Governaça Corporativa
Ensaios: Governaça Corporativa. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Haugusto • 26/11/2014 • 1.975 Palavras (8 Páginas) • 324 Visualizações
Governança Corporativa
É o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas,
envolvendo as práticas e os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração,
diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de Governança Corporativa convertem
princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e
otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a sua
longevidade.1
Princípios Básicos
*Transparência: Mais do que a obrigação de informar é o desejo de disponibilizar para as
partes interessadas as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas
impostas por disposições de leis ou regulamentos. A adequada transparência resulta em um
clima de confiança, tanto internamente quanto nas relações da empresa com terceiros. Não
deve restringir-se ao desempenho econômico-financeiro, contemplando também os demais
fatores (inclusive intangíveis) que norteiam a ação gerencial e que conduzem à criação de
valor.
*Equidade:Caracteriza-se pelo tratamento justo de todos os sócios e demais partes
interessadas (stakeholders). Atitudes ou políticas discriminatórias, sob qualquer pretexto, são
totalmente inaceitáveis.
*Prestação de Contas (accountability): Os agentes de Governança devem prestar contas de
sua atuação, assumindo integralmente as consequências de seus atos e omissões.
*Responsabilidade Corporativa: Os agentes de Governança devem zelar pela
sustentabilidade das organizações, visando à sua longevidade, incorporando considerações de
ordem social e ambiental na definição dos negócios e operações.2
Origens da Governança Corporativa
Ao longo do século 20, a economia dos diferentes países tornou-se cada vez mais
marcada pela integração aos dinamismos do comércio internacional, assim como pela
expansão das transações financeiras em escala global. Neste contexto, as companhias foram
objeto de sensíveis transformações, uma vez que o acentuado ritmo de crescimento de suas
atividades promoveu uma readequação de sua estrutura de controle, decorrente da separação
entre a propriedade e a gestão empresarial. A origem dos debates sobre Governança
Corporativa remete a conflitos inerentes à propriedade dispersa e à divergência entre os
interesses dos sócios, executivos e o melhor interesse da empresa.
A vertente mais aceita indica que a Governança Corporativa surgiu para superar o
"conflito de agência" clássico. Nesta situação, o proprietário (acionista) delega a um agente
especializado (administrador) o poder de decisão sobre a empresa (nos termos da lei), situação
em que podem surgir divergências no entendimento de cada um dos grupos daquilo que
consideram ser o melhor para a empresa e que as práticas de Governança Corporativa
buscam superar. Este tipo de conflito é mais comum em sociedades como os Estados Unidos e
Inglaterra, onde a propriedade das companhias é mais pulverizada.
No Brasil, em que a propriedade concentrada predomina, os conflitos se intensificam à
medida que a empresa cresce e novos sócios, sejam investidores ou herdeiros, passam a fazer
parte da sociedade. Neste cenário, a Governança também busca equacionar as questões em
benefício da empresa.
1 http://www.ibgc.org.br/inter.php?id=18161
2 http://www.ibgc.org.br/inter.php?id=18163
A preocupação da Governança Corporativa é, portanto, criar um conjunto eficiente de
mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de assegurar que o
comportamento dos administradores esteja sempre alinhado com o melhor interesse da
empresa.3
Nível 1
As companhias listadas no Nível 1 devem adotar práticas que favoreçam a
transparência e o acesso às informações pelos investidores.
Para isso, divulgam informações adicionais às exigidas em lei, como por exemplo, um
calendário anual de eventos corporativos.
O free float mínimo de 25% deve ser mantido nesse segmento, ou seja, a companhia
se compromete a manter no mínimo 25% das ações em circulação.4
Algumas Companhias que aderiram a este nível de Governança Corporativa:
Banco Bradesco, Banco Panamericano, Eletrobras, Fras-Le, Gerdau, Itaú Unibanco, Randon,
Usiminas e Vale S.A.5
Nível 2
O Nível 2 é similar ao Novo Mercado, porém com algumas exceções. As empresas
listadas têm o direito de manter ações preferenciais (PN). No caso de venda de controle da
empresa, é assegurado aos detentores de ações ordinárias e preferenciais o mesmo
tratamento concedido ao acionista controlador, prevendo, portanto, o direito
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