Resumo do capítulo 1 do livro Introdução às Relações Internacionais de JACKSON, R., SORENSEN, G.
Por: thainaplc • 9/4/2015 • Resenha • 2.142 Palavras (9 Páginas) • 2.486 Visualizações
PP 1 – Resumo do capítulo 1 do livro Introdução às Relações Internacionais de JACKSON, R., SORENSEN, G.
Estudar RI (Relações Internacionais) é uma tarefa importante, porque a população mundial está dividida em Estados independentes que influenciam no modo de vida de todas as pessoas. Esses Estados reunidos formam um sistema internacional de extensão global. E a grande maioria de nós cidadãos, estamos ligados a um destes Estados em particular, nos conectando ao sistema estatal, que afeta nossas vidas mesmo sem nosso consentimento ou conhecimento.
Esses Estados são independentes, e possuem soberania. Fato que não anula as interações e o jogo de poder e influência que ocorrem entre si. Ademais, nenhum país deseja ser excluído do sistema estatal, pois isso gera sofrimento da população como um todo. Esse sistema é formado pelas relações sociais. Assim como a maioria dos outros sistemas sociais, as relações internacionais trazem desvantagens e vantagens para os envolvidos. RI, estuda a natureza e as consequências dessas interações.
O sistema estatal, nada mais é do que um modo de organizar a vida política mundial, com raízes na antiguidade. Mas o tema RI, apareceu apenas no início da Era Moderna, na Europa, quando os Estados soberanos foram originariamente estabelecidos. Nos séculos XIX e XX, o sistema estatal passou a contemplar todo o território global. O mundo de Estados é um mundo territorial, em que vários governos distintos e independentes são organizados politicamente.
Para entender o significado das RI é preciso compreender a vida dentro de um Estado. Primeiramente, estes Estados devem ser pautados em cinco valores sociais básicos: segurança, liberdade, ordem, justiça e bem-estar. Por mais que existam outras organizações sociais que possam ajudar a assegurar tais direitos, na Era Moderna, é esperado que o Estado assegurasse estes valores básicos. No entanto, o próprio Estado tanto defende quanto ameaça a segurança da população, paradoxo conhecido como “dilema de segurança”.
O sistema estatal não possuindo um governo mundial, tem o desafio de lidar com a segurança nacional. Para isso a maioria dos Estados possuem forças armadas e formam alianças entre si. Sem contar que é preciso construir uma balança de poder militar no intuito de evitar a centralização de um poder hegemônico.
Os principais valores das RI dividem-se em: segurança, liberdade (pessoal e nacional, pois não podemos ser livres se o país também não for), ordem (para que os países possam coexistir e interagir é preciso que tenham o interesse de manter a ordem internacional), justiça (dever dos Estados defender o direito internacional) e por fim, espera-se que os Estados também defendam a riqueza e o bem-estar socioeconômico da população (políticas econômicas que lidam com os mercados internacionais).
O sistema estatal contemporâneo tem como forte característica a interdependência econômica dos Estados. O que por alguns estudiosos é visto de forma positiva considerando a influência da expansão do mercado global nos países, e outros de forma negativa vendo a exploração de países mais ricos sobre os demais. Os defensores das teorias de EPI defendem as RI como um mundo fundamentalmente socioeconômico e não simplesmente político e militar.
Durante o século XX, alguns acontecimentos de escala mundial fizeram com que instituições legais surgissem para apaziguar os animismos, como por exemplo, a Liga das nações Unidas. Em meio a Primeira e Segunda Guerra Mundial, (sem contar os dos demais conflitos e crises econômicas que marcaram o cenário global), surgem as teorias convencionais das RI, que têm o sistema estatal como uma valiosa instituição da vida moderna. Vimos que os realistas enfatizam a importância da segurança e da ordem, já os liberais, da liberdade e da justiça, e os acadêmicos de EPI, a igualdade econômica e o bem-estar.
A teoria das RI mais críticas, colocam o Estado e o sistema estatal como instituições problemáticas, devido ao fato de muitas vezes tolerar a miséria humana. Mas estes por serem organizações sociais e políticas baseadas em territórios, tem o dever de manter e defender os valores e condições sociais básicas, pois para isso existem.
Os Estados e sistema estatal são considerados características básicas da vida política moderna, mas não podemos esquecer que nada mais são do que uma organização social. Antes deste, existiram outras formas de estruturar a vida política, o que nos leva a pensar que assim como o sistema estatal e o Estado substituiu algum sistema, em breve, poderiam também ceder lugar para uma nova forma de organização da política global.
Antes do século XVI, quando os Estados começaram a ser instituídos na Europa Ocidental, nenhum deles era reconhecidamente soberano, o que mudou com a era do Estado soberano, coincidindo com a época moderna, com a expansão do poder e da influência das grandes potências. Sabemos que o sistema estatal e a modernidade estão historicamente interligados. Embora o Estado soberano tenha surgido na Europa, também foi adotado na América do Norte e na America do Sul, até que se difundiu pelo mundo.
O relacionamento entre grupos políticos independentes constitui o principal problema das RI. Que leva ao conceito preliminar de sistema estatal, definido pelas relações entre grupos de indivíduos distintos que organizados em territórios, sem serem coagidos por qualquer poder exterior, desfrutam independência entre si. E as RI estudam tais interações.
A primeira demonstração histórica de um sistema estatal foi na Grécia antiga, conhecida como Hélade, que abrangia um grande número de cidades-Estado. No entanto o sistema estatal de Hélade pouco se assemelha com o sistema atual, pois este tinha como base, uma linguagem e religião em comuns. Sistema que logo fora destruído e subordinado pelo Império Romano, dominou diversas regiões, mas depois foi derrubado pelas tribos bárbaras. Tempos depois a Idade Média chama atenção por ter sido a era dos Impérios e conflitos. Mas as relações davam-se de forma lenta, por conseguinte a maioria das organizações formava um mundo centrado em si mesmo.
As relações Internacionais na Era Medieval deram-se de maneira discreta, pois o poder e a autoridade eram organizados de maneira religiosa e política, ou seja, não haviam territórios demarcados como conhecemos hoje, ainda não existia independência política territorial. O que facilitava a desordem, conflito e violência nas regiões. Porque o poder de guerra estava nas mãos dos cavaleiros e de seus seguidores, que faziam justiça de acordo coma as próprias leis. O Estado soberano nos tempos medievais era organizado de maneira diferente, onde cada grupo tinha um papel a representar, por exemplo, a justiça que era garantida pelos governantes políticos e religiosos. Tudo funcionava através de um sistema de hierarquia política e religiosa.
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