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O PAPEL DO BRICS NA POLITICA EXTERNA BRASILEIRA

Por:   •  3/5/2017  •  Artigo  •  5.330 Palavras (22 Páginas)  •  468 Visualizações

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O PAPEL DO BRICS NA POLÍTICA EXTERNA BRASILEIRA

XXXXXXXXX[1]

Orientadora: Profa. XXXXXXXXXX[2] 

RESUMO

Este artigo tem como objetivo compreender a relevância do BRICS no que concerne às estratégias diplomáticas da política externa brasileira. Os valores da multilateralidade são defendidos como forma de se fazer valer os interesses brasileiros através do apoio de agrupamentos como o BRICS, que possui como um dos focos principais, a reforma das instituições multilaterais globais. Argumenta-se dessa forma, quais são as motivações e os interesses dos países membros do BRICS, a busca por reformas na ordem internacional. Pode-se verificar através da evolução da política externa brasileira, a definição do multilateralismo como meio de inserção no plano internacional e uma constante aproximação com países emergentes de interesses semelhantes.

Palavras Chave: BRICS; Política Externa Brasileira; Multilateralismo.

ABSTRACT

This article aims at understanding the relevance of the BRICS when it comes to the diplomatic strategies of the Brazilian foreign policy. The values of multilateralism are defended as a way of asserting Brazilian interests through the support of groups such as the BRICS, which has as one of the main focuses the reform of global multilateral institutions by adressing what the motivations and interests of the BRICS member countries are, and the search for reforms in the international order. The definition of multilateralism as a means of insertion in the international plan and a constant approach with emerging countries of similar interests can be verified through the evolution of Brazilian foreign policy.

Keywords: BRICS; Brazilian foreign policy; Multilateralism.

Introdução

Este artigo tem como finalidade, buscar respostas relacionadas ao nível de importância da relação entre os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) para a

política externa brasileira, além dos impactos causados por este grupo dentro da ordem global. Essa analise também busca compreender o relacionamento da política externa brasileira dentro de arranjos multilaterais, como no caso do BRICS. Observando os princípios da política externa brasileira, nota-se que a integração ao grupo está relacionada a um método diplomático de inserção ao meio internacional através de estratégias multilaterais. Dessa forma, através da multilateralidade na diplomacia, o Brasil encontra uma considerável capacidade de aumento de seu soft power[3] diplomático.

O multilateralismo foi considerado um dos pontos chave para a política externa brasileira, assim como a defesa pela normatização do ordenamento internacional. “Tanto o multilateralismo econômico, no seio do sistema Bretton Woods e de sua evolução, quanto o politico, no da ONU, como ainda em menor escala, o regional, no seio do sistema interamericano”. (CERVO, 2008, p. 94).

A formação de coalizões de países com interesses mútuos ou semelhantes, assim como o fortalecimento das instituições de caráter global capazes de regular a ordem internacional são alguns dos principais pontos que caracterizam a busca da PEB pelo multilateralismo. Outros exemplos de fortalecimento dessa metodologia diplomática seriam formações como UNASUL (União de Nações Sul Americanas) e IBAS (Índia, Brasil e África do Sul). Devemos levar em consideração as atuações brasileiras dentro da ONU, principalmente no que se refere as questões relacionadas ao Conselho de Segurança e também sua atuação na Organização Mundial de Comercio. O Brasil busca interação e complementação de forças através da multilateralidade, para assim poder agir de forma mais eficaz dentro dos espaços multilaterais globais.

Por fim, através de uma breve passagem pelos marcos históricos da política externa brasileira que lavaram a inserção do Brasil ao BRICS, podemos verificar o posicionamento do país e seu engajamento internacional. “O Brasil tem revelado capacidade de articular consensos. Vem sendo, com frequência, um tertius-interpartes, mediando posições entre grandes e pequenos no plano internacional”. (LAFER, 2007, p. 76).  

A partir da formação do BRICS, são apontados seus principais desafios, bem como os pontos de consenso que os mantem unidos na construção de uma ordem internacional multipolar.

  1. A PROEMINÊNCIA DE UMA NOVA ORDEM GLOBAL

Podemos verificar que ao decorrer dos anos os debates relacionados ao sistema internacional foram concentrados em dois pontos: na habilidade de influenciar que os países possuem e no posicionamento que ocupam através do contexto de poder entre os Estados. Começam a surgir possibilidades de se constituir uma nova ordem global provocando assim grandes debates dentro do sistema internacional, envolvendo polaridade e hegemonia como uma forma de evidenciar o quão transitivo está sendo o período histórico contemporâneo.

Quando as potências emergentes passam a ser inclusas num posicionamento de responsabilidade, perante fóruns paralelos e a organizações internacionais, tem colaborado para uma ampla diversificação e pluralidade na conjuntura da ordem global, resultando no surgimento de um sistema multilateral de economia onde o maior desafio consiste na adequação da balança de poder manifestada em termos de normas institucionais reguladoras e de desigualdade dos pesos econômicos.

A consolidação do G20 como órgão de decisão em matérias econômico-financeiras é um dos principais objetivos viabilizados com decisivo apoio dos BRICS. O BRICS é influente dentro do G20, e os dois grupos juntos influenciam outros foros. Sendo o G20 um foro criado para dar respostas à crise global, é natural que os membros do BRICS tenham um peso relevante também nos órgãos de governança financeira, como o FMI e o Banco Mundial. (PIMENTEL, 2013, pg. 183).

O aumento crescente da importância dos países emergentes dentro da economia política global tem mostrado que o surgimento de novas estruturas de poder é de extrema importância para que os mecanismos de resolução de crises obtenham uma eficaz implementação, podendo levar em conta a pluralidade de interesses que não mais encontram suas limitações nas grandes potências do ocidente.

Sendo um país emergente ou uma potência, nenhum país na atual ordem do sistema mundial, domina a capacidade de mostrar um papel de liderança capaz de orientar uma saída para a crise seguindo por seus modelos, reforçando assim a importância que novos polos de poder desempenham tomando cada vez maior espaço.

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