O Contexto histórico das relações internacionais contemporâneas
Por: Laurabann • 28/5/2018 • Dissertação • 2.840 Palavras (12 Páginas) • 304 Visualizações
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Professor Marcelo Passini Mariano Aluna: Laura Christina Bannister R.A: 181224356 Apontamento sobre “ Princípios de Relações Internacionais” A. MINGST, Karen, 2009, - Rio de Janeiro, Elsevier Editora
Capítulo 2 - “O Contexto histórico das relações internacionais contemporâneas”
Quem estuda Relações Internacionais tem de entender os fenômenos históricos que formam padrões e induzem os acontecimentos atuais, para assim melhor apurá-los e prever tendências. Esse estudo usa como base de entendimento a civilização europeia, de onde se considera que nasceram as relações entre soberania, poder, Estado, equilíbrio e área.
Durante três anos foram negociados 11 tratados por representantes protestantes e católicos, conhecidos como a Paz de Westfália, assinada em 1648, que dissolveu a velha ordem mundial, após uma série de batalhas travadas durante a “Guerra dos 30 Anos” pelas nações europeias por motivos religiosos, comerciais e territoriais. Essa convenção fundou a razão de Estado, e a liberdade religiosa (fim da supremacia papal), o que deu origem à possibilidade da formação de unidade territorial – Estados soberanos e iguais, marcando o fim de uma era caótica e surgimento de autoridades seculares (não religiosas).
Em 400 a.C as cidades Estados gregas prosperavam com o comércio e elos recíprocos, mas com uma velada competição para alcançar a supremacia. O surgimento do Império Romano foi marco para a desolação dessas cidades, que foram dominadas por uma civilização autocrática baseada na unidade, disciplina, poderio militar, força e expansão territorial, através de um rígido controle burocrático, espalhando consigo a modernização e a língua latina.
Com a queda do Império Romano, espalhou-se a descentralização pelo feudalismo (redes de suserania e vassalagem que distribuíam terras a seus respectivos senhores feudais sendo estes as autoridades locais), retirando o poder das mãos do monarca, sob uma Igreja Católica como centro, além das diversas línguas existentes que impediam integração. As rotas comerciais permitiam maior comunicação com a moderna civilização árabe, de fundamental importância para a Europa. A Igreja, querendo associar-se a um Estado forte para manter sua unidade universal, entregou sua proteção à Carlos Magno, representante dos francos, consagrando-o imperador do Sacro Império Romano Germânico, afirmando poderio contra o Império Bizantino (Igreja Ortodoxa no Oriente versus Igreja Católica Apostólica Romana no Ocidente). Assim, essa época foi marcada por tentativas de centralizações, mas estruturas medievais desagregadas. O Japão nesse período também se encontrava num estado de dispersão de autoridade, mas após um momento de conflitos, foi dominado por um poder mais centralizado pela casta de samurais, até 1868.
Ocorre o renascimento comercial urbano no fim da idade média, tendo como início a formação de extensas rotas de comércio, acompanhadas de maior segurança melhoras na comunicação. Invenções como o moinho d’água possibilitaram o aumento na produção de alimento. As cidades- Estados italianas fundaram relações comerciais que facilitaram as atividades, sendo marco de início dos vínculos diplomáticos. Com isso surge a figura da burguesia (classe com interesses nos negócios). A filosofia, ciência, literatura e artes ganham mais atenção. Maquiavel escreve “O Príncipe” – guia para a manutenção do poder e do monarca como líder. A curiosidade e busca por novos territórios desperta as Grandes Navegações, e a partir daí as relações internacionais começam a ganhar escopo. A ascendência da burguesia permitiu sua aliança com o monarca, que centralizou poder através de exércitos pagos com a coleta de impostos e em troca instituiu a padronização monetária, que reformulou o as relações comerciais.
Com o Tratado de Westphalia, a definição de soberania é alcançada. De acordo com o filósofo francês Jean Bodin “soberania era o poder absoluto e perpétuo investido em uma comunidade” Prega, entretanto, que a soberania é finita – “Todos os príncipes da estão sujeitos às leis de Deus e da natureza”. Com a convenção, cada monarca passa a exercer o poder da igreja em seu Estado – vira a autoridade religiosa. A paz de Westphalia também inaugurou o direito de não interferência em relação à Estados alheios, livrando-se das pressões externas. Com isso, exércitos permanentes foram estabelecidos a partir de uma larga taxação de impostos. Com esse súbito poder concentrado, o Estado soberano foi estabelecido O tratado também definiu territórios de potências importantes até a atualidade, como Inglaterra, Áustria, França... No Oeste europeu, a infraestrutura de comércio foi acompanhada do absolutismo monárquico. Adam Smith, economista inglês, viveu as consequências dessa época, e deixa para o mundo a idéia de que todas as classes sociais devem estar sujeitas às estruturas de mercado, sendo que os indivíduos mais produzem e consomem quando são livres para perseguir seus interesses pessoais, o sistema de mercado funciona.
A revolução francês e americana tiveram como consequência o surgimento de duas ideias: o poder do monarca não é divino, não provêm de Deus, mas é legitimado pelo consentimento do povo; e uma onda nacionalista de ênfase à defesa de sua nação como um todo.
Após Napoleão ser derrotado em 1815, as potências europeias adentraram um período de certa paz. Grã Bretanha, França, Áustria, Prússia e Rússia reuniram-se muitas vezes para discutir as várias questões em comum, como a partilha da África. O ocidente foi palco de inúmeras transformações, como a unificação da Alemanha, o crescimento populacional...Esse período pacífico entre as 5 potências foi garantido por serem europeu brancos cristãos, e pelo medo da revolta das massas, já que em 1848 todas elas receberam foram alvo protestos de insatisfação, criando união que garantiria que essas tentativas não passassem de Estado para Estado, além de que questões como a unificação da Alemanha e Itália eram internos aos seus territórios.
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