AS ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS
Por: Josiane Trevisan • 15/12/2016 • Seminário • 4.638 Palavras (19 Páginas) • 279 Visualizações
ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS
- Na eleição presidencial de 2016 dos EUA a vitória foi de Donald Trump, candidato polêmico e o primeiro presidente eleito norte-americano que nunca teve qualquer outro cargo público anteriormente, é possível compreender a vitória de Trump em uma conjuntura global de descontentamento com o establishment?
R: A resposta é aberta, mas algumas direções: há uma crise em relação a representação política no mundo, as pessoas não se sentem representadas por quem está no poder, isso ocasiona um descontentamento com o establishment, ou seja, a classe política profissional e conhecida a anos, o que leva a eleição de um outsider, mesmo com os discursos absurdos e preconceituosos de Trump, por este representar uma esperança no novo. O mesmo acontece no Brasil, vide a incerteza não apenas do cenário político atual, mas também de quem seriam candidatos viáveis em 2018.
- O Brexit e a eleição de Trump nos Estados Unidos são dois eventos que geraram incertezas sobre o futuro da política e da economia mundial. Além de serem fatores surpresas, ambos indicam tendências similares. Quais são os fatores que podem conectar a vitória de Trump e o triunfo do Brexit?
As semelhanças são: primeiramente, o discurso contra a imigração teve grande projeção tanto na campanha pelo Brexit quanto na retórica de Trump - o ressentimento de uma parte importante da população americana contra estrangeiros e refugiados foi capitalizada pelo republicano. Outra semelhança é decepção com a gerência da economia e reação contra a globalização: setores importantes da classe trabalhadora se sentem excluídos pelo processo de globalização - trata-se de um sentimento que ganha força tanto nos EUA quanto no Reino Unido. Especialmente após a crise de 2008 essa camada da população tem visto os seus ganhos sofrerem reduções substanciais, enquanto empregos tradicionais se mudam para países emergentes ou em desenvolvimento. Um ponto importante também é que em ambos os casos as pesquisas se mostraram erradas: no Reino Unido pesquisas chegaram a apontar que as chances de continuarem na UE eram de 88%, enquanto que analistas apontavam Hillary Clinton como próxima presidente dos EUA. O voto de protesto contra a classe política e o status quo foi também um dos fatores comuns entre Brexit e a eleição de Txrump.
- Explique a escolha de Hillary Clinton enquanto candidata do partido Democrata em detrimento de Bernie Sanders, nas eleições 2016, usando como parâmetro uma análise histórica do papel dos EUA na nova ordem mundial e do que as propostas dos candidatos representam.
Com o fim da Guerra Fria, os Estados Unidos não atingiram seu esperado patamar de hegemonia mundial, mas acabaram perdendo espaço para a multiplicação de polos de poder nos dois hemisférios. Os anos 2000/2010 trouxeram a crise econômica e a concorrência chinesa, desafios que os EUA enfrentam e os fazem enxergar que o “império” estadunidense está decaindo. Dessa forma, as eleições norte-americanas de 2016 representariam um desejo de políticas menos progressistas que a de Obama e mais intervencionistas, recolocando os EUA “de volta ao topo”. O partido democrata visualizou a realização desses desejos na candidata Hillary Clinton, pois Bernie Sanders representaria um reformismo extremo e não desejoso no momento para o eleitorado. A maioria dos eleitores estadunidenses, enquanto cidadãos da maior economia mundial e do exemplo clássico do capitalismo, enxergam em Hillary Clinton a continuidade de determinadas políticas e ações econômicas, diminuindo a probabilidade de qualquer mudança na inserção internacional do país. No candidato Bernie Sanders, entretanto, enxerga-se uma ruptura, uma quebra com a expectativa em relação à economia da superpotência e aos interesses dos mais ricos, visto que suas propostas se diferem e distanciam do “padrão” atual, o qual é mantido na fala de Hillary Clinton.
CRESCIMENTO ECONÔMICO DA ÍNDIA
- O setor de serviços e o setor de tecnologia de informação são os setores mais dinâmicos e importantes para a economia indiana. Segundo o que foi apresentado e discutido, quais foram os principais acontecimentos políticos e econômicos na Índia que definiram sua origem, assim como os principais desenvolvimentos da economia internacional que nutriram seu sucesso?
O crescimento econômico dos setores de serviços e de TI na Índia tem seu início no processo de liberalização e abertura econômica durante as reformas econômicas de 1991. Este processo administrado e moderado pelo Estado indiano tornou a economia indiana cada vez mais internacionalizada, abrindo espaço para investidores e compradores externos. A disponibilidade de poupança interna e, consequentemente, um alto nível de investimento por parte do governo é outro acontecimento de importância. Em terceiro lugar está o aprimoramento do setor de serviços e da própria estrutura de mercado por meio da inserção componentes tecnológicos por parte das empresas situadas no país, o que levou a uma melhora na produtividade do trabalhador indiano. Por fim, encontra-se o trabalhador indiano qualificado por meio de investimentos em educação superior por parte do governo proporcionou um custo de mão-de-obra qualificada relativamente menor e uma ausência de barreiras de idioma para o comércio internacional.
Já no contexto da economia internacional, encontra-se a rápida globalização do setor financeiro e de produção internacional como fonte constante de investimentos externos diretos na Índia. A busca por parte de multinacionais pelo baixo custo de produção e serviços indianos por meio do outsourcing – tomando proveito dos avanços tecnológicos disponibilizados nas décadas de 80 e 90 – também se configura como um movimento importante, que tornou a economia indiana uma das mais imponentes figuras no cenário internacional.
- Identifique pelo menos três dos principais desafios que enfrenta a economia da Índia para se tornar em uma potência econômica mundial.
Podem ser citados diversos exemplos de problemas a serem superados, dentre eles:
- Plano doméstico: observa-se empecilhos como os grandes déficits infraestruturais do país (principalmente no setor energético); assim como sua pesada, burocrática, e cara máquina pública; além dos diversos problemas sociais, econômicos, políticos, culturais e étnicos vividos pelo país, materializados em dois principais pontos: a extrema pobreza e o sistema de castas.
- Plano externo: concatenam-se duas principais questões, envolvendo a sustentação da oferta de Investimentos Diretos no país e de financiamento da Dívida Pública (mantendo a liquidez da poupança doméstica).
- Levando em consideração o fato de a Índia ser um país em crescimento econômico, qual a sua importância dentro da OMC?
Desde a sua criação, a OMC sempre teve como forte característica a diferenciação Norte x Sul (desenvolvidos x subdesenvolvidos), sendo os resultados disso perceptíveis em praticamente todas as tomadas de decisão e tratados ratificados pela organização. A partir da rodada de Doha, em 2008, a Índia passou a ter um papel importante da quebra dessa diferenciação antes “imposta”, sendo fundamental na atuação da coalizão de acordos que ajudassem países subdesenvolvidos, principalmente da África e Ásia, além de ser uma das principais barreiras para a aprovação do Acordo de Facilitação do Comércio, que visava a desburocratização do comércio exterior e à eliminação de barreiras administrativas. Somente após acordo realizado entre Índia e Estados Unidos, que garantia a soberania indiana sobre seus modos de produção agrícola e segurança alimentar, pelo menos até novo acordo; a partir disso, o Acordo de Facilitação do Comércio foi aprovado, abrangendo 160 países.
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