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Os Estados Unidos no cinema: Mito e realidade

Por:   •  23/4/2018  •  Projeto de pesquisa  •  1.059 Palavras (5 Páginas)  •  262 Visualizações

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Optativa – Os Estados Unidos no cinema: mito e realidade

Prof. Antônio Pedro Tota

Aluno: Leonardo H. Faria Lima

Com base nos textos e em dois filmes de sua escolha da Unidade I, comente a afirmação: “O Oeste foi determinante na formação de caráter dos anglo-americanos”.

        Tomando como base os filmes de John Ford, a saber, No Tempo das Diligências (1939), Rastros de Ódio (1956) e O Homem Que Matou o Facínora (1962), é possível analisar o desenvolvimento do ideário do “Oeste” presente na formação de caráter do homem anglo-americano. Desde os anos 30, o americano se baseia em histórias fantásticas com relação à conquista do Oeste para impor seu ideário e visão de mundo sobre a verdadeira história que foi a expansão ao Oeste, marcada pela violência e barbárie.         

        Junto ao desenvolvimento da filmografia selecionada de John Ford – contando sempre com a excelente atuação do icônico galã John Wayne – é observável o desenvolver do conceito do Oeste entre os próprios americanos. O primeiro filme a ser analisado é o clássico cinematográfico “No Tempo das Diligências”, de 1939. Como o próprio título indica, a história se passa antes da modernização do Oeste, no estado do Arizona. É notável, na sociedade americana à época, que a alta classe estava ligada aos militares, banqueiros ou vaqueiros – únicos grupos que possuíam acesso aos bancos.

        Ao passo que a história avança, o grupo que se transporta de diligência rumo ao Novo México (cidade de Lordsburg) e é, então, atacado pelos Apaches, de modo que os grupos indígenas são sempre representados como o mal maior, colocados como sanguinários que atuam irracionalmente. Ao final do enredo, o exército americano acaba por salvar a todos, assim matando os índios e promovendo a paz.

        O segundo filme, ainda seguindo a ideia de exploração e criação do mito do Oeste, é “Rastros de Ódio”, de 1956. A história se passa no Texas de 1968, três anos após o fim da Guerra Civil Americana. John Wayne interpreta um veterano de guerra que, após lutar contra seu próprio povo, agora se vê obrigado a caçar os sanguinários Comanches, índios – mais uma vez – retratados como bárbaros sanguinários que tencionam “incendiar suas casas”, capturar suas mulheres e matar sem motivo.

        O filme retrata a luta pela justiça do homem branco americano, tentando se manter no Oeste a qual já havia se instalado, mas que ainda possuía índios que botava em risco a segurança e a propriedade conquistada por direito pelo bom americano. A figura do indígena é retratada como alguém, quando não agressivo, dócil e incomunicável, de modo que este “novo índio” se figura em um ambiente cada vez mais dominado pelo anglo-americano e que se dispõe a trocar informações por bens materiais – como ocorre quando os personagens principais “vendem” chapéus aos índios em troca de informações sobre “índios rivais”. Mais uma vez, apenas o homem branco acerta o tiro contra o índio, apenas o homem branco vence a batalha e não sai ferido.

        Por fim, o último filme selecionado de John Ford, “O Homem que Matou o Facínora” de 1962, já não demonstra o perigo dos índios ou a expansão para o Oeste. A história se passa no Colorado, na cidade fictícia de Shinbone, onde a ferrovia trouxe a modernização e a “civilização” aos desertos do Oeste. Ao início do filme os personagens demonstram essa diferença entre o passado e o presente, uma vez que, no passado – momento em que a história é realmente contada – o Oeste era vigiado não mais por índios, mas por pistoleiros sem lei.

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