O Judaísmo Messiânico
Por: kamilasoarez • 20/4/2017 • Artigo • 1.468 Palavras (6 Páginas) • 273 Visualizações
História do Judaísmo messiânico
Origens do messianismo judaico
No Tanakh (Antiga Aliança) que ficou conhecido como "Antigo Testamento, a palavra Messias (do hebraico משיח Māšîªħ, Mashiach ou Moshiach, Ungido, através do aramaico e transliterado, no grego do "Novo Testamento" como Μεσσιας) referia-se ao ungido por D'us, o rei ou governante de Israel.[8]
Nos tempos após o exílio, o termo passou a ser usado como ha-Kohen ha-Mashiaḥ, ou o sacerdote ungido, se referindo ao Sumo Sacerdote de Israel.[8] Ciro, o Grande também foi chamado de messias (ungido por Deus) porque Deus fez ele ser vitorioso para que libertasse os judeus exilados.[8]
Um conceito do Judaísmo, refere-se, principalmente, à crença do Judaísmo posterior da futura vinda de um descendente do Rei David que iria reconstruir a nação de Israel e restaurar o reino de David, trazendo, desta forma, a paz ao mundo.
Ainda que a tradição religiosa judaico-cristã diga que o Messias já era uma profecia predita desde os tempos dos Patriarcas, este ensino veio a tomar mais forma após a destruição do Templo de Jerusalém. O retorno do Cativeiro, aliado a eventos históricos serviu para o aumento de um nacionalismo judaico, despertando uma esperança judaica pela reconstrução de sua nação e pelo governo de um rei levantado por Deus, que submeteria todos os povos à legislação da Torá.
Esta esperança messiânica aumentou ainda mais com o Domínio Romano sobre a Judeia no primeiro século. As diversas ramificações judaicas, pacíficas ou revolucionárias (como os zelotes), pretendiam obter sua independência do domínio romano, e inspirados pelo ideal da independência, acabaram por desenvolver ainda mais a crença no Messias libertador.
Os antigos nazarenos e o surgimento do Cristianismo[editar | editar código-fonte]
Ver artigos principais: Concílio de Jerusalém e Controvérsia da circuncisão
De acordo com a "tradição cristã" geralmente aceita, Jesus de Nazaré seria o Messias esperado pela tradição profética judaica (Mateus 2:1-6, Lucas 2:1-32, os dois trechos baseando-se, entre outros, no texto de Miqueias 5:2). Teria sido crucificado, ressuscitou e foi elevado aos céus (Mateus 28: 7:, Atos 2:22-34, Atos 4:10, Atos 5:30). Inicialmente, seus seguidores foram de fato judeus que não abandonaram suas tradições religiosas judaicas, mas as praticavam acrescentando-lhes a crença em Jesus como Messias (Atos 20:7-8; Atos 21:20). Estes eram chamados de "notzrim" (nazarenos) devido à cidade de origem de Jesus, ou de "cristãos", pelo público gentio.
No entanto, com a difusão dos ensinamentos de Jesus, muitos gentios passaram a aceitar e acreditar nestas doutrinas. Daí surgiu a primeira crise entre os seguidores de Jesus: os gentios que acreditavam em Jesus deveriam ou não ser submetidos às leis de Moisés? Os judeus acreditavam que Jesus não teria vindo abolir a Torá. Desta forma, pregavam que tanto judeus como gentios convertidos deveriam seguir os mandamentos da Torá. No entanto se acreditarmos no sucesso inicial do movimento de Jesus dentro da religião judaica, deve-se crer que o ensino original não tenha sido muito diferente disto.
Já Paulo de Tarso (um fariseu, circunciso e que respeitava os preceitos da Torá), defendia que Jesus viera trazer salvação de Deus à humanidade e que a Torá não poderia ser imposta aos gentios porque a salvação se daria por intermédio da fé. O choque entre os dois grupos, "circuncisos" e "incircuncisos", já é aparente no livro de Atos, onde a discussão entre eles obriga à convocação da assembleia dos apóstolos (Atos 15). Tiago (judeu e circunciso), guiado pelo Espírito Santo deu seu ponto de vista, apoiado pelo apóstolo Pedro: aqueles que eram gentios não precisavam submeter-se de forma obrigatória às leis de Moisés e aqueles que eram judeus poderiam prosseguir com a lei desde que não impusessem seu modo