TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A Cristologia na Pós-Modernidade

Por:   •  31/10/2016  •  Projeto de pesquisa  •  3.300 Palavras (14 Páginas)  •  708 Visualizações

Página 1 de 14

[pic 1]

CRISTOLOGIA NA PÓS-MODERNIDADE

SÃO PAULO

2016


WAGNER APARECIDO DOS SANTOS MENEZES

CRISTOLOGIA NA PÓS-MODERNIDADE

SÃO PAULO

2016

INTRODUÇÃO

        Em tempos em que realidades da fé cristã são postas em esboços duvidosos, a contemporaneidade da fé e da esperança no Cristo ressurreto esvai na pós-modernidade como fragmentos insustentáveis. Vemos no teor evangélico uma postura místico-religiosa irrefreável. Chegamos ao Séc. XXI submerso na diversidade cultural, claro devido às expectativas escatológicas de algumas escolas inoperantes e não contribuidoras para uma ênfase cristológica madura. Muitas especulações e pouca ênfase bíblico-teológica como resposta eclesiológica contundente.

No primeiro capítulo, apresentarei o que teólogos do Séc. XX em seus escritos pontuaram como a veracidade kerigmática apostólica varre séculos com o grito acerca da morte e ressurreição.

Nas tratativas subsequentes, o capítulo 2 tratará o destino da Cristologia na América latina, as evidências da koinonia entre classes novas da teologia moderna, será que as tão famosas Teologia da Libertação (TL) e a Teologia da Missão Integral ( TMI ) é a resposta cristológica para o fim dos tempos.

E adiante, o capítulo 3 tergiversará pelas propostas cristológicas nos seminários teológicos de variadas confissões, há uma necessidade de resgatarmos a essência judaico-cristã da boa-nova do primeiro século sem descaracterizarmos a canonicidade dos sinóticos e a influência das comunidades apostólicas. E neste capítulo indagaremos a escatologia cristã histórica na propagação de temas inquestionáveis da Cristologia como a Morte e Ressurreição, e desafiando a eclesiologia moderna a elaborar tacitamente na prática o brado da voz do Crucificado, Jesus de Nazaré, lembrando que na atualidade, a igreja evangélica precisa fervorosamente resgatar sua cristocentricidade, ademais abraçando as Escrituras Sagradas, pois na própria fala do Nazareno, testemunham e falam acerca Dele.


1 – CRISTOLOGIA NO SÉCULO XX

        É inquestionável a contribuição de exímios teólogos no processo de estruturar a dialética do pensamento cristológico. Pensadores como Oscar Cullman, Edward Shillebeeckx, Albert Schweitzer, Joaquim Jeremias, James Dunn, e ainda antecedendo a estes o Padre Louis Claude Fillion, outros como o Padre Ortodoxo Aleksandr Mier (Russo), Jurgen Moltmann, Wolfhart Pannenberg, Paul Tilich, Dietrich Bonhoeffer, Gunter Bornkan, discípulo de Bultmann José Antônio Pagola, Émile Morin, Joseph Ratzinger (Ex-Papa Bento XVI), Samuel Pagan esses e tanto outros serão preponderantes para exibirmos nossas investigações e diálogos.

        O cenário do Séc. XX constituiu-se num derramamento de sangue derivados de duas grandes guerras mundiais. O homem em sua saga fora do paraíso de Deus, e já antecipando que o último dos apóstolos de Jesus Cristo, João de Patmos cravou profeticamente, que Nele o retorno ao Gan Éden será consumado. O kerigma nos primeiros decênios do século passado teve como baluarte um alemão ousado com sua demitologização, por nome Rudolf Bultmann, sacudiu os alicerces da ortodoxia histórica, abrasando-se no liberalismo germânico disse o seguinte sobre a concepção do Reino de Deus:

Esta concepção do reino de Deus não era uma invenção de Jesus, senão que nela estavam familiarizados alguns círculos de judeus que aguardavam o fim deste mundo. Semelhante descrição do drama escatológico procedia da literatura apocalíptica judaica, da qual o livro de Daniel é o testemunho mais antigo que tem chegado até nós. A pregação de Jesus se diferencia das descrições tipicamente apocalípticas do drama escatológico e da bem aventurança dos novos tempos que estão por vir, na medida em que Jesus se absteve de nos dar detalhes precisos dos mesmos: se limitou a afirmar que o reino de Deus viria e que os homens devem estar preparados para enfrentar o juízo vindouro. Ainda que não deixasse de participar da expectação escatológica de seus companheiros. Por esta razão, ensinou seus discípulos a orar dizendo: Santificado seja o teu nome, venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade assim na terra como no céu.

Esse quebra teológico-filosófico repercuti até dias atuais nas concepções acadêmicas, e aqueles que empenham em analisar o real sentido da proclamação de Jesus sobre o Reino de Deus. Mesmo tendo inúmeras obras acadêmicas surgidas no início do Séc. XX, Calvino reformador de Genebra no Séc. XVI dizia que a veracidade do Cristo não estava em seus conceitos, mas na sua revelação como Deus. Emil Brunner encabeça a lista daqueles que propõem repensar a personalidade da Boa Nova judaico-cristã, justificando reposicionar o a temática Reino de Deus na pauta do genuíno cristianismo apostólico.

No seu livro, O Deus Crucificado, Jurgen Moltmann, Pastor de Confissão Luterana dialoga sobre uma teologia crucis:

Hoje é fundamental que a igreja e a teologia reflitam sobre o Cristo crucificado para mostrar ao mundo a sua liberdade e, se elas quiserem ser o que elas afirmam ser: A igreja de Cristo e a teologia cristã. A justificada crítica sociológica, psicológica e ideológica à igreja e teologia, e que tivemos a sorte de vivenciar, só pode ser recebida e radicalizada por meio de uma teologia crítica da cruz. Há um critério inerente a toda teologia e a toda igreja que se afirma cristã e esse critério transcende toda crítica política, ideológica e psicológica de fora. Este critério é o próprio Cristo crucificado. Quando as igrejas, teologias e modos de fé recorrem a ele − e elas precisam recorrer a ele, se quiserem ser cristãs −, elas estão recorrendo ao juiz mais rigoroso e ao mais radical libertador da mentira e vaidade, libertador da luta por poder e do medo.

Dentro dos ditos acima, o corolário da fé cristã, é sim a Cruz de Cristo, tanto que John Stott no livro intitulado da Editora Vida, basificou seu discurso que não é a manjedoura o símbolo do Cristianismo, mas a Cruz. Soa-nos ainda destacar que nesse introito poderíamos escrever best seller’s , e mesmo assim a inesgotabilidade da Cristologia é um preço inestimável da história teológica.

Portanto, neste Séc XX tivemos vozes apreensivas que sacudiram as óticas usuais do Cristianismo Ortodoxo e seus segmentos, e sem esquecermo-nos de mencionar o alçamento de pilares pastorais no combate epistêmico ao liberalismo assediador nos portais das academias europeias e enamorando seminários norte-americanos de confissões protestantes reformadas. Temos a responsabilidade de anunciar o santo evangelho com foco nas biografias advindas dos Evangelhos canônicos, as consolidações epistolares, segmentando com os discursos da Patrística, os Pais do deserto, os reformadores, puritanos numa sólida ortodoxia.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (21.3 Kb)   pdf (174.5 Kb)   docx (28.8 Kb)  
Continuar por mais 13 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com