Criação do Ministerio da Aeronáutica
Por: unifario • 23/7/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 2.289 Palavras (10 Páginas) • 445 Visualizações
COMANDO DA AERONÁUTICA[pic 1]
UNIVERSIDADE DA FORÇA AÉREA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AEROESPACIAIS
DISCIPLINA
TEORIA DO PODER AEROESPACIAL
A criação do Ministério da Aeronáutica
Turma: 2016-2018
Professor Dr Flavio Neri Hadmann Jasper
Aluno
Eng Raimundo Sérgio Carvalho
Rio de Janeiro
2016
1 INTRODUÇÃO
Em 1928, os militares começaram a pensar na criação de um ministério que unisse as aviações militar, naval e civil. Em artigo publicado nesse ano pelo Major Lysias Augusto Rodrigues onde ele citava que, a criação do Ministério do Ar se impõe, como o único meio de conjugar esforços, dar uma diretiva única capaz de devolver a colocação, que o País havia muito tempo perdido de primeira potencia aeronáutica da América do Sul.
A revolução de 1930 deu inicio a uma sonhada expansão, regiões de difícil acesso, antes somente acessada através de cavalo, barco, que muitas vezes leva-se meses para conseguir chegar ao destino, com as fotos do correio aéreo tornou-se possível alcançá-las em poucos dias, a Aeronáutica passou a ser necessária para a questão da integração nacional.
A criação do Correio Aéreo Militar em 1931, em pouco tempo desbravou fronteiras e se destacava em todo Brasil, levando remédios, médicos, enfermeiros, notícias e missionários nos distantes povoados e vilas no interior do País.
O pensamento de mudança teve continuidade pelo fato de alguns pilotos militares e navais que reforçavam a defesa dessa ideia, através de conferências e escrevendo artigos publicados pela imprensa nacional. O fato mais marcante da época foi a conferência realizada no Clube Militar, em janeira de 1935, pelo Capitão Antônio Álvares Cabral, denominada “Política Aérea Brasileira”. Nessa conferência, argumentava-se a unificação das aviações como principal benefício do fator econômico, e capaz de apresentar fatores positivos do ponto de vista de ordem técnica e militar.
Este artigo descreve sobre a criação do Ministério da Aeronáutica, e mostra que esta foi antecedida por diversos acontecimentos, quando os militares e autoridades começaram a pensar em um Ministério nos moldes concretizados nos países europeus, e que tiveram grande influência dos principais teóricos do poder aéreo, destaque para Duohet. Pretende-se mostrar também, que a criação do Ministério da Aeronáutica teve influência de alguns conferencistas nacionais que apresentaram resultados acima do esperado, produzindo sensíveis efeitos nos círculos militares e autoridades, com a aprovação tácita do então Ministro da Guerra, General Góes Monteiro. Como resultado, um grupo de aviadores deu inicio efetivo à “Campanha pela criação do Ministério do Ar”, culminando com a criação em 1941 do Ministério da Aeronáutica. A criação do Ministério da Aeronáutica foi fundamentada na Teoria de Giulio Douhet?
2 CRIAÇÃO DO MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA
A Criação do Ministério da Aeronáutica tem sua fundamentação legal através de Decreto-lei:
Decreto-lei 2.961 de 20 de janeiro de 1941 que cria o Ministério da Aeronáutica.
Decreto-lei 3.302, de 22 de maio de 1941 que dá nova denominação às Forças Aéreas Nacionais e aos seus estabelecimentos.
A criação da Real Força Aérea (Reino Unido) em 1918, da Força Aérea Italiana (Regia Aeronáutica) e da Força Aérea da Francesa durante a década de 1920, trouxe a ideia de unir o poder aéreo brasileiro sob a mesma organização. Juntamente com esses eventos, os estrategistas brasileiros também foram influenciados pelas teorias de Giulio Douhet, Billy Mitchell e Hugh Montague Trenchard e Seversky (INCAER, 2010).
Conforme o Coronel-Aviador RF João Vieira de Souza, em seu livro “Ministros da Aeronáutica-1941 a 1985”, a experiência dos pilotos do Correio Aéreo Militar e do Correio Aéreo Naval muito ajudou na luta pela criação do Ministério da Aeronáutica, então chamado Ministério do Ar. Uma das razões, os pilotos tinham muitas restrições, principalmente os do Exército, às suas ações como pilotos (INCAER, 2010).
O Ministério da Aeronáutica trata-se de uma questão que começou em 1928 com a finalidade da fusão das aviações militar, naval e civil, e a defesa dessa ideia teve continuidade dos pilotos militares e navais com reforço de conferências e artigos publicados pela imprensa. O fato mais marcante foi a conferência realizada no Clube Militar em 1935 pelo Capitão Antonio Álvares Cabral “Política Aérea Brasileira”. Como consequência um grupo de aviadores iniciou a “Campanha pela criação do Ministério do Ar”, resultando com a com a criação em 1941, do Ministério da Aeronáutica.
O começo da Segunda Guerra Mundial, com a evolução das operações aéreas no continente europeu, tem-se a comprovação da necessidade defendida por um grupo de militares, que desejavam a unificação das aviações naval e militar e da infraestrutura aeronáutica. A vontade expressa pelos militares sensibilizou o então Presidente Getúlio Vargas que sancionou em 1941, o decreto-lei 2.961, que criava o então Ministério da Aeronáutica, estabelecendo condições para o desenvolvimento da Força Aérea Brasileira, cuja primeira designação foi “Forças Aéreas Nacionais” (INCAER, 2010).
Após a criação a Força Aérea Brasileira houve um processo de expansão com aquisição de uma nova frota de aviões, associado a um acelerado programa de formação de pessoal nas aplicações de navegantes e especialistas, estabeleceu-se uma doutrina própria adequada à nova situação. Nessa época criou-se a Escola de Aeronáutica para formação de oficiais aviadores e Escola de Especialistas da Aeronáutica para formação de sargentos em diversas especialidades da aviação.
Em 1959, o Ministério da Aeronáutica se instalou adequadamente para conduzir a fase de expansão e consolidação, designou-se uma nova comissão para coordenar a transferência e instalação da nova sede em Brasília, juntamente com o pessoal destinado ao gabinete do Ministério.
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