O Processo de Conquista e Ocupação da Amazônia: Perspectivas de Portugal e Espanha
Por: lukasrezende • 10/4/2018 • Artigo • 854 Palavras (4 Páginas) • 272 Visualizações
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS
COORDENAÇÃO DE RELACÕES INTERNACIONAIS
Processo de Conquista e Ocupação da Amazônia: Perspectivas de Portugal e Espanha[1]
Lukas Raphael Monteiro Rezende[2]
Com a finalidade de compreender o processo de conquista e ocupação do território amazônico, é de suma importância compreendermos o imaginário europeu sobre a região. A ideia de conquista era ainda mais chamativa aos europeus que as riquezas encontradas, a emoção de explorar o que antes havia sido apenas fruto de mitos lhes era extremamente atrativa.
Como mito marcante do período temos o El Dourado, em que se acreditava que existia uma cidade repleta de ouro, e que nesta havia um rio de ouro (LANGER, 1997). Animais fantásticos e fontes da juventude também faziam parte do imaginário europeu. A ideia de explorar o desconhecido unida à fascinação trazida pelos mitos, exacerbava o desejo europeu de explorar o Novo Mundo.
As narrativas do navegador e explorador espanhol Francisco de Orellana, por exemplo, que percorreu o rio Amazonas desde a sua nascente até sua foz, contribuíram para esse imaginário.
Com a aventura de Orellana, os espanhóis colocaram a Amazônia no campo das cogitações universais (REIS, 1982). Essa literatura dos exageros, de certa, forma, impulsionou as explorações europeias e incentivou as expedições rumo ao território amazônico.
Antes de falar sobre a conquista do território amazônico, é de suma importância citarmos o pioneirismo ibérico na arte da navegação. Portugal saiu
na frente da Espanha nas viagens ultramarinas, sendo impulsionado pela sua precoce consolidação como Estado-nação, poder centralizado (na mão de um rei absolutista), burguesia estável que visava o comércio de especiarias (é importante destacar a crise econômica que assolava a Europa) e a Escola de Sagres, local onde foram criadas diversas ferramentas com a finalidade de facilitar as navegações.
A ideia inicial consistia em conseguir uma rota mais rápida para as Índias, a fim de evitar os altos custos com o frete. Alguns acreditavam que conseguiriam chegar até as Índias cruzando o Atlântico, tendo em vista que não sabiam da existência de um outro continente. Essa é uma das teorias.
A outra, cujo embasamento se dá pela assinatura do próprio Tratado de Tordesilhas (1494), afirma que tanto portugueses quanto espanhóis já tinham conhecimento do território (possibilitado através de suas recentes descobertas tecnológicas) e que, portanto, viram a necessidade de dividi-lo antes mesmo de iniciar sua exploração. Sendo estes os aspectos históricos do processo de conquista e ocupação do Novo Mundo, considerando-os essenciais para a exploração da Amazônia.
O Tratado de Tordesilhas também se encaixa como aspecto legal, considerando que este concedeu legitimidade de conquista do território. Ao separar o mundo entre si, Portugal e Espanha, conscientemente ou não, também repartiram o continente americano (COSTA, 2004).
Outro aspecto legal se dá pela ideia de obrigação divina de catequização dos povos nativos. Ideia essa incentivada pelos padres jesuítas que acreditavam que deviam salvar a alma dos indígenas.
Para explorarmos os aspectos geográficos, temos a importância dos Andes, que agiu como uma barreira natural ao avanço espanhol, de forma que facilitou a exploração portuguesa na região amazônica.
Também é importante frisar que, na época, a noção de território estava intrinsicamente ligada à ideia de poder. Ou seja, quanto mais território, mais poder, de forma que tanto Portugal quanto Espanha buscavam expandir suas áreas de dominação.
Os territórios eram importantes para a exploração econômica. Considera-se como aspectos econômicos a busca por riquezas, sendo estas o ouro, a prata, pedras preciosas, as drogas do sertão e o pau-brasil. Estes agiram como substitutos para as especiarias das Índias.
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