Resumo Teoria das Relações Internacionais
Por: Amanda Ludmilla • 2/4/2016 • Resenha • 2.087 Palavras (9 Páginas) • 796 Visualizações
Após o término da Primeira Guerra Mundial houve um período de “paz” entre 1919 e 1939 (início da Segunda Guerra Mundial), contudo essa paz fora indagada, já que a mesma destruiu o sistema de equilíbrio anterior e engendrou um período de instabilidade nas relações internacionais marcado pela reviravolta nas relações entre as potências e pelo crescimento dos egoísmos nacionais.
Alguns acontecimentos foram importantes para as transformações ocorridas na Europa e fora dela durante o período antecedente ao colapso da II Guerra Mundial.
-1918: Alemanha firma o armistício de 11 de novembro a 9 de janeiro de 1918 com base nos 14 pontos propostos por Wilson, para negociações de paz.
-1919: 18 de Janeiro – Conferência de Paz (Problemas desde sua origem).
-1919 e 1920: 5 tratados de paz firmados (Versalhes, Saint Germain, Trianon, Neuilly e, Sèvres) dispunham sobre desarmamento e segurança, delimitação de fronteiras na Europa e questões econômicas e financeiras, anexava-se o pacto de criação da Sociedade das Nações a todos os tratados.
1919: Bolchevistas fundam a Terceira Internacional como instrumento para inflamar a Europa e fazer a revolução mundial do proletariado. O pós-guerra era favorável aos objetivos originais da Terceira Internacional. Conquistaram a Alemanha com seus ideais, e na Hungria, contudo, o contágio despertava em 1919, agitações operárias na Áustria, Grã-Bretanha, Itália e França, como uma onda revolucionária que acabou sufocada no Ocidente, dando lugar a algumas ditaduras antibolchevistas no leste. Na Itália triunfaria o fascismo em 1922.
Antes da guerra, várias opiniões públicas pouco repercutiam sobre as relações internacionais, sendo sobretudo a “opinião nacional” que se vinculava à política exterior. No pós-guerra, a opinião pública entra em cena e impõem-se à diplomacia. Lenin e Wilson, tanto quanto o revanchismo francês, criavam correntes que refletiram em Versalhes. Vinculavam-se, pois, política exterior, democracia, massas, revolução, fascismo, buscando sempre os governos obterem, mediante o controle da opinião, o consenso nacional que viesse respaldar as decisões de política exterior.
-27 Nações contra Alemanha e seus aliados, EUA, Grã-Bretanha, França, Itália e Japão reuniam-se para sessões. Vencidos não participaram da mesa. Duas concepções a respeito das Relações Internacionais iriam confrontar-se: concepção idealista do Presidente Americano Woodrow Wilson, e a outra pela do Revanchismo francês.
O presidente norte-americano desejava inaugurar a era da paz entre as nações, erradicar a diplomacia secreta, substituir a paz de equilíbrio de potências pela paz fundada no debate público e democrático das questões internacionais, fazer valer o direito dos povos de se autodeterminarem e de dispor livremente de si próprios, eliminar a guerra por um mecanismo de sanções econômicas e políticas ao agressor a ser gerido por uma liga das nações, instituir o princípio de segurança coletiva.
Os vencedores sentiam-se livres para regulamentar a paz, dado que Alemanha ruíra, Áutria-Hungria fora desfeita e Rússia estava paralisada pela guerra civil.
Devido ao presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, fez passar sua emenda (isolacionismo dos EUA) rejeitando a ratificação do tratado e a entrada dos Estados Unidos na Sociedade das Nações.
Essa primeira tentativa de regulamentação de uma sociedade global, a ordem de Versalhes, diferentemente do que havia ocorrido quando dos foros internacionais anteriores, era incoerente, defeituosa e pouco realista. Essas falhas advinham da imposição de conceitos europeus pelos vitoriosos. Wilson via nisso e na balança do poder caminhos para o desastre, daí porque propunha a liga das nações e sua nova diplomacia aberta e democrática. A ordem de Versalhes deixou de fora as quatro grandes potências (EUA, URSS, Alemanha e o Japão). Feriu o nacionalismo e o princípio de autodeterminação, na Europa e fora dela, nas colônias e nos mandados. Uma das falhas de base era precisamente a de não considerar, nos cálculos estratégicos que a inspiravam, certas mudanças que estavam em curso na composição de forças no sistema internacional.
A primeira Guerra Mundial provocou um remanejamento nas posições de certas nações como potências econômicas. Somente o Dólar conservaria a conversibilidade no pós-guerra, já que, o comércio internacional não recobraria o dinamismo da era liberal. Os europeus tornaram-se devedores dos EUA, invertendo-se a situação de inferioridade econômica, financeira e política.
O acontecimento político mais chocante entre a primeira e segunda guerra mundial, o aparecimento dos fascismos, foi um fato europeu que levou ao colapso dos valores e das instituições do mundo liberal e rachou a opinião das nações em todo o mundo. Tão extraordinário seria esse fenômeno, que iria colocar do mesmo lado, no campo de batalha, nações que se olhavam como inimigas, URSS e EUA, por exemplo. A crise do capitalismo e a Depressão dos anos 1930 tiveram origem nos Estados Unidos. Contudo, o jovem e inteligente John Maynard Keynes, advertia o mundo, em 1919, que o capitalismo não poderia funcionar sem que a Alemanha fosse recolocada em seu centro dinâmico.
Entre o término da Conferência de Paz e a ascensão de Adolf Hitler ao governo alemão, as relações intereuropéias passaram por 3 fases curtas: (a) os problemas europeus entre 1920 e 1924 revelaram o que se previa- que as decisões de Versalhes dificilmente serviriam de base para orientar a conduta dos Estados; (b) o entendimento franco-alemão, entre 1925 e 1929 abriria ,contudo, novas perspectivas de atuação para a Sociedade das Nações e para a aplicação do princípio da segurança coletiva; (c) a crise de 1929 poria fim a esse intermezzo de harmonia, trazendo de volta os problemas internacionais da primeira fase e acrescentando-lhes os da depressão econômica do capitalismo.
Versalhes não fixara a soma definitiva das reparações de guerra, mas a Alemanha pagaria, até 1921, 20 bilhões de marcos-ouro. Após negociações tensas, em 1921, a soma definitiva foi estipulada em 132 bilhões de marcos-ouro e a Alemanha começou a desembolsar as anuidades, calculadas tendo em conta a evolução das exportações.
O pacto da Sociedade das Nações nasceu de uma idéia remota de solução pacífica de controvérsias e de cooperação internacional, porém vingou ao ser incluído nos 14 pontos e ao ser firmado, a 28 de abril de 1919, como anexo aos tratados de paz. Instalou-se em Genebra, em 1920, enfraquecida, em razão da recusa, do Senado americano de ratificar os tratados, por tornar-se uma sociedade propriamente européia e por não incluir três grandes potências da época: EUA, URSS, Alemanha.
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