Estrangeirismos no Brasil
Por: ThaizaK • 18/9/2015 • Resenha • 807 Palavras (4 Páginas) • 695 Visualizações
Resenha Crítica sobre Estrangeirismos: “enriquecimento” ou “contaminação” de uma língua?
11 de Setembro de 2015
Em seu artigo científico sobre a relação da língua, nação e estrangeirismos, Valdeni cita diversos autores que se dedicaram ao estudo da língua de um país e suas mudanças no decorrer do tempo, iniciando uma discussão sobre a “pureza” da língua e a identidade de seu povo.
Levando os leitores a reflexão, a autora do artigo inicia discorrendo sobre a “pureza” de uma língua, que por conceito seria um idioma completamente limpo, sem nenhuma palavra e/ou expressão proveniente de outros idiomas; para os puristas, os estrangeirismos ameaçam a identidade nacional, a partir dos princípios transportados via língua.
Entretanto, para a infelicidade dos puristas, nenhuma nação sobrevive isoladamente; as relações comerciais, sociais, econômicas, entre outras, instigam a convivência, o conhecer e de maneira natural, a troca cultural é mais dissipada pelos jovens e adultos menos tradicionais. Sendo assim, é de consenso da autora que a língua se nutre de outras e que isso é algo comum. Outro fato comum aos estrangeirismos é que eles venham, de maneira geral, de culturas dominantes, como foi o caso do Galicismo, que influenciou o mundo no início do século XX e como acontece nos dias de hoje com o inglês, a língua comercial mais importante da atualidade.
Infere-se ainda do texto, que quem domina a língua dos dominantes, pode ser considerada pessoa culta e distinta e mesmo quem não domina a língua dominante se vê incluído ou até mesmo obrigado a se incluir; sendo assim as pessoas começam a utilizar palavras e expressões da língua dominante, na tentativa de se ver incluído.
Com a globalização, as pessoas são bombardeadas todos os dias com os mais diversos tipos de estrangeirismos, que são incorporados por serem considerados “chiques”, “bonitos”; a exemplo disso, Valdeni comenta sobre Belo Horizonte, onde facilmente se encontram estabelecimentos que adotam nomes em inglês, principalmente em bairros de classe baixa – a grafia, em muitos dos casos está errada e a imagem associativa, o ícone, quase sempre é dissonante do nome usado. Não só em bairros de classe baixa, como também em bairros de classe média e alta podem se encontrar facilmente estrangeirismos, só que normalmente, as palavras adotadas são escritas de maneira correta e seus ícones representativos apresentam coerência com o nome escolhido.
Em geral, o que leva as pessoas a fazerem uso de estrangeirismos nos letreiros de seus pontos comerciais e empreendimentos é o desejo de associar o seu produto a uma sociedade mais desenvolvida, além de visar à seleção do leitor/consumidor. O deputado Aldo Rebelo do Partido Comunista do Brasil – PC do B propôs o Projeto de Lei n° 1676/99, que restringe o uso de palavras estrangeiras e obriga o uso da língua portuguesa por brasileiros natos e naturalizados e pelos estrangeiros residentes no Brasil há mais de um ano. Esta proposta pretende valorizar a língua portuguesa e salvaguardá-la dos estrangeirismos que ameaçam a pureza do idioma.
Por outro lado, um controle desse porte sobre a língua de um país, gera uma espécie de repressão linguística. A autora termina afirmando ser contra uma repressão e totalmente a favor da liberdade da língua, onde ela siga seu fluxo, fazendo sua própria história e se desenvolvendo com seu país.
A partir deste artigo, muitos questionamentos são feitos a cerca de quanta influência há de uma língua estrangeira numa língua nativa, podendo ser interpretada tanto como benéfica quanto maléfica. O ideal de uma língua pura defende que a influência de estrangeirismos seja considerada ruim, pois afeta a identidade cultural e linguística de uma sociedade, vista como uma espécie de contaminação.
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