A POBREZA NO BRASIL
Pesquisas Acadêmicas: A POBREZA NO BRASIL. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: GRIECO • 28/12/2013 • 2.242 Palavras (9 Páginas) • 458 Visualizações
POBREZA NO BRASIL: aspectos conceituais e o processo de construção histórica.
RESUMO
A pobreza se expressa através de múltiplas formas,
sendo visível seu crescente desenvolvimento em nível
mundial. Neste artigo faremos algumas reflexões
concernentes às abordagens conceituais e explicativas
sobre essa problemática, destacando seu processo de
construção histórica na sociedade brasileira, bem como
as políticas sociais que têm se constituído como
principais estratégias de enfrentamento desse problema
no Brasil.
2. A POBREZA E SUAS MÚLTIPLAS DIMENSÕES
O termo “pobreza” é uma palavra normalmente utilizada, pelo menos na
linguagem culta do nosso idioma, no singular. Embora isso ocorra, cabe dizer que na verdade, do ponto de vista conceitual essa palavra se constitui uma categoria teórica
que encerra uma gama de significados os quais demonstram que a pobreza é um
fenômeno bem mais complexo, de difícil mensuração e que ao longo do tempo
assumiu variadas proporções, não só no Brasil, mas também no mundo. Por isso
mesmo que alguns autores a classificam como sendo um fenômeno de múltiplas
dimensões.
Nesse sentido, é que vários desses estudiosos apontam as limitações
daquelas explicações que tomam como referência para suas argumentações sobre a
pobreza apenas a insuficiência de renda. Esse conceito mostra-se restrito porque, no
geral, tem por objetivo quantificar o número de pobres ou o tamanho da pobreza numa
determinada população e toma por base a relação entre esse número face a um
determinado valor monetário ou renda disponível.
Pereira (1996) expõe que essa é uma visão que estabelece uma definição
de pobreza absoluta e não como um fenômeno relativo. Nessa mesma linha
argumentativa coloca-se Soares (2003, p. 43), a qual descreve que esse valor
monetário ou renda disponível é utilizado em larga escala para mensurar a pobreza e
para constituir uma denominada ‘linha de pobreza’ ou de indigência, a primeira, no
geral, “[...] costuma ser associada ao custo de uma cesta básica de alimentos ou a um
conjunto de necessidades básicas”(SOARES, 2003, p. 43).
Deste modo, as metodologias utilizadas para definir a mensuração ou
tamanho da pobreza são bem variadas e em decorrência disso existem imprecisões
quanto aos reais números de pobres no mundo, inclusive no Brasil, pode-se dizer que
geralmente, as estatísticas apontam uma dimensão aproximada da pobreza em uma
dada realidade do país. O que não quer dizer que esse fenômeno não possa ser
mensurado, e sim, que as formas ou métodos utilizados são variados, pois partem de
referenciais, critérios e indicadores diferentes, o que de certa forma é até “normal”
considerando que existem percepções conceituais também divergentes acerca desse
problema.
Conforme vem sendo discutido, existem variadas formas de conceituar e
medir a pobreza. Sendo assim, também varia a forma como a classificam, ou seja, ela
pode ser vista como absoluta ou como relativa, como também já dissemos essa
“divisão” vai depender dos referenciais ou indicadores tomados como balizadores, até
para depois definir “[...] o básico ou o mínimo na provisão social pública ou privada que
será ofertada...”
Soares (2003), também trata dessas duas formas de classificar e
enquadrar os pobres, mostrando que o diagnóstico que toma a noção de pobreza relativa se faz através da “distribuição de renda como um todo”, ou seja, as famílias ou
os indivíduos são vistos como pobres se comparado ao padrão de riqueza existente e
o processo de distribuição desta riqueza como um todo. Já a pobreza absoluta é
mensurada “a partir da quantificação do número de indivíduos ou famílias abaixo de
uma determinada linha de pobreza” (SOARES, 2003, p. 47).
Em síntese, entende-se que a pobreza é um fenômeno multidimensional.
Sendo assim, pode ser vista como carência material face à insuficiência de
rendimentos, vinculada apenas as necessidades mais imediatas de sobrevivência
como: alimentação, vestuário, moradia, etc. Tal definição de cunho multidimensional,
também nos leva a entender a pobreza como a falta ou carência de acesso a bens e
serviços sociais públicos essenciais à reprodução do trabalhador e sua família,
expresso nas políticas públicas de corte social como: educação, saúde, moradia,
saneamento básico, transporte urbano, informação, dentre outras, ainda que também
considere à falta de recursos econômicos, mais precisamente a carência de
rendimentos. Dito de outro modo seria uma visão mais ampla do fenômeno para além de uma carência apenas em termos monetários, pois englobaria a carência social,
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