Os Intelectuais E O Poder
Artigos Científicos: Os Intelectuais E O Poder. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Vivianefeitosa • 10/10/2013 • 1.033 Palavras (5 Páginas) • 610 Visualizações
OS INTELECTUAIS E O PODER
Conversa entre Michel Foucault e Gilles Deleuze
O poder não é um objeto natural, uma coisa; é uma prática social e como tal constituída historicamente.
(Sérgio Sanandaj Mattos)
Começo por uma indagação: Como um texto de 41 anos ainda pode contribuir para pesquisadores iniciais? E ainda hoje continuar afirmando sua veracidade? Analisando as questões apresentadas no texto, surgem mais indagações, como: o poder está em cada um de nós? Ou será que a voz “discurso” é uma arma do poder? Com todas essas indagações, chego à conclusão que esse texto está mais vivo do que antes.
Segundo Deleuze, havia uma nova visão em relação a vivencia da teoria-prática daquele momento. Tendo como conseqüência a prática da aplicação teórica ou vice-versa, “devendo inspirar a teoria, como sendo ela própria criadora com relação a uma forma futura de teoria”, porém Foucault e Deleuze viam isso de outra maneira, em que as relações teoria-prática são bem mais parciais e fracionadas. Tendo a prática como um conjunto de alternância entre teorias e também, alternância entre uma prática e outra, alimentando e criando assim, novas teorias, pois quando se cria uma teoria se faz necessário a prática dessa teoria para melhor desenvolvimento e aceitabilidade da mesma. E a partir da alternância desses conjuntos, vão surgindo novas teorias.
Partindo deste conceito, Foucault e Deleuze já não tinham o intelectual teórico como centro da representatividade, ou seja, deixaram de agir e lutar representando a classe menos favorecida da sociedade. A partir daí os intelectuais não representavam mais, e assim passou a existir a ação da teoria e a ação da prática.
Segundo Foucault, os intelectuais descobriram que a burguesia já não necessitava do saber deles, entenderam perfeitamente que os mesmos tinham consciência e conhecimento suficiente para falarem por si próprios e que esse poder já não estava só na censura, mas também estava entranhado na sociedade. E já não tinham obrigação de levar as verdades até então muda da sociedade. “é antes o de lutar contra as formas de poder exatamente onde ele é, ao mesmo tempo, o objetivo e o instrumento: na ordem do saber, da “verdade”, da “consciência”, do discurso”.
Deleuze deixa claro que “uma teoria é como uma caixa de ferramentas”, sendo assim é preciso que essas ferramentas sirvam e funcione para que as pessoas possam utilizá-las e principalmente que seja útil para o teórico que deixa de ser teórico e passa a ser praticante, pondo em prática sua teoria e assim vão surgindo outras teorias. Para Deleuze é curioso que essa teoria seja dita tão explicitamente por um intelectual como Proust. Vejamos: “tratem meus livros como óculos dirigidos para fora e se eles não lhes servem, consigam outros, encontrem vocês mesmos seu instrumento, que é forçosamente um instrumento de combate”.
Diz Foucault: “nosso embaraço em encontrar as formas de lutas adequadas – não virá de que ainda ignoramos o que é o poder?” a teoria de Freud e Marx não foi suficiente para ajudar os intelectuais Deleuze e Foucault conhecerem o tão enigmático “poder”. Concluíram que:
“ao mesmo tempo visível e invisível, presente e oculta, investida em toda parte, que se chama poder... existe atualmente um grande desconhecimento: quem exerce o poder? Onde o exerce? Atualmente se sabe, mais ou menos, quem explora, para onde vai o lucro, por que mãos ele passa e onde ele se reinveste, mas o poder... sabe-se muito bem que não são os governantes que o detêm. Mas a noção de “classe dirigente” nem é muito clara nem muito elaborada... não se sabe ao certo quem o detém; mas se sabe quem não o possui.” (p.75)
Arrisco-me em dizer que o poder é de quem
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