A Ajuda Do Brasil Ao Haiti Em 2004 Após O Exílio De Jean Bertrand Aristide
Artigo: A Ajuda Do Brasil Ao Haiti Em 2004 Após O Exílio De Jean Bertrand Aristide. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: danniellle • 7/2/2015 • 3.957 Palavras (16 Páginas) • 778 Visualizações
FACULDADE INTEGRADA DO RECIFE
CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
PROJETO:
A Ajuda do Brasil ao Haiti em 2004 Após o Exílio de Jean Bertrand Aristide
Recife, 2007.
DANIELLE ALVES
PROJETO:
A Ajuda do Brasil ao Haiti em 2004 Após o Exílio de Jean Bertrand Aristide
Trabalho realizado para a obtenção parcial de créditos na disciplina Métodos e Técnicas de Pesquisa, do Curso Relações Internacionais, da Faculdade Integrada do Recife – FIR, ministrada pelo prof. Eliezer Queiroz de Souto.
Recife, 2008
SUMÁRIO
1. JUSTIFICATIVA 4
2. OBJETIVOS 5
2.1 Geral 5
2.2 Específicos 5
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6
3.1 A Sociedade Local 6
3.2 A Propriedade Privada e os Proprietários 6
3.3 Pré-Conceito Racial 7
3.4 O Haiti Pós-Independência até os Dias Atuais 7
3.5 O Panorama Geral do Primeiro Semestre de 2004 10
3.6 O improvável acontece: uma articulação internacional com as bençãos da ONU e do setor privado 11
3.7 O futebol de manifestação cultural a instrumento político 12
3.8 Hard power, soft power, o futebol e o Brasil 13
4. METODOLOGIA 15
5. REFERÊNCIAS 16
1. JUSTIFICATIVA
Em 29 de Fevereiro de 2004, o então Presidente do Haiti, Jean-Bertrand Aristide sofre um golpe de estado. As ruas são tomadas por grupos armados que reivindicam o poder. A ONU intervém e solicita ao Brasil que envie tropas para o país a fim de manter alguma ordem interna.
Porém, os militares brasileiros, ao contrário dos demais países, não são tão hostilizados pelos rebeldes e nem pela população haitiana, e de certa forma são admirados pelos locais, principalmente pelo fato de que o Brasil é conhecido como o país do futebol o que gerou, tempos depois, uma declaração inesperada do Primeiro Ministro Interino do Haiti que gostaria que ao invés do Brasil enviasse além da ajuda humanitária as armas e soldados, que o país enviasse a seleção brasileira.
Inicialmente essa declaração foi vista com descrédito pela comunidade internacional, mas teve o inesperado apoio da ONU e do Presidente Luis Inácio da Silva que mobilizou a principal seleção de futebol para participar de uma partida amistosa naquele país, com a finalidade de promover a paz e o desarmamento na nação caribenha (FOER, FRANKLIN, 2005, P. 30).
Diante do que foi exposto até o momento, fica clara e evidente que o jogo amistoso, a presença de tantos jogadores de reconhecida importância e a atenção mundial voltada para o Haiti, naquela semana que antecede o jogo até o fim do mesmo, o futebol foi usado como arma política tanto para promover o Haiti quanto o Brasil.
2. OBJETIVOS
2.1 Geral
• Demonstrar como o Brasil, objetivando uma vaga no Conselho de Segurança da ONU, não mediu recursos humanos, financeiros e bélicos para enviar uma força de paz para a o Haiti, cuja crise interna serviu de pretexto para o governo brasileiro pudesse mostrar seu valor e ser digno de um assento no referido Conselho.
2.2 Específicos
• Demonstrar como a ajuda humanitária do Brasil ao Haiti e o futebol brasileiro foram utilizados como armas políticas para a nação brasileira reivindicar um assento permanente na ONU
• Demonstrar como o Soft Power brasileiro foi mais eficiente que o uso do hard power
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 A Sociedade Local
De acordo com James, C.R.L. (2000 P. 40), a sociedade local era claramente dividida em quatro grandes grupos estratificados e com papéis bem definidos.
O primeiro, os negros trazidos em porões de navios, sendo obrigados a passar por todo o tipo de maus tratos físicos e psicológicos, a fim de eles trabalhassem nas lavouras de açúcar e posteriormente, de café, sob as mais adversas condições, inclusive doentes, até a morte.
Não eram poupados crianças, mulheres grávidas e os raros velhos e qualquer coisa era motivo para castigo severo.
O índice de mortalidade era alto entre os escravos e a eles não era permitido ficar junto com suas famílias, tão pouco não podiam ler, ou escrever, e eram comuns os suicídios, os abortos forçados pelas mães que não queriam que seus filhos viessem a sofrer as tentativas de fuga e a formação de quilombos, que são comunidades de escravos fugitivos que se unem para lutar pela tão sonhada liberdade e o retorno para a África (JAMES, C.R.L., 2000 p. 50).
O segundo grupo era formado pelos brancos ricos que eram basicamente compostos por comerciantes de escravos, que lucravam muito com a mortalidade dos escravos, vítimas de maus tratos, torturas e fome, impelido pelos seus senhores, que se viam na obrigação de comprar mais escravos para repor os mortos e feridos e os agricultores, que ganhavam muito dinheiro com a venda de produtos agrícolas para o velho mundo.
O terceiro grupo, formado por negros e mulatos que compraram a sua liberdade e tinham condições de pelo comércio gerar riquezas para si. Eram invejados pelos escravos e hostilizados pelos brancos pobres.
Neste grupo encontravam-se alguns homens que tiveram acesso a alguma educação dos
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