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Resenha Sobre a Obra de Carr

Por:   •  7/11/2018  •  Resenha  •  934 Palavras (4 Páginas)  •  318 Visualizações

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Exercício Carr – Beatriz Alves Wenderroscky – Turma 24B

Em sua obra 20 Anos de Crise, Edward Carr busca apontas suas críticas as escolas idealista e realista, além de discorrer sobre o que seria a formulação da ciência política adequada para ele. Desse modo, ele busca analisar também o advento das Relações Internacionais ao status de ciência, pautando sua análise especialmente no contexto pós Primeira Guerra Mundial, recuperando ideias utópicas de Norman Angell e influenciando futuros autores como Hans Morgenthau.

Para Carr “Objetivo e análise tornam-se partes integrantes de um único processo.” (CARR, 1939, p.6) e é desse ponto que parte toda a crítica do autor, já que para ele o “objetivo” representaria o idealismo e a “análise” o pensamento realista, ou seja, para ele “O pensamento político é, ele mesmo, uma forma de ação política. A ciência política não é apenas a ciência do que é, mas do que deveria ser.” (CARR, 1939, p.7). Com isso, o autor quer dizer que para construir uma ciência política madura e é necessário que haja a aplicação conjunta das duas vertentes.

O pensamento imaturo é predominantemente utópico e busca um objetivo. O pensamento que rejeita o objetivo como um todo é o pensamento da velhice. O pensamento maduro combina objetivo com observação e análise. Utopia e realidade são, portanto, as duas facetas da ciência política. (CARR, 1939, p. 14 e 15)

Volta a esse ponto quando afirma em diversos momentos a dualidade entre idealismo e realismo, mostrando que

O utópico é necessariamente voluntarista: acredita na possibilidade de, mais ou menos radicalmente, rejeitar a realidade, e substituí-la por sua utopia por meio de um ato de vontade. Já o realista analisa um curso de desenvolvimento predeterminado, que ele é impotente para modificar.

E ainda que

O realista completo, aceitando incondicionalmente a seqüência dos acontecimentos, se priva da possibilidade de modificar a realidade. O utópico completo, rejeitando a seqüência causal, se priva da possibilidade de entender a realidade que está tentando transformar, ou os processos pelos quais ela poderia ser transformada

Além de concluir analisando que “O utópico torna a teoria política uma norma a que a prática política tem de ajustar-se. O realista vê a teoria política como um tipo de codificação da prática política.” (CARR, 1939, p. 18)

Pautando-se nessa dualidade entre idealismo e liberalismo, o autor então desenvolve a significação das duas em sua obra. Sobre o idealismo, ele faz uso de diversas analogias para tentar explicar o caráter de ambição por mudanças através do campo das ideias somente, mostrando que o que acontece com a ciência das Relações Internacionais é o mesmo que acontece com qualquer outro campo, pois “em algum campo novo, ocorre um estágio inicial em que o elemento do desejo ou objetivo é extremamente forte, e a inclinação para a análise de fatos ou de meios é fraca ou inexistente.” (CARR, 139, p. 8). O autor analisa ainda que

Durante esse estágio, os pesquisadores prestarão pouca atenção aos "fatos" existentes ou à análise de causa e efeito, mas devotar-se-ão integralmente à elaboração de projetos visionários para a consecução dos fins que têm em vista - projetos cuja simplicidade e perfeição lhes garantem uma atração fácil e universal. É somente quando esses projetos se desmoronam, e desejo e objetivo mostram-se incapazes de, por si sós, atingirem o fim desejado, que os pesquisadores relutantemente pedirão auxílio à análise, e o estudo, emergindo de seu período infantil e utópico, estabelecerá seu direito de ser visto como ciência. (CARR, 1939, P.8)

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