Recensão critica “Teoria das Relações Internacionais”, de Kenneth N. Waltz

Recensão Crítica ao livro “Teoria das Relações Internacionais”, de Kenneth N. Waltz

 

 

 

 

 

 

 

2019

1. Apresentação do autor  

 

Kenneth Neal Waltz foi um cientista político norte-americano nascido em 8 de junho de 1924, e que faleceu em maio de 2013.  Ficou conhecido como sendo um dos fundadores da doutrina do neorrealismo das relações internacionais.  Durante a Segunda Guerra Mundial, Waltz foi convocado pelo o exercito dos EUA, e também serviu novamente aos EUA na Guerra da Coreia em 1948.   Doutorou-se em ciência política na Universidade de Columbia em 1957, onde também fez parte do corpo docente como professor e pesquisador da Universidade.  Waltz exerceu um papel imprescindível no desenvolvimento da disciplina das relações internacionais, publicando em 1979 uma das maiores obras do campo, que foi ,Theory of International Politics, uma narrativa sistémica do equilíbrio de poder, que permanece ate hoje como um texto canónico na ciência politica.  Para Kenneth Waltz para entendermos a política internacional é necessário examinar a estrutura do sistema internacional, fazendo uma reflexão sobre as alianças entre Estados. As duas principais características da teoria de Waltz são o Estado Anárquico e o Equilíbrio de poder entre Estados nas Relações Internacionais.  

 

 

2. Apresentação sumaria do livro

 

A obra de Kenneth N. Waltz  “ Theory of International Politics ” cuja tradução portuguesa é disponibilizada ao público pela editora Gradiva,  foi publicado pela primeira vez em 1979, tem como finalidade explorar as teorias da politica internacional, desenvolver uma politica internacional que corrija os lapsos das teorias atuais, e examinar algumas das aplicações da teoria desenvolvida.    É considerado pelos especialistas no campo das relações internacionais como a obra mais especifica do neorrealismo em termos teóricos, e está dividido em nove capítulos onde o autor expõe um aclaramento científico do sistema político internacional. Assim sendo, Waltz foca-se na estrutura do sistema e nas suas unidades interativas, em que divide a estrutura em três níveis de analise sendo o primeiro a ordem do sistema internacional, a anarquia, o segundo as unidades que compõe a estrutura, que no caso são os Estados, e o terceiro nível a distribuição das capacidades pelas unidades do sistema.   Waltz tenta obter resposta a existência de Guerras ao longo da historia no sistema internacional. Através da busca pela sobrevivência há um ajuste entre as capacidades do Estados, formando uma balança de poder ao qual seria um “jogo” das unidades pelo equilíbrio nas relações internacionais, em que o autor acredita ser a bipolaridade, não a multipolaridade o mais estável para o sistema por este diminuir as possíveis alianças que possam existir na multipolaridade, e também porque a bipolaridade traz consigo mais transparência nos atos políticos.  Outro ponto abordado pelo ator é o conceito de soberania: “Dizer que um Estado é soberano significa dizer que ele decide por si mesmo como irá enfrentar os seus problemas internos e externos, incluindo se quer ou não procurar assistência de outros e ao fazê-lo limitar a sua liberdade chegando a compromissos com eles”. (Waltz K. , 1979) Waltz elabora a sua teoria tentando preencher as lacunas do realismo no que diz respeito as esferas fora da política por meio dessa mesma esfera. Essencialmente, as questões relativas a sobrevivência na anarquia, o dilema de segurança, a dinâmica da balança de poder e a importância das potências são tratados no neorrealismo, contudo, diverge quanto ao método sistémico e quanto

ao nível de abstração, pois ignora as especificidades dos Estados e a relevância dada ao Estado de natureza humana.    

 

 

 

3. Crítica Externa  

 

A obra de Waltz tem como questão central a causa das Guerras, e utiliza uma abordagem sistémica para atingir o seu objetivo, recorrendo a investigações científicas e distinguindo o que é aplicável ou não para o estudo. Baseia-se no realismo de pensadores anteriores como foi o caso de Morgenthau, Edward Carr, Hobbes, e tem uma certa influencia do behaviourismo, o que torna muito complexa a sua abordagem e analise ao neorrealismo.  Na sua obra, Waltz exibe uma teoria geral das Relações Internacionais, onde tenta explicar de maneira científica o sistema político internacional. Assim sendo, Waltz foca-se na estrutura do sistema internacional, e nas suas unidades de relação, onde tenta examinar o conceito de estrutura social interligando-a com o conceito mais adequado para a política nacional e internacional.  Feito isso Waltz finaliza a sua tese arrematando que a relação internacional deve ser encarada como uma figura, sendo a estrutura do sistema um anel ao qual engloba os Estados que atuam externamente e relacionando-se uns com os outros. Este anel afeta não só as interações entre Estados, mas também os seus atributos. Assim, ao mesmo tempo que os Estados detêm a sua soberania, cada um tem com os outros uma relação mensurável, formando uma ordem.   Durante todo o texto Waltz demonstra a importância de uma base estrutural dentro de um Estado e ate mesmo de um sistema. Essa estrutura organizacional tem seus aspetos positivos, pois facilitam a compreensão só sistema internacional como um todo, permitindo uma maior integração entre as nações aumentando a interdependência entre os mesmos, assim como, assegura uma maior oportunidade de cooperação entre os Estados e possibilita também o avanço e desenvolvimento de novas teorias que consigam explicar de uma melhor forma as Relações Internacionais.  Concluindo, considero que a teoria de Waltz não é 100% aplicável a atualidade visto que estamos perante o surgimento de novo atores internacionais, de novos desafios, ameaças e uma multipolaridade, daí ele afirmar que o ideal seria se o mundo fosse bipolar pois diminuiria a possibilidade de conflito e não poderia estar mais de acordo pois, em um mundo bipolar as probabilidades de conflitos são muito reduzidas, tornando o sistema mais estável