Administração Pessoal Disciplina de Psicologia
Por: Cristiano Oechsler • 18/3/2017 • Projeto de pesquisa • 4.288 Palavras (18 Páginas) • 314 Visualizações
Disciplina de psicologia
Professora Lucienne Silva
1. FORMANDO EQUIPES
Sylvia Constant Vergara[1]
Se no passado era a terra, o capital, a força e as máquinas que polarizavam as atenções, hoje vemos a inteligência e o conhecimento estabelecendo a dinâmica no mundo dos negócios. A maior fonte de riqueza das nações e das empresas é, portando, a informação. Assume o pódio, adquirindo vantagem competitiva, a empresa que a criar, obtiver e utilizar como maior velocidade e qualidade. Uma pessoa sozinha não dá conta deste requisito, então é preciso formar equipes. Como? Comprometendo as pessoas com o trabalho. Equipe é algo diferente de grupo. Pessoas trabalhando juntas podem formar um grupo, mas não necessariamente uma equipe. Para configurar-se como tal, o grupo necessita ser um elemento de identidade, catalisador e energizador dos talentos individuais. O comprometimento pode ser este elemento. Como obtê-lo nesta época contemporânea? Buscar resposta para esta questão é a motivação deste artigo.
1.1 A ÉPOCA CONTEMPORÂNEA
Vivemos uma era sem precedentes na história da humanidade, em termos de mudanças profundas e velozes nos campos político, econômico, tecnológico, social e aos valores pessoais. Elas dizem respeito ao que hoje se pode observar e vivenciar no mundo, a saber:
- Alta complexidade, velocidade das informações, migração de idéias;
- Interdependência dos fenômenos;
- Economia sem fronteiras, regionalismos, postulações tribais;
- Recursos naturais cada vez mais escassos, crescente consciência ecológica, consumismo;
- Elevado desenvolvimento tecnológico, baixo desenvolvimento interpessoal;
- Alta competitividade, parcerias;
- Crescente exigência dos consumidores, crescente consciência política dos empregados, autocracia em baixa;
- Desemprego, oferta de emprego para pessoas informadas.
As características apontadas configuram uma teia de relacionamentos dialeticamente cooperativos e conflitivos que tem trazido para as empresas não só um alto grau de incerteza quanto aos seus processos produtivos como mudanças nas relações de trabalho.
Na era das informações em que vivemos, como alerta Peter Drucker. “entre os empregados, o centro de gravidade está, rapidamente, passando dos trabalhadores manuais e de escritório para os trabalhadores intelectuais, que rejeitam o modelo de comando e controle que as empresas copiaram dos militares cem anos atrás”. Ou, como afirma Alvin Toffler. “[...] o chefe do escritório e o supervisor da fábrica estão descobrindo que os operários já não aceitam ordens cegamente [...] eles fazem perguntas, exigem respostas. Os oficiais militares estão aprendendo a mesma coisa com relação aos seus soldados [...]. Os professores, cada vez mais, a respeito dos seus estudantes”.
Nesta era da informação, há outras questões a considerar, como a tendência para estruturas descentralizadas, àquelas que, configurando-se como redes multicelulares, fogem à tradicional hierarquia apropriada das organizações militares. A estrutura rígida, uniforme, certamente será substituída por uma diversidade de arranjos organizacionais, inspirados em escolas de samba, rodas de pagode, conjuntos de jazz, clãs, times de futebol ou outros arranjos e até na conhecida burocracia. A empresa do futuro poderá assumir vários formatos ao mesmo tempo e precisa de pessoas competentes para com ele lidar. Concomitantemente, as formas de realização para processos e equipes multifuncionais, que requerem informação compartilhada.
Se estivermos vivendo uma era que exige pessoas informadas, vale a pena lembrar que pessoas informadas questionam. O velho modelo comando-controle fica fragilizado. Então há de se buscar o comprometimento das pessoas, aquilo que acontece a partir de uma processo de tomada de consciência individuais e coletiva.
1.2 AS DEMANDAS POSTAS PELA NOVA ERA
A consciência individual e coletiva exige de gestores e demais pessoas nas empresas visão de globalidade, uma exigência bem diferente daquela de épocas anteriores.
Ter a visão de globalidade não significa saber fazer tudo na empresa, mas saber o que sua tarefa significa na totalidade organizacional. Significa mexer com a árvore e estar ciente do que esta árvore significa na floresta. Para usar outra metáfora, significa ser, ao mesmo tempo surfista para ter a idéia do contexto e mergulhador, para aprofundar-se em determinado ponto. Ou com dizem os ecologistas há muito tempo, pensar globalmente a agir localmente. Trata-se, portando de ser um especialista com visão generalista.
Por outro lado, há a considerar a velocidade das mudanças que ocorrem no mundo. Como diz o compositor Lulu Santos, popularizando o pensamento de Heráclito na velha Grécia. “Nada do que foi será, pois na vida tudo passa, passará”. Se assim é, a empresa precisa ter competência para oferecer respostas rápidas, sob pena de perder competitividade. Tal competência exige esforço conjunto de todos os membros da empresa já que a tarefa é impossível para uma pessoa sozinha ou para pequenos grupos. Afinal a racionalidade do homem é limitada como limitada é sua possibilidade de ação. “Se estamos vivendo uma era que exige pessoas informadas vale a pena lembrar que pessoas informadas questionam”.
Se o esforço necessita ser conjunto, há de se ter “seres pensantes”, capazes de criar, obter, utilizar, transmitir e trocar informações. O crescimento das empresas está, inexoravelmente, associado ao crescimento das pessoas. A final só pessoas são capazes de idealizar uma empresa, definir missão, estabelecer metas, escolher estratégias, desenvolver tecnologias, decidir por estruturas; somente pessoas podem fortalecer ou fragilizar processos, bem como contribuir para resultados empresariais ou miná-los. Veja-se, por exemplo, a introdução de vírus em um comutador, uma pequena distorção de dados em um banco de dados ou até a ação dos hackers, aquelas pessoas que penetram ilegalmente nos sistemas de computadores. Empresas são recursos materiais, financeiros, informacionais, mas, sobretudo, são pessoas, que geram mais recursos.
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