A VERACIDADE DOS LIVROS APÓCRIFOS
Por: professormoniel • 19/12/2022 • Trabalho acadêmico • 14.093 Palavras (57 Páginas) • 213 Visualizações
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Bacharelado em Teologia
Monika Alves de Almeida Picanço
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A VERACIDADE DOS LIVROS APÓCRIFOS
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Arqueologia Bíblica
Prof. Ricardo Campagnolli
2º semestre de 2008
Itanhaém – SP
INTRODUÇÃO
Os evangelhos apócrifos - A "Biblioteca de Nag Hammadi", os manuscritos, que foram casualmente encontrados em 1945, constitui, juntamente com os manuscritos de Qumran, em 1947, a maior descoberta de textos antigos na Era Moderna. Os textos de Nag Hammadi lançam uma importante luz não só sobre o gnosticismo, mas também sobre vários âmbitos culturais e filosóficos de diferentes épocas: o mundo da especulação filosófica e religiosa (judaica, cristã e pagã) em língua grega dos séculos I e IV, e no âmbito da cultura egípcia, copta, do século IV.
"Aquele que encontrar a interpretação destes ditos não saboreará a Morte."
(Evangelho de Tomé, 3:2)
A versão gnóstica do Cristianismo foi rejeitada pela corrente ortodoxa, mas manteve-se subterrânea ao longo dos últimos dois milênios, influenciando claramente a história do pensamento e da religiosidade da civilização ocidental. Os apócrifos não eram considerados textos espúrios, mas sim secretos, do grego apokryphos,-on: secreto, oculto. Eram escritos, destinados aos círculos esotéricos dos gnósticos cristãos. Aborda-se, neste estudo, os evangelhos ditos gnósticos.
O termo apócrifo, na antiguidade, era atribuído a livros cujo acesso era reservado aos iniciados ou que não se deviam ler em público. Desde o século IV, isto é, depois que foi fixado e fechado o "cânon" das Sagradas Escrituras, o nome tomou, na Igreja cristã, uma conotação negativa, ao mesmo tempo uma significação bastante imprecisa: são declarados apócrifos livros não canônicos que, em certos casos, teriam sido compostos ou utilizados por hereges e que seriam posteriores aos textos canônicos. Há textos apócrifos que fazem parte da literatura cristã, como: os de origem judaica, depois cristianizados; textos cristãos compostos nos três primeiros séculos e textos cristãos compostos após a fixação do "cânon", como, por exemplo, narrações da infância de Jesus, vidas (hagiografias) de apóstolos e de figuras bíblicas. (Junod, 2004, pp. 167-168)
Em 367 d.C., por ordem do Bispo Atanásio de Alexandria, foram destruídos inúmeros documentos com tendências heréticas. O bispo seguia uma resolução do Concílio de Bispos de Nicéia, reunido em 325 d.C. Esta ordem era para a destruição dos textos gnósticos em especial. Porém, sabendo da importância destes papiros originais do princípio do Cristianismo, Monges estabelecidos a margem do rio Nilo, optaram por não destruí-los. Esses Monges guardaram os códices de papiros dentro de uma urna de argila e as enterraram na base de um penhasco chamado: DJEBEL EL-TARIF.
Em 1945, Mohammed Ali Al-Salmman e seus irmãos, residentes na aldeia de El-Kasr, brincando à beira do penhasco, deram de cara com as urnas. Pensando que se tratava de ouro, acabaram quebrando uma das urnas, mas só encontraram 13 códices com mais de 1000 páginas de papiro. Decepcionados, levaram para casa, e sua mãe chegou a usar alguns papiros para acender o fogo.
Em 1952, o museu Copta do Cairo, recebeu para sua guarda os manuscritos. Faltavam algumas páginas e um códice fora vendido pela família de Mohammed para o Instituto Jung, Zurique. Esses códices passaram a ser chamados de BÍBLIA de NAG HAMMADI, localidade onde foram encontrados os manuscritos.
Antes desta descobertas, só se conhecia os textos Gnósticos pelas citações de outros autores. Dos 53 textos encontrados, 40 eram inéditos, tolamente desconhecidos da comunidade cientifica. Estes Manuscritos foram redigidos em Copta , antiga língua egípcia , que utilizava caracteres gregos. São Pacômio, jovem egípcio, que se converteu ao Cristianismo em 320 d.C., fundou cerca de nove mosteiros ao longo do rio Nilo. Essa ordem primitiva era conhecida como "Atletas de Deus" e serviu como modelo para os mosteiros ocidentais. Um desses mosteiros ficava perto do Penhasco DJEBEL EL -TARIF. Tudo indica que eles eram os donos dos Papiros, e esconderam os manuscritos nas urnas, para protegê-los do Concílio de Bispos de Nicéia.
BIBLIA de NAG HAMMADI
Compõem -se de:
* Revelações de profetas gnósticos, anteriores a Jesus
* Escritos Gnósticos, com textos Cristãos
* Tratados Herméticos - relativos à Alquimia, consagrados ao deus egípcio Toth (Deus Hermes para os Gregos)
O QUE SÃO OS EVANGELHOS APÓCRIFOS?
A tradução das primeiras linhas deixou Quispel estupefato:
"Estas são as palavras secretas que Jesus, o Vivo, proferiu, e que seu gêmeo Judas Tomé, anotou"
Os Livros apócrifos (Apokruphoi, secreto) são os livros escritos por comunidades cristãs e pré-cristãs (ou seja, há livros apócrifos do Antigo Testamento) nos quais os pastores e a primeira comunidade cristã não reconheceram a Pessoa e os ensinamentos de Jesus Cristo e, portanto, não foram incluídos no cânon bíblico. Na doutrina evangélica/protestante são chamados por apócrifos os livros que fazem parte da lista do Antigo Testamento, normalmente encontrado na Bíblia utilizada pela Igreja Católica Romana. A terminologia teológica católica/ortodoxa para os mesmos é deuterocanônicos, isto é, os livros que foram reconhecidos como canônicos em um segundo (do grego, deutero significa segundo) momento.
Como anteriormente citado, em dezembro de 1945, um camponês árabe fez uma espantosa descoberta arqueológica no Alto Egito. Muhamed Ali al-Salmman e seus irmãos haviam selado seus camelos e ido até a montanha Jabal, perto da cidade de Nag Hammadi, recolher um tipo de fertilizante para usar nas plantações. Enquanto cavavam, descobriram um pote de cerâmica vermelha de quase um metro de altura. Esperando encontrar ouro, os irmãos quebraram o vasilhame, mas, em vez do metal nobre, acharam 13 livros de papiro encadernados em couro.
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