L SISTEMA-MUNDO MODERNO COMO ECONOMÍA-MUNDO CAPITALISTA: PRODUCCIÓN, PLUSVALÍA Y POLARIZACIÓN
Por: yuki percheron • 1/12/2018 • Resenha • 2.344 Palavras (10 Páginas) • 418 Visualizações
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								ANÁLISIS DE SISTEMAS-MUNDO – Immanuel Wallerstein
CAPÍTULO 2: EL SISTEMA-MUNDO MODERNO COMO ECONOMÍA-MUNDO CAPITALISTA: PRODUCCIÓN, PLUSVALÍA Y POLARIZACIÓN
- Sistema-mundo moderno
 
- Origem: séc. XVI
 - Localizado: Europa e América → depois se expandiu para o resto do mundo
 
- Economia-mundo: capitalista
 
- É uma grande zona geográfica
 - Com divisão do trabalho (o que unifica)
 - Troca de bens básicos ou essenciais
 - Fluxo de capital e trabalho
 - Não está limitada por uma estrutura política unitária
 - Tem muitas unidades políticas dentro, que estão vagamente vinculadas entre si em um sistema-mundo moderno dentro de um sistema interestatal
 - Muitas culturas e grupos com religiões, idiomas e comportamentos cotidianos diferentes
 - Embora existam padrões culturais comuns - Geocultura
 
- Sistema Capitalista
 
- Acumulação incessante de capital → acumular capital a fim de acumular mais capital – processo contínuo e incessante
 - Só o sistema-mundo moderno é um sistema capitalista
 - Um sistema capitalista só existe dentro de uma economia-mundo → por isso andam de mãos dadas
 - Requer uma relação muito particular entre os produtores econômicos e aqueles que detêm o poder político
 - Os capitalistas necessitam de grandes mercados e de uma multiplicidade de Estados
 
- O que mantêm a eficácia das economias-mundo é a divisão do trabalho, e tal eficácia é função da riqueza em constante expansão que o sistema capitalista promove
 - Economia-mundo capitalista
 
- É uma coleção de instituições (criadas), cuja combinação da conta de seus processos, que estão inter-relacionados entre si
 - As instituições básicas são o mercado(s), as empresas, os múltiplos Estados dentro de um sistema interestatal, as unidades domésticas, as classes e os grupos de status (identidades)
 
- Mercado:
 
- Estrutura local concreta em que se compra e vende mercadorias ou uma instituição virtual
 - Mercados virtuais separados para todos os bens de consumo, capital e diferentes tipos de trabalho
 - Existe um só mercado global virtual para todos os fatores de produção combinados e barreiras que existem para o seu livre funcionamento
 - Marcado virtual é como um imã que atrai compradores e vendedores, e a atração é um fator político constante nos processos de decisão de todos: os Estados, as empresas, as unidades domésticas, as classes e os grupos de status
 - Mercado global virtual é uma realidade que influencia os processos de decisão, mas nunca funciona inteira e livremente (interferências)
 - Um mercado absolutamente livre → funciona como ideologia (não na realidade)
 - Uma das razões é que seria impossível a incessante acumulação de capital
 - Os capitalistas necessitam de mercados parcialmente livres
 - Os vendedores preferem sempre um monopólio (+ lucro)
 - Monopólios perfeitos são difíceis de criar, mas os quase monopólios não são
 - Quase monopólios precisam do apoio da maquinaria de um Estado forte, que possam sustentá-los
 - Há muitas maneiras de apoiar os quase monopólios:
 
- Sistema de patentes
 - Restrições estatais a importação e exportação (medidas protecionistas)
 - Subsídios estatais e benefícios fiscais
 - Capacidade dos Estados fortes de usar a força e prevenir que os Estados mais fracos desenvolvam medidas contraprotecionistas
 - O papel dos Estados como compradores em grande escala de certos produtos, se dispondo a pagar por preços excessivos
 - As regulações, que pesam nos pequenos produtores (a fim de elimina-los)
 
