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China VS Estados Unidas: O Brasil Diante da Disputa Tecnológica do 5G

Por:   •  29/5/2022  •  Projeto de pesquisa  •  1.879 Palavras (8 Páginas)  •  134 Visualizações

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Tema e Problema de Pesquisa

Este projeto de pesquisa tem como objetivo explorar como o desenvolvimento do 5G, diante do cenário de disputa tecnológica entre Estados Unidos e a República Popular da China (RPCH), afeta o relacionamento existente com o Brasil. O texto irá centra-se primeiramente na inserção da China no cenário mundial e seu plano atual de desenvolvimento, com ênfase no 5G e a tentativo de boicote por parte dos EUA. Em seguida, analisa-se as relações dessas duas potências com o Brasil e o que pode ser afetado pela implementação da Quinta Geração de telefonia.

Introdução

Nos últimos 30 anos, desde o final da Guerra Fria, a expansão e ascensão da China no cenário internacional é algo impressionante. Esse fenômeno que impulsiona o desenvolvimento da China, se deve ao plano do líder político da República Popular da China, Deng Xiaoping.

A China ficou conhecida por seus produtos de baixo custo e grande demanda de exportação, devido a uma política “de abertura" para investimentos de empresas multinacionais no seu território, que têm interesse principalmente em sua localização estratégica devido ao seu grande contingente populacional e mão de obra barata.

A capacidade de a China atrair investimentos estrangeiros não se esgota, no entanto, nos incentivos e vantagens desfrutados pelas EMNs nas ZEEs. No curto prazo, o baixo custo da mão-de-obra e uma taxa de câmbio desvalorizada propiciam elevada rentabilidade ao capital externo, especialmente àquele voltado às exportações. (Nonnenberg et al., 2007)

O crescimento econômico obtido com essa estratégia oferece oportunidades para novos programas de desenvolvimento tecnológico, permitindo que a China abra suas fronteiras para novas regiões, o que se tornou uma ameaça do ponto de vista da América do Norte.

A imagem da China como celeiro da indústria da cópia barata e da mão de obra abundante e pouco qualificada já não é um retrato fiel dessa nação de 9,5 milhões de km2 e quase 1,4 bilhão de habitantes. Atualmente, a China começa a disputar a liderança em tecnologias da informação e comunicação (as gigantes Huawei, Xiaomi e ZTE estão entre as maiores empresas do setor), trens de alta velocidade (China South Locomotive e Rolling Stock), energias renováveis (Trina Solar e Yingli Green Energy), energia solar e eólica (Goldwind, United Power e Ming Yang) e supercomputadores (com tecnologia 100% chinesa, o TaihuLight, da empresa Sunway Systems, está no topo da lista de computadores mais rápidos do mundo). A formação desses grandes conglomerados acompanhou o surgimento de empresas em segmentos não tradicionais, como a Baidu (motor de busca na web, com forte investimento em inteligência artificial e veículos autônomos), a Tencent (criadora do WeChat), a Alibaba (e-commerce) e Didi (serviços tipo Uber). (ARBIX et al., 2018).

Em vista do avanço dessa tecnologia, o governo Xi Jinping propôs um novo plano de longo prazo em 2015, no qual busca fazer da China um dos países mais inovadores do mundo em 2020, líder em inovação em 2030 e, finalmente, uma potência mundial em C&T em 2049 (ARBIX et al, 2018). Dentro desse plano, encontra-se o programa “Made in China 2025”, um programa que visa a substituição de altas tecnologias estrangeiras pela nacional, preparando terreno para empresas chinesas entrarem no mercado internacional, segundo Arbix et al (2018). Uma dessas tecnologias é a de rede celular de quinta geração (5G), um dos pontos críticos de disputa que os EUA tem com a China.

Ameaçada pelo crescimento chinês e sua proeminência no cenário internacional, de acordo com o autor, houve sob o governo de Barack Obama (2009-2016), a necessidade de conter esse poder que se intensifica no de Donald Trump (2017-2021) com seu discurso protecionista "America First" (COLOMBO; LÓPEZ; VERA, 2021). O movimento escolhido pelos EUA, foi um ataque direto à empresa chinesa de comunicações e tecnologia da informação Huawei, a maior empresa envolvida no desenvolvimento da tecnologia 5G, acusada de espionar e ameaçar à segurança nacional norte-americana, decretando a proibição de empresas fazerem negócios com a Huawei, e influenciando outros Estados optarem por provedores seguros e confiáveis, como o Reino Unido, seu principal aliado, a comprarem somente partes menos vitais dos equipamentos para o 5G da Huawei, segundo Colombo, López e Vera (2021).

Contudo, o que está em jogo nessa disputa não é apenas o domínio pela rede de telefonia baseado em Maurício (2019), mas sim a disputa pelo poder econômico e geopolítico de quem possuir e controlar o desenvolvimento dessa tecnologia terá, e os Estados Unidos estão ficando para trás enquanto a China dispara na frente nessa corrida tecnológica.

As atuais redes móveis 4G podem oferecer velocidades de aproximadamente 45 Mbps (megabits por segundo) em média, podendo chegar a 1000 Mbps. Especialistas dizem que o 5G pode conseguir navegação e downloads até 20 vezes mais rápido. Mas o 5G não é só um 4G mais rápido. Com as Redes 5G a experiência das aplicações e serviços da Internet das Coisas (IoT) será ampliada. Um cirurgião pode fazer uma cirurgia à distância, porque praticamente não haverá atraso no envio dos dados (da ida e da volta). (CRESO SOARES JR, at al).

Diante das acusações dos EUA contra a China, o Brasil encontra-se no meio dessa guerra, haja vista as relações que este possui com os EUA, principalmente no governo Bolsonaro que compactua com suas ideologias, e a relação que tem com a China, seu principal parceiro econômico desde 2009 durante o governo Lula.

É importante ressaltar que o Brasil já consome tecnologia Huawei, pois os equipamentos dos principais bancos brasileiros (Banco do Brasil, Banco Central e Caixas econômicas) tem suas informações mais importantes armazenados dentro do sistema e até hoje não existe histórico de vazamento ou captura de dados, mesmo os da própria receita federal brasileira. Entretanto, as diretrizes política do atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro faz uma ressalva diante da implementação do 5G pela empresa chinesa, influenciado pelo discurso de Trump sobre a segurança nacional ameaçada, concordando em deixar a China de fora da implementação no Brasil. Apesar disso, a uma divergência a respeito desse assunto dentro do atual governo, pois até então o vice-presidente Hamilton Mourão, defende as empresas chineses e diz que estas precisam participar do fornecimento do 5G para o Brasil desde que garantam a confiabilidade dos dados e afirma que caso a Huawai seja excluída do processo de implementação os custos serão enormes para os consumidores brasileiros.

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