A Inflação é a expansão monetária e o aumento no suprimento de dinheiro
Por: isabella1313 • 28/11/2017 • Trabalho acadêmico • 3.602 Palavras (15 Páginas) • 440 Visualizações
A inflação é a expansão monetária e o aumento no suprimento de dinheiro, que resulta no encarecimento nos preços dos produtos e na diminuição do poder de compra da moeda nacional. O aumento da inflação nas décadas de 1960 e 1970, resultou em um período de desestabilização da economia no Brasil. E na década de 1980, houve uma hiperinflação e forte retração na taxa de expansão econômica. Contudo, várias tentativas de estabilização ocorreram ao longo dos últimos anos. Este estudo, então, analisará os planos de estabilização após 1985, qualificando os impactos resultantes da adoção destes.
Em 1985, quando José Sarney foi eleito presidente da república, após um longo período sem um governo democrático, a economia vivia um cenário árduo devido à inflação que chegava a 100% ao ano, e ao final de tal governo, com 80% ao mês de inflação. Contudo, o governo estipulou que a causa da inflação pela qual o país passava era a própria inflação passada.
Para tanto, com o objetivo de eliminar este caráter inercial da inflação, foi lançado em fevereiro de 1986, o Plano de Estabilização Econômica (PEE), conhecido como Plano Cruzado, pelo Ministro da Fazenda Dilson Funaro, como primeira tentativa de recuperação da economia brasileira. Tal plano, tinha como principais medidas o congelamento de preços de bens e serviços por um ano, além da alteração da moeda de cruzeiros para cruzado, correção dos salários em relação à inflação, quando esta ultrapassasse 20% ao mês e a antecipação do salário mínimo, com objetivo de estimular o consumo da população. Porém, para seu êxito era preciso que os fatores primários da inflação estivessem sob controle. Em relação a isso a avaliação do governo foi favorável.
O Plano Cruzado, todavia, foi a primeira tentativa, de uma sequência de planos de estabilização para a recuperação da economia do país desde o final da ditadura militar. Pela primeira vez após este período houve a participação direta da sociedade na política, revertendo as opiniões sobre o governo, dessa forma a economia retomou seu curso e, além de tudo, o plano contou com grande apoio da população, em um primeiro momento.
Porém, com o passar do tempo, o congelamento e a ausência do controle dos preços prejudicaram o êxito do Plano Cruzado. Inicialmente, devido ao aumento da renda disponível e ao acesso ao crédito a demanda bateu ao teto como resultado do aumento do poder de compra da população e da economia aquecida. Mesmo não sendo uma medida principal, mas sim uma medida que duraria 90 dias, o congelamento tornou-se uma peça fundamental com a derrubada da inflação que resultou na melhoria da situação do país.
Figura 1. Consumo das famílias. Fonte: IBGE. Elaboração: Valor Data
A insustentabilidade total do plano ocorreu à medida que o avanço do consumo em todas as classes sociais, com o aumento do poder aquisitivo foi seguido por sérios problemas de abastecimento, não tendo produção suficiente para atender as necessidades dos consumidores. Com isso, vários comércios fecharam suas portas, por não obterem mais lucros. Para suprir estas necessidades, o governo passou a importar produtos a preços tabelados, o que resultou em um grande gasto do dinheiro público e à queda das exportações. Tudo isso pressionou a inflação, que retomou mais uma vez seu crescimento.
O Plano Verão foi anunciado em 1989 por Maílson da Nóbrega, último ministro da Fazendo do governo Sarney, que havia assumido o lugar de Bresser Pereira. Tal plano seguia o Plano Bresser e foi o quarto plano de estabilização de seu governo, que assim como os anteriores, tinha como principal objetivo controlar a inflação, para tanto seria necessário recuperar a confiança da população, estabilizar os preços e retomar os investimentos públicos e privados.
Como medidas, foi adotado um novo congelamento de preços por um prazo indeterminado, redução dos gastos públicos, privatização das estatais. Outro ponto proposto foi uma reforma administrativa e a criação de uma nova moeda, o cruzado novo, atrelada inicialmente em paridade com o dólar. A lei responsável pela criação do plano, determinou que os saldos das cadernetas de poupança fossem atualizados, para que os índices de rendimento fossem modificados.
Assim como o anterior, o Plano Verão, gerou grandes desajustes às cadernetas de poupança, tendo como grande fracasso o prejuízo da classe trabalhadora, acabando com pouco ou quase nenhum apoio da sociedade.
Com o objetivo de acabar com a inflação e estabilizar a economia, foi anunciada por Fernando Collor, primeiro presidente eleito de forma direta após quase 30 anos, uma série de medidas econômicas, um dia após sua posse, o chamado Plano Collor.
A então ministra de seu governo, Zélia Cardoso de Mello, anunciou as medidas que incluíam o congelamento de 80% do dinheiro do país e dos preços e salários e, principalmente, o confisco dos depósitos bancários e das cadernetas de poupança, o que levou à uma situação desesperadora grande parte da população, em particular às medidas de bloqueio do dinheiro, que levou a formação de longas filas nas agências e a falta de dinheiro nos bancos durante o feriado bancário de três dias para a implantação do plano.
De acordo com o plano, os saques estavam limitados a NCZ$ 50 mil, e o restante ficaria bloqueado por 18 meses, com a taxa 6% de juros ao ano. O presidente do Banco Central na época, Ibrahin Eris, afirmou que apenas 10% dos aplicadores na poupança foram atingidos porque 90% teriam menos de NZC$ 50 mil em suas cadernetas. Já em relação aos fundos de curto prazo e nas aplicações de overnight (refúgio de parte da classe média ante a “inflação galopante”), o limite foi maior, estabelecido em 20% ou NCZ$ 25 mil do saldo. Era previsto então, um congelamento equivalente a 30% do Produto Interno Bruto do país, para combater a inflação.
Em razão da péssima repercussão, o governo modificou alguns pontos de suas medidas, porém não impediu ao fracasso plano, que acabou mergulhando o país em uma grande recessão, que resultou numa diminuição de 3% no custo de vida, no encolhimento de 4% da economia registrado em 1990, além dos índices extremamente altos alcançados pela inflação.
Figura 2. Taxa de inflação. Fonte: Trading Economics
Tendo em vista o longo período de hiperinflação e falta de êxito dos planos de estabilização anteriores, foi criado o Plano Real pelo Ministro da Fazenda (e posteriormente presidente do Brasil, em 1994), durante o governo de Itamar Franco, que assumiu a presidência em 1992, após a renúncia de Fernando
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