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O Sudão do Sul - Análise

Por:   •  13/5/2024  •  Projeto de pesquisa  •  2.291 Palavras (10 Páginas)  •  51 Visualizações

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FUNDAÇÃO ARMANDO ÁLVARES PENTEADO[pic 1]

FACULDADE DE ECONOMIA

CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS

ANÁLISE DE MERCADOS INTERNACIONAIS: REPÚBLICA DO SUDÃO DO SUL

        

RAYANNE MORALES

TIAGO FISZBEJN

THIAGO GODOY

São Paulo

2017

  1. INTRODUÇÃO: HISTÓRICO, FATORES CULTURAIS E ECONÔMICOS

        O Sudão do Sul se encontra no continente africano e se limita ao norte com o Egito, com o Mar Vermelho, Eritreia e Etiópia ao leste, ao sul com Quênia, Uganda e Zaire, e oeste com a República Centroafricana, Chade e Líbia. Está atualmente dividido em 26 estados e 133 distritos. . (PITTA, 2010)

        A história sudanesa apresenta grandes marcas de profunda exclusão com grupos excluídos da vida econômica, política, social e cultural do país. Tal situação se acentuou com a dominação anglo-egípcia entre os anos de 1898 e 1956, período em que enfrentou uma política administrativa colonial antagônica no sul e no norte. Dessa forma, no norte [pic 2]

(GLOBAL RECORDINGS NETWORK, SD)

houve uma administração civil com substituição dos governos militares por agentes civis britânicos, enquanto no sul a administração seguia um modelo central nativo com separação dos grupos étnicos de modo a evitar conflito e controlar a população. Entretanto, em 1930 essa administração se modifica com uma política populista com aspectos semelhantes ao norte. Em 1956 o Sudão se torna independente com o baixar das bandeiras britânica e egípcia resultando no fim do domínio anglo-egípcio.  Logo após o Sudão passa a pertencer a uma política instável com conflitos internos entre o norte e o sul. (DE JESUS BISPO, 2006)

        Dar fim à prolongada guerra civil do Sudão tornou-se preocupação da administração de Nimeiri, resultando na assinatura do Acordo de Paz de Addis Ababa em 1972, que reconheceu as três províncias do sul como uma região autônoma, desenvolvendo uma política positiva com a devolução do poder às autoridades regionais, introdução da Constituição permanente em 1973, reconciliação nacional de 1977 e a extensão do Ato de Autogoverno do Sul de 1972, incluindo outra parte do país em 1980 restaurando a estabilidade do sul do Sudão. Infelizmente, os ganhos do Acordo foram em curto prazo, pois Nimeiri começou a enfraquecer a Constituição e as instituições fundadas, e havia o autoritarismo. (NASCIMENTO, 2012)

        Em 1983, houve o golpe final quando Nimeiri "unilateralmente" anulou o Acordo de Addis Ababa, repartindo o sul em três regiões e dissolvendo, assim, as instituições de autogoverno no sul. Com isso, introduziu e impôs as leis islâmicas da Shari'ah, e adicionou tons religiosos aos já sobrecarregados problemas políticos do Sudão. Os cidadãos do sul rejeitaram as políticas por meio do aparato militar, com o objetivo de libertar o governo da elite. Em 1985 ocorre a queda do governo, com a revolta popular.

         Não só diferenças religiosas entre o norte (muçulmano) e o sul (cristã e animista) deram origem á colisões, mas como também luta por posses de terras, mau governo, autoritarismo, corrupção, políticas públicas desiguais, infra-estrutura enferrujada, instituições decadentes com todos os seus respectivos vícios associados, que se agravaram em 1990 com a exploração do petróleo em algumas áreas resultando em uma acentuação de desigualdades sociais e econômicas.

        O Sudão está localizado entre as fronteiras da África árabe, África africana, África muçulmana, África cristã, África anglofônica e África francofônica. Dessa forma, atualmente cerca de 70% do total da população são muçulmanos, 25% animistas com crenças tradicionais e 5% são cristãos. Além dessa divisão religiosa, há também uma divisão étnico-cultural entre árabes, representando 39% da população, africanos negros representando 52%, beja compondo 6% da população e outras formações étnicas que representam 9% restante. (BADMUS, 2008) Há predomínio de muçulmanos com a população ligada ao Islão, enquanto a minoria idolatram deuses indígenas e são cristã. (PITTA, 2010) O inglês é o principal idioma, porém há cerca de 60 línguas regionais. (GLOBAL RECORDINGS NETWORK, SD)

         No final do século XIX, a região foi marcada por uma autonomia limitada que se estendeu até 1914 com o governo de Condomínio Anglo-Egípcio. Em 1916 houve a incorporação do sultanato ao Sudão.

        Com a independência do Sudão em relação à Inglaterra e ao Egito, o país fora ocupado por elites da região do Vale do Nilo, resultando, nas décadas seguintes, em gerações de governantes que exerceriam o poder de maneira diferenciada em relação às regiões do Sudão. Com isso, a população sudanesa começou a enxergar que os homens que ocupavam o poder central tendiam a beneficiar sua própria região, fazendo com que os grupos contrários a essa tendência começassem a surgir levantando protestos contra políticas governamentais diferenciadas. No entanto, há uma tendência em afirmar que os embates vividos na região teriam sido intensificados por estímulos de ordem étnica, marcados por uma luta entre árabes e africanos.

        Com isso, o combate aos rebeldes fortaleceu o ódio racial entre os grupos opostos. Diferenças culturais relativamente sutis que já existiam, mas eram toleradas, foram exploradas e potencializadas no governo de Cartum aumentando a rivalidade. Portanto, pode-se concluir que diferenças étnicas também fazem parte da dinâmica, além de políticas desequilibradas e degradação ecológica por secas perenes.

        Logo, o Sudão é uma república autoritária governada por Omar Hasan Ahmad al-Bashir, que está no poder desde o golpe militar de 1989; e desde 2003 que a região de Darfur resiste ao extremínio da população negra, por parte da árabe. . (PITTA, 2010)

        O Estado possui áreas desérticas que admitem muita pouca vida, e o semi-deserto. Essas regiões apresentam chuvas, e frequentes as inundações. Já ao sul, pode se observar que deserto vai deixando lugar à savana e depois à selva.  . (PITTA, 2010)

        A bacia do rio Nilo, serve de energia eléctrica e de irrigação para as plantações de algodão, principal produto de exportação, ao lado da goma-arábica. A economia do Sudão é baseada na agricultura especialmente nas regiões mais úmidas, dessa forma mais de 50% da população vive da agricultura de subsistência e da pecuária, contudo, o petroóleo também se destaca como grande fonte de renda. (PITTA, 2010)

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