PERSPECTIVAS DOS CÉTICOS E GLOBALISTAS SOBRE A GLOBALIZAÇÃO
Por: Rafael Ramos • 30/1/2017 • Artigo • 2.069 Palavras (9 Páginas) • 516 Visualizações
A PERSPECTIVA DOS CÉTICOS E GLOBALISTAS SOBRE A GLOBALIZAÇÃO
Elton Cardoso
Leon Torquato
Luiza Freitas
Mateus Gomes
Rafael Paes
Rafael Ramos[1]
Docente: Kamila Massoud[2]
RESUMO: Neste trabalho, apresentamos ideias contra e a favor da globalização demonstradas nas abordagens de céticos e globalistas, passando pela contextualização histórica do sistema capitalista, da busca pelo poder, o conceito e os contrastes desse processo. Mostramos o quanto que é importante o debate de ideias acerca da globalização na área de relações internacionais, e de maneira geral procuramos destacar o quanto é imprescindível a compreensão de cada lado para a formação de identidades críticas no mundo atual. Por fim, concluímos é que de extrema importância estudos que visam a caracterização, formulação de ideias e debates sobre a globalização, principalmente quando há formas alternativas de abordar as vantagens e os problemas desse processo.
PALAVRAS-CHAVE: Mundialização; Debate de ideias; Globalização popular; Relações Internacionais.
INTRODUÇÃO
O termo globalização tem sido um dos mais utilizados pela mídia em geral nas últimas duas décadas. Pode-se definir globalização como um processo bastante amplo, que se caracteriza pelo intenso intercâmbio mundial de mercadorias, capitais, pessoas e serviços. Antes de 1991, esse termo era pouco utilizado. Ele passou a ser frequentemente empregado por pesquisadores, jornalistas e pessoas em geral após o fim da União Soviética, quando as principais barreiras para a expansão do capitalismo pareciam ter sido eliminadas.
Embora o termo globalização seja relativamente novo, acredita-se que o fenômeno teria se iniciado com as grandes navegações dos séculos XV e XVI. A diferença entre as “globalizações do passado” e a globalização dos dias atuais é que em nenhuma época se produziu um volume tão grande de riquezas e houve uma integração econômica tão imensa entre os países.
A globalização é um processo que suscita controvérsias principalmente quando a mesma é objeto de estudos e pesquisas. Os Pensadores da globalização dividem-se em dois grupos, os céticos e os globalistas que tem visões distintas da globalização, desde os conceitos até as novas ordens mundiais estabelecidas pelo fenômeno. Apesar das divergências entre globalistas e céticos, os mesmos foram essenciais para a consolidação de estudos sobre a globalização, sendo que este fenômeno possui extrema relevância para o campo científico das Relações Internacionais.
O objetivo deste trabalho é apresentar, contextualizar e debater as perspectivas dos céticos e dos globalistas quanto ao processo de globalização, discutindo suas ideias e situando-as no contexto capitalista. Para isso, começaremos situando o contexto histórico em que surgiu, demonstrando a busca pelo poder das nações europeias para com o resto do mundo, além de mostrar o conceito, suas problemáticas e contrastes. Entraremos então no debate das perspectivas de céticos e globalistas, suas principais ideias e as formas alternativas de globalização (no caso a globalização popular) e onde ela se encaixa nesse debate de céticos e globalistas. Por fim, as considerações finais do trabalho desenvolvido.
1 O contexto histórico, a busca pelo poder e o conceito de globalização
Sobre o viés das expansões marítimas que ocorreram durante o século XV e XVI, encabeçadas pelos países Europeus que buscavam uma ampliação de suas riquezas em necessidade da manutenção de seus sistemas econômicos ascendentes, é possível notar deste ponto as faíscas que permitiriam o surgimento de uma sociedade internacional que se desenvolveria e englobaria todos os Estados e colônias existentes, submetendo-os a um mesmo ideário econômico que promoveria gradualmente uma aproximação (aparente e desigual), a priori pelo viés comercial, destas entidades políticas e que alcançaria âmbitos como o político, o social e o cultural (AGGIO; COELHO, 2004).
Ainda que importante, as vozes que expressam e tentam, de alguma forma, conceituar o que é a Globalização só começaram a ressoar no cenário mundial na contemporaneidade, difundindo-se das academias para uma noção popular sobre o fenômeno. Há teóricos como Samuel Huntington (1994) que referem-se a esse fato como uma onda democratizante que surgiu com o colapso do comunismo e que deu liberdade ao capitalismo para propagar-se sem limitações pelo globo, incitando a democracia política em vários países encabeçadas pelos interesses de potências europeias e dos Estados Unidos. Seguindo essa perspectiva e explicitando uma diversidade quanto a concepção do que é realmente esse processo de aproximação (tanto econômico, social e político) dessas unidades de poder, há aqueles que limitam esses pilares ao afirmarem que essa integração só é possível com a hegemonia estadunidense.
Nota-se que o círculo de informações que discorrem a respeito deste assunto é tão diverso e amplo que uma conceituação única e definitiva deste, ainda é uma realidade a ser construída. Entretanto, pode-se apontar uma questão em comum entre o conjunto desses conhecimentos: para eles, é inegável o fato de que as antigas limitações territoriais sofreram uma drástica diminuição, mitigadas através do aumento do fluxo de informações que minimizou a distância entre as comunidades e promoveu a intensificação do contato entre as pessoas.
A Globalização ampliou as possibilidades de crescimento, da reconstrução de subjetividades com o intuito de promover uma série de temas que dizem respeito à dignidade humana, permitiu a promoção de sistemas políticos mais igualitários; precisamente, suas contribuições foram inúmeras, assim como as suas consequências, moldando-se através de um processo que mutilou, agrediu e eliminou povos inteiros; caracteriza-se, portanto, como um elemento extremamente contraditório.
2 Debates entre Céticos e Globalistas: Perspectivas diferentes
Embora a complexidade de seu conteúdo impossibilite a construção de um conceito universalmente aceito, uma vez que os debates sobre sua veracidade são pungentes em todo o globo, há duas correntes de pensamentos que circulam pelas academias e que alcançaram, a partir de seus argumentos, certo nível de ortodoxia. Denominados como globalistas e céticos, os primeiros sustentam a ideia de que a Globalização é um processo real e profundamente transformador enquanto os segundos divergem quanto a essa concepção, dizendo que é a partir dela que surgem as dificuldades que impossibilitam uma definição clara sobre as forças que estão modelando a sociedade contemporânea (HELD; MCGREW, 2010).
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