O Homem antes de ser um ser ativo no meio social
Por: Elias DE MELO • 26/4/2018 • Monografia • 8.959 Palavras (36 Páginas) • 229 Visualizações
INTRODUÇÃO
O homem antes de ser um ser ativo no meio social, antes de ser um ser religioso... Ele é um ser com vida. É a vida primariamente que o abre a outras possibilidades de ser; neste, ressalta-se que é necessário analisar de forma lógica e racional o que integra a vida humana. A alma como princípio vital torna-se antes de tudo, uma importantíssima pesquisa.
A alma[1], em relação ao corpo possui, valor absoluto segundo a dualidade platônica, baseada em sua teoria do movimento singular da alma. Para Aristóteles o corpo é potência; enquanto a alma o leva ao ato de ser, assim também, o organismo, enquanto instrumento, tem a função de viver e de pensar. O ato dessa função é a alma, por isso, a alma não se separa do corpo. Desta forma Tomás dá linhagem dos condes de Aquino – Aquinete -, em 1270 inicia seus escritos de dúbia valia, tanto para teologia quanto para filosofia. Em suas grandes obras estão, “Suma Teológica” e “Suma Contra os Gentios”. Um conceito de dubiez significância em suas obras é a alma que a tem como princípio de intelecção, alma humana. O filósofo Aquino reflete uma união em forma de circularidade, onde alma e corpo exercem, um sobre o outro, gamas de sentimentos; mostrando, através de um método, que consiste, a alma também em ser eterna.
Para se ter uma boa compreensão deste estudo, será preciso conhecer o mais belo discurso filosófico de Tomás de Aquino referente a uma obra aristotélica; é datado por Tomás em 1270; Suma Teológica. O comentário filosófico, elaborado por Tomás, a respeito da consciência está muito além de um simples “trabalho literário de outrem”, ou seja, das obras aristotélicas. A obra do filósofo Aquinete é, sem sombra de dúvidas, literalmente original. Aristóteles fora indeciso no que diz respeito à "Imortalidade da Consciência" e de pouca clareza no que se refere a "União substancial". Tomás, por sua vez, assim como a escola franciscana, toma a idéia de corpo como sínolo de consciência e corpo. A união da consciência com o corpo não é considerada como uma queda ontológica - como conferia Platão - e o esforço moral não consiste em devolver a consciência sua liberdade original. Pelo contrário, a "sociabilidade" da consciência com o corpo é essencial à consciência - união substancial.
Além de ser forma substancial do corpo, a consciência é também espírito. Por sua inteligência e vontade ela transcende o corpo e por fim existe uma influência da consciência sobre o corpo e uma influência do corpo sobre a consciência; a circularidade ou circulação, que se faz evidente no fenômeno da emoção e do sentimento: unidade substancial do composto humano.
A pesquisa sobre a Consciência em Tomás de Aquino analisou os livros filosóficos tomistas, de caráter transcendente; documentos do século XIII e escritos aristotélicos; com o objetivo de esclarecer conceitos acerca do composto humano.
Para que se estude a alma em Tomás de Aquino, como fator referente ao homem, é necessário buscar na filosofia tomista e aristotélica as bases conceituais que possam explicar o alcance desta pesquisa. O século XIII é celebrado por todos os estudiosos como o século de ouro da Idade Média.
Realizou-se este estudo recorrendo à filosofia e a história para assim obter as bases conceituais e a fundamentação histórica que podem explicar e possam dar conhecimento de todo alcance do tema em questão, dando a este trabalho importância e qualidade. A pesquisa bibliográfica recorreu a vários autores. Partindo de uma perspectiva histórica da palavra e sua significância, mudanças e influências que refletem e nos remete de volta ao seu sentido original.
“Para entender esta doutrina é preciso atender à diferença entre união substancial e união acidental. Acidental é a união que existe entre uma substância e seus acidentes ou propriedades, tais como o calor, o frio, a forma externa, etc.; substancial é aquela que se origina da composição de uma forma ou matéria. A união acidental não passa, no fundo da enxertia de uma entidade em outra, não havendo nelas nenhuma exigência natural de união mútua. A união substancial combina dois seres que, tomados em separados, são incompletos: só na união é que vem a constituir seres completos. Por si mesmas, a matéria e a forma são incompletas, mas tão logo a forma atualiza a matéria, elas se tornam uma substância completa. A matéria primeira, como pura potencialidade que é, aspira a ser atualizada pela forma; do contrário ela permanece matéria e não chega a tornar-se corpo. Mas também a Alma (forma, consciência) é um ser incompleto; seu grau de autonomia é demasiadamente imperfeito para poder”. Expandir-se independentemente do corpo; e uma vez separada deste, só torna a atingir sua perfeição natural após sua reunião com o corpo, o que lhe permite exercer suas atividades por meio de órgãos corporais ”. (Suma Teológica I, III, 7.)
Traçando este plano a ser seguido, fazendo menções ao tema que se centra no filósofo Tomás, criando um campo de argumentação e desenvolvimento. De certo para este caso monográfico é notada uma abrangência, mais isso foi indispensável no que se refere à concepção de alma em Tomás, ela assumiu toda uma importância histórica, tendo tomado como ponto de partida outros pensadores. Neste ínterim a primeira parte, que é de caráter histórico-introdutório, apresenta uma conceituação do assunto, levando em consideração filósofos, tais como: Homero, Sócrates, Platão e Aristóteles. Pois eles trazem a visão de psyque, que havia no período da Grécia Clássica e Antiga. No segundo capitulo será exposto o que Agostinho de Hipona e Tomás de Aquino compreendiam em relação ao assunto, marcando a época Medieval. Será aduzida uma constante incongruência fazendo analogias, colocando a filosofia de Tomás e usando de sua teoria. Por fim, “as ciências que tem menção à consciência” seriam elas a metafísica, a antropologia, a ontologia, a psicologia e a teologia. Estas resumidamente adunariam formando um conteúdo dimanado no tema.
CAPITULO I - A Psyche na Grécia, fonte para Tomás
A questão da “psyche”, na Grécia, nem sempre teve um caráter de dualidade. Nas obras de Homero: Ilíada e na Odisséia[2], a psyche indica a “vida que vai” e a imagem do “não-estar-mais-vivo”, mas esta significância se deteve na Grécia antiga (XII - VIII aC), e foi a que se pode comparar com a teoria de Tomás.
As obras de Homero expressam conteúdos científicos do período Grego-Antigo, pois a psyche, na verdade, não representa um “outro eu”, mas, o “não ser mais do eu”, a sua negação: a sua permanência simbólica do “não mais”, do “não-mais-vivo”. Com razão os mortos (psyche) são apenas sombras, mas nem por isso não existem; ao seguir essa outra fase eles terão o seu próprio modo de ser; não se trata de continuação da vida, porque o ser próprio da psyche é o de ter sido. Os gregos compreenderam que ter sido é ser no sentido verdadeiro da palavra. Para compreender o conceito revolucionário de psyche, com todas as conseqüências que ela comportou na história do pensamento ocidental, é necessário tentar compreender esta oposta posição.
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