- As formas dos Estados de interferirem no mercado virtual são extensas e um fator de determinação dos preços e lucros
 
- Existem duas características antimonopolistas intrínsecas a uma economia-mundo capitalista:
 
- A vantagem de um produtor monopolístico é a perda de outro
 - Os perdedores negociam politicamente, para eliminar as vantagens dos ganhadores
 - Apelam às doutrinas do livre-mercado, oferecem apoio aos líderes políticos, e persuadem outros Estados a desafiarem o monopólio do mercado global, para que apoiem produtores competitivos
 
- Os quase monopólios são suicidas → duram pouco (cerca de 30 anos)
 - Os acumuladores de capital, movem seus recursos a novos produtos de ponta ou indústrias de ponta, quando os quase monopólios deixam de existir → ciclo de industrias de ponta
 - As indústrias de ponta têm vida breves, e são absorvidas por outras
 
- Empresas:
 
- São os principais atores no mercado
 - São as competidoras de outras firmas que operam no mesmo mercado virtual
 - Tem conflito com aquelas empresas de quem adquirem as matérias-primas e com aquelas que vendem seus produtos
 - Os fracassos das outras empresas removem concorrentes fracos, e são fundamentais para a acumulação de capital e concentração deste
 - Existe uma contrapartida no crescimento das empresas, o tamanho reduz os custos através das economias de escala, mas também agrega custos de administração e coordenação, e multiplica os riscos de ineficácia gerencial → resulta num processo de zigue-zague das empresas que são ampliadas e depois reduzidas
 - O tamanho das empresas tem consequências políticas diretas → maior peso político (influencia)
 - A divisão do trabalho em um mundo econômico capitalista divide a produção em produtos centrais (controlados por quase monopólios) e produtos periféricos (competitivos)
 - Há um fluxo constante de mais-valia de produtores de produtos periféricos para produtores de produtos centrais → chamado de troca desigual
 - Outras formas de transferir capital acumulado de regiões politicamente fracas para regiões politicamente fortes → pilhagem (conquistas) e privatizações de propriedades estatais
 
- Os quase monopólios dependem da proteção de estados fortes → estão nesses Estados (poucos)
 - Os processos periféricos tendem a se espalhar por um grande número de estados
 - Alguns Estados têm uma mistura quase igual de produtos principais e periféricos → Estados semiperiféricos
 - Os quase monopólios tendem a se autodestruir → o que hoje é um processo central se tornará amanhã um processo periférico
 - A degradação de produtos vai para os países semiperiféricos e depois para países periféricos
 - Novos processos centrais que substituíram aqueles que se tornaram mais competitivos são realocados fora dos estados em que eram feitos
 - Estados periféricos sofrem pressão dos Estados fortes e pressionam os fracos, querem acender ao centro e manter distância da periferia
 - Utilizam-se de políticas protecionistas e são receptores de indústrias antigas → focam em alcançar o "desenvolvimento econômico"
 - A evolução natural das indústrias de ponta e a lenta dissolução dos quase monopólios é o que explica os ritmos cíclicos da economia mundial
 - A nova indústria de alta tecnologia dá impulso à expansão da economia mundial e a acumulação
 - Levará a um emprego mais amplo da economia mundial, com salários mais altos e a um sentimento generalizado de relativa prosperidade
 - Com mais e mais empresas entrando no mercado do antigo quase monopólio, haverá uma superprodução, levando a um aumento do preço da concorrência, redução da demanda e do lucro, o estoque de produtos aumenta, levando a redução na produção → recessão/estagnação econômica
 - Ciclo de kondratieff → Fase A (espansão) e B (estagnação)
 - As mudanças que solucionam o problema imediato da inadequada expansão da economia-mundo (curto prazo) alcançam um equilíbrio de médio prazo, mas começam a criar problemas na estrutura no longo prazo
 
- Unidades domésticas:
 
- Consiste de três a dez pessoas, que reúnem seus recursos e renda para sobreviver coletivamente
 - O que distingue é alguma forma de obrigação de fornecer renda para o grupo e compartilhar o consumo resultante dessa renda
 
