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Politica Como Moralidade

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Por:   •  12/11/2014  •  973 Palavras (4 Páginas)  •  350 Visualizações

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Política como moralidade: A banalização da ética

Franklin Leopoldo e Silva

Introdução

Hannah Arendt mostra que Eichmann, nazista encarregado de organizar o transporte de judeus para os campos de concentração:

- não era um homem tomado pelo ódio, uma assassino frio.

- Era apenas um funcionário do sistema que cumpria com eficiência as ordens, dando o melhor de si para que as coisas funcionassem da melhor forma possível na esfera de sua administração.

- Tinha plena consciência de suas responsabilidades e desejava ascender na carreira e contribuir para o bem do Estado e da sociedade

Defesa: nada do que fez era contrário às leis então vigentes no Estado alemão.

Era apenas um elo na imensa cadeia burocrática e militar dotada de complexa funcionalidade.

A consciência está de algum modo presente em todos os atos, atuando operacional e reflexivamente.

- A consciência do ato: o sujeito pensar no faz e ser capaz de julgar os próprios atos.

Esse tipo de juízo fazia Eichmann dos atos que praticava e das responsabilidades que assumia?

- Julgava seus atos de modo determinado: condições de possibilidades, combinados com dados empíricos, para a produção de resultados objetivos = eficácia técnica.

Dentro dessa lógica, é possível produzir, de forma ordenada e estável, soluções para vários problemas de diversas ordens, inclusive a solução final.

Nesse sentido, o mal pode ser uma realização técnico-científica que ocorre a partir dos critérios de evidência na sua adequação e eficiência na sua aplicação

Aplicação de regras produzidas pela racionalidade técnica:

Haveria apenas uma diferença de grau entre administrar uma repartição burocrática e organizar a morte de milhões de seres humanos

Racionalidade técnica:

juízo técnico determinante = conjunto de ações determinadas pelas condições de uma eficácia planejada e prevista

Não há necessidade da reflexão para discernir o valor das ações e julgar o que seria melhor a partir de critérios objetivos e subjetivos.

Juízo reflexionante:

- Princípio é a liberdade de produzir a norma que se considera aplicável à realidade.

- O ato de julgar exclui a determinação estritamente mecânica ou funcional.

- Capacidade humana: a liberdade de escolher, buscar e discernir critérios de valor

- Instância subjetiva com alcance coletivo, comunitário.

A capacidade de julgar a partir de si mesmo, no interior de uma interação humana em que subjetividade e alteridade se constituem em regime de reciprocidade que se manifesta na comunidade humana.

A incapacidade de julgar não foi regra geral durante o período nazista, mas vem sendo algo como um modo de vida desde há muito tempo.

O Ocidente estaria marcado por esta característica:

- renúncia ao julgamento ao pensar comunitariamente

- renúncia à dimensão pública do sujeito moral e político – o cidadão, na sua efetividade.

A política:

Requisito: A disposição para o confronto das opiniões subjetivas, num procedimento que visa ao interesse da polis.

O sujeito político é aquele cuja opinião subjetiva não está vinculada à defesa do interesse particular.

A dimensão pública é desde o início o critério orientador.

Exigência do deslocamento: a consideração da opinião do outro em igualdade de condições com a sua própria opinião. Para compreendê-la.

Requisito fundamental da democracia: Vínculo interno entre universalidade e singularidade

- Condição da experiência política: relação entre subjetividade e alteridade. Intersubjetividade.

- Cada um pode reconhecer-se no geral a partir de sua singularidade

- A individualidade se define pelo vínculo comunitário e pela isonomia (Igualdade perante a lei) da palavra compartilhada.

- Interligação entre autonomia e isonomia

A universalidade do juízo político

- ocorre a partir da relação dialógica entre os juízos singulares.

- Universalidade de consenso

Política ocorre entre os indivíduos, no espaço comum da vida pública.

Vida política: individualismo moderno e Estado como configuração de poder.

Impossibilidade:

- O indivíduo é um ser abstrato: sem raiz na vida comunitária autêntica

- Comunidade: agregado de elementos extrinsecamente relacionados por uma instância a quem o poder

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