher ser quem é

Por:   •  9/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  378 Palavras (2 Páginas)  •  290 Visualizações

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Brasil: país democrático onde mais se morre por escolher ser quem é

Dandara dos Santos, 42, espancada até a morte por grupo de jovens no Ceará. O motivo? Simples! Ela decidiu colocar para fora quem ela era de verdade: uma travesti.

Em 15 de Fevereiro de 2017, no Ceará, a travesti Dandara dos Santos, de 42 anos, foi apedrejada e espancada, e logo em seguida morta a tiros. O assassinato da vítima repercutiu internacionalmente após o compartilhamento do vídeo do espancamento nas redes sociais. Um ano após o ocorrido, tendo esse vídeo como peça principal do julgamento, os acusados foram levados a júri popular. Ao contrário do que existe hoje nos crimes de feminicídio, não existe ainda a tipificação do crime de homofobia, no entanto, o assassinato, movido por sentimentos homofóbicos, foi caracterizado por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Quem sabe o verdadeiro significado de país laico e democrático entende que o homem, sobretudo no Brasil, tem o direito de ir e vir, pode escolher ser o que quiser e viver como quiser. Porém, a realidade do nosso país é outra. Embora no país a homofobia não seja apoiada pela Constituição, o Brasil está entre os países mais homofóbicos do mundo. Sendo 1 a cada 25 horas, o Brasil é o país que mais mata LGBTs liderando o ranking mundial de assassinatos, segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB), tendo foco em travestis e transexuais. Muitos desses agressores escondem sua homofobia atrás de religião. Mas vale lembrar que hoje a prática discriminatória contra LGBTs é penalizada, embora não seja reconhecida.

Mesmo após muita luta em relação ao combate à LGBTfobia e, consequentemente, muitas conquistas, tais como o casamento civil, redesignação sexual e nome social, o Brasil ainda assiste cenas lamentáveis de violência contra a comunidade LGBT. Apesar da grande repercussão de casos como o de Dandara, de acordo com o GGB 70% dos casos de assassinatos contra pessoas LGBT ficam impunes. A ausência de leis que protejam a população LGBT, o não reconhecimento desses crimes, sendo caracterizados apenas por crimes de ódio, é um dos principais obstáculos para a luta contra a homofobia, pois prejudica o entendimento do cenário de vulnerabilidade a qual as pessoas LGBT são submetidas.

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