- Existem cinco tipos de rendimento no sistema mundial moderno:
 
- Salário (pagamento)
 - Atividade de subsistência
 - Pequena produção mercantil (vendido por dinheiro)
 - Aluguel (imóveis, por vantagens de localização – pedágio – ou por posse de capital – juros)
 - Pagamentos por transferências (empréstimos, herança, por seguro)
 
- A unidade doméstica em que a renda salarial representa:
 
- 50% ou mais da renda total de uma vida → "unidade doméstica proletária"
 - Menos que 50% → "unidade doméstica semiproletária" → empregadores preferem, pois podem lhes pagar menos
 
- Duas pressões sobre os salários: pelos trabalhadores assalariados e a pressão contraditória por parte dos empregadores. No longo prazo, há uma necessidade de ter uma demanda substancial e efetiva na economia mundial para sustentar o mercado de seus produtos
 - Os Estados são os mais bem sucedidos em sua influência sobre as unidades domésticas, uma vez que eles têm as ferramentas mais imediatas de pressão (a lei, a distribuição dos benefícios, a capacidade de mobilizar a mídia)
 - Mas onde o Estado seja mais fraco, estruturas religiosas, organizações étnicas e grupos similares podem se tornar as vozes mais fortes para insistir nas prioridades das unidades domésticas
 
- Classes e Grupos de status
 
- Existem classes dentro do sistema capitalista, já que há pessoas em diferentes níveis no sistema econômico, com diferentes níveis de renda e interesses
 - As classes e grupos de status são dois modelos alternativos de expressão coletiva para unidades domésticas
 - Os trabalhadores assalariados fazem parte das unidades domésticas e também são membros de grupos de status
 - Grupos de status ou identidades funcionam como rótulos atribuídos
 - Esses grupos de status ou identidades são os "indivíduos" que todos fazem parte: nações, raças, grupos étnicos, comunidades religiosas, mas também gêneros e categorias de preferências sexuais
 - Há uma pressão enorme dentro das unidades domésticas para manter uma identidade comum, para fazer parte do mesmo grupo de status ou identidade
 - O movimento constante de indivíduos dentro do sistema-mundo moderno, mais a pressão normativa para ignorar os grupos de status ou identidades, resultou em uma mistura de identidades originais no âmbito das unidades domésticas
 - Como a demanda por legitimação de casamentos gays
 - Por que é tão importante que as unidades domésticas mantenham uma única classe e identidade de grupo de status?
 
- A homogeneização ajuda a manter a unidade da unidade doméstica
 - Há benefícios para o sistema-mundo
 - As unidades domésticas funcionam como os principais agentes de socialização do sistema-mundo
 - Neles são ensinados o conhecimento e o respeito pelas regras sociais que se deve obedecer
 
→ é apoiado por agências estatais, como escolas, exércitos, instituições religiosas e pela mídia
- Os poderes constituídos de um sistema social esperam que a socialização resulte na aceitação das hierarquias do sistema
 
- Unidades domésticas também socializam seus membros para rebelião, rejeição e desvio
 
- Quando os sistemas históricos entram em crises estruturais, essas socializações antissistêmicas podem ter um profundo papel desestabilizador para o sistema
 
- O número de diferentes grupos de status aumenta, à medida que o tempo histórico avança
 - No final do século XX, começaram a reivindicar identidades baseadas em preferências sexuais
 
- As complexas relações da economia mundial, as empresas, os Estados, as unidades domésticas e as instituições através de unidades domésticas ligadas a membros de classes e grupos de status são ameaçadas por dois temas ideológicos opostos, mas simbióticos → o “universalismo” e “racismo e sexismo”
 - Universalismo:
 
- É um tema associado ao moderno sistema mundial
 - Significa a prioridade das regras gerais aplicadas igualmente a todas as pessoas e a rejeição de preferências particulares na maioria das esferas
 - As únicas regras consideradas permissíveis são as que podem demonstrar sua aplicação direta ao funcionamento adequado do sistema-mundo definido de maneira restrita
 - Meritocracia e matrimônio por exemplo
 - Tais mantras são repetidos com regularidade nos discursos públicos e devem ser o foco central da socialização
 - Tais mantras são evocados de maneira desigual em várias partes do mundo do sistema e estão longe de serem plenamente respeitados na prática
 - É uma norma positiva, o que significa que a maioria das pessoas afirma sua crença, e quase todos sustentam que é uma virtude
 
- Racismo e Sexismo
 
- São normas negativas, a maioria nega acreditar nelas, e alegam que os consideram vícios
 - São termos que se tornaram de uso comum a partir da segunda metade do século XX
 - Fenômeno mais amplo → poderia ser chamado de “antiuniversalismo” ou “discriminação institucional” contra todas as pessoas de um status específico ou grupo de identidade
 - Para cada tipo de identidade, existe uma classificação social hierárquica
 - Essas classificações são globais e locais, e os dois tipos de classificação têm enormes consequências na vida das pessoas e no funcionamento de uma economia mundial capitalista
 - A classificação hierárquica étnica é mais local, mas em cada país, um grupo étnico domina sobre os outros
 - As classificações hierárquicas religiosas variam
 
- O nacionalismo frequentemente assume a forma de ligação entre os lados de cada categoria
 - O universalismo e antiuniversalismo trabalham em diferentes arenas
 - Universalismo tende a ser o princípio operativo + forte → como estruturas ferroviárias do sistema-mundo
 - Quando o universalismo perde o equilíbrio em áreas específicas do sistema mundial, se tende a ver uma disfunção e as pressões políticas surgem
 - O universalismo garante uma tarefa relativamente competente e torna a economia mundial mais eficiente, e melhora a capacidade de acumular capital
 - Aqueles que tendem a ser responsáveis por processos de controle de produção tendem a apoiar critérios universalistas
 - O critério universalista desempenha um papel sócio-psicológica central na legitimação de atribuições meritocráticas
 - A norma do universalismo é tranquilizadora para aqueles que se beneficiam do sistema
 - O racismo, o sexismo e outras normas antiuniversalistas executam uma tarefa importante na atribuição de trabalho, poder e privilégio no sistema-mundo moderno
 - O antiuniversalismo representa as exclusões do espaço social e a inclusão em escalas inferiores, como regras para justificar as classes mais baixas, e mesmo para torná-los aceitáveis para aqueles que receberam uma classificação mais baixa
 - As codificações padrões antiuniversalistas são apresentados como verdades naturais e eternas que não estão sujeitos à mudança social, e como necessidades biologicamente determinadas para o funcionamento do ser humano
 - Tais concepções tornam-se padrões para o estado, local de trabalho, o espaço social, até normas que as famílias são pressionadas a usar para socializar os seus membros
 - O êxito nisto, justifica a polarização do sistema mundial
 - Desde a polarização, tem aumentado ao longo do tempo, o racismo, o sexismo e outras formas de antiuniversalismo tornaram-se importantes, embora a luta política contra tais formas de antiuniversalismo tornaram-se mais central para o funcionamento do sistema mundial
 - O sistema mundial moderno assumiu uma característica central de sua existência, a propagação e a prática simultânea de universalismo e antiuniversalismo
 
- Se para Wallerstein, o que mantêm a eficácia das economias-mundo é a divisão do trabalho, e tal eficácia é função da riqueza em constante expansão que o sistema capitalista promove, o que seria que manteria a eficácia das economias-mundo para as correntes Realista e Liberal e seus neos?
 - Wallerstein afirma que entre as instituições básicas de uma economia-mundo capitalista estão o mercado, as empresas, as unidades domésticas e classes e grupos de status. Será que as demais correntes predominantes nas RI’s, isto é, a realista e liberal, e seus neos, veriam estas como instituições básicas de uma economia-mundo capitalista? Sobretudo as unidades domésticas e classes e grupos de status.
 
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