A Coreia do Norte
Por: Natasha Araujo • 16/6/2016 • Exam • 1.117 Palavras (5 Páginas) • 702 Visualizações
Coréia do Norte:
Histórico:
A atual configuração geográfica da Coréia do Norte foi decidida em mais um dos conflitos que ocorreram durante a Guerra Fria. Como ocorrido com Berlin após a expulsão dos nazistas, a Península Coreana, que estava sobre domínio japonês desde 1910, foi dividida entre soviéticos e americanos.
Em 1949, os soviéticos e os americanos retiram-se do local. Kin Il-Sung, chefe do Parido Comunista Coreano, tenta convencer Stálin a invadir a Coréia do Sul, reunificando assim, os dois países ( que nunca haviam sido divididos). Inicialmente, por temer um conflito de larga escala na Ásia com os EUA, o Kremlin nega apoio. Todavia a China e seu novo modelo revolucionário e o desejo de unificação dos coreanos (com a promessa de uma rápida invasão evitando uma guerra civil), fizeram com que a URSS apoiasse o conflito. No caso da China, Mao Zedong, ainda com os ideaias de internacionalização da revolução, apóia o plano norte-coreano.
Dois dias depois, os EUA declaram guerra à Coréia do Norte. Seguem-se sucessivas incursões tanto da China quanto dos EUA, incluindo a intervenção de tropas da ONU. Com grandes perdas, as fronteiras por fim, foram fixadas onde ocorreram as ultimas batalhas, nas proximidades do paralelo 38.
Panorama Interno:
A Coréia do Norte é um país ainda prisioneiro das velhas políticas da Guerra Fria. Os norte-coreanos são um dos últimos Estados a seguir o modelo stalinista, com o exército no papel de sustentáculo e garantidor (já que o mesmo é o principal empregador, fornecedor e consumidor), o unipartidarismo e o intenso culto aos líderes.
O rígido controle ideológico é algo assustador. Não é permitida a entrada de qualquer veículo de comunicação estrangeiro e turistas são vigiados 24 horas por acompanhantes designados pelo governo, evitando assim qualquer contaminação capitalista. Durante anos o ideal de auto-suficiência foi divulgado pelo governo, e até mesmo era falsamente mantido com a ajuda soviética.
Mas desde o fim da URSS o cenário é o caos disfarçado de normalidade. Os prédios recém pintados escondem a fome e a miséria. Apenas as altas classes que pertencem ao partido conseguem acesso à comida. O partido responsabiliza os EUA por tal situação; a imagem de um contínuo conflito persiste nas mentes dos coreanos; somente com a derrota do imperialismo norte-americano, haverá a unificação das Coréias, e conseqüentemente, a ascensão de uma nova potência comunista.
Seu sistema político ganhou contornos quase monárquicos. A sucessão presidencial, feita de pai para filho sobre o controle e dirigismo das forças militares, cria um pitoresco cenário político, onde o partido articula-se por trás das ações demonstradas em público através da figura do líder.
Panorama externo:
A Coréia do Norte está entre uma China cada vez mais aberta aos mercados capitalistas e uma Coréia do Sul ligada às potências ocidentais. A instabilidade na região é produto de uma conjuntura de fatores, que serão analisados separadamente.
A) A questão da unificação.
Esta é uma questão delicada, não por ser essencialmente militar. As Coréias só foram dividas pós conferência de Yalta. Ainda é latente o sentimento da existência de um elo nacional, tanto que existem negociações para que ocorra uma transição pacífica. Todavia, a centralização do poder ainda gera desconforto. Um dos cenários possíveis para uma unificação não – pacífica seria uma intensa guerra civil, que teria evidentemente a intervenção norte-americana.
Internamente, mesmo que pacífica, a transição pode ser problemática, uma vez que a nova geração de Seul, cresceu afastada dos valores de unidade nacional com os norte-coreanos, e não vêem motivos para “sustentar” o atraso causado por 70 anos de regime comunista.
Já na ocorrência de uma unificação pacífica, externamente, é provável o alargamento das fronteiras de Seul até a China e a Rússia por ser econômica e militarmente mais evoluída do que Pyongyang. Além de perder uma área de influência, as bases americanas estariam nos limites chineses ao norte, que já possuem grades problemas no Mar Amarelo e no Mar da China. Já para a Rússia, a manutenção da tensão entre as duas Coréias, é uma garantia de uso do Mar Amarelo e uma proteção de qualquer invasão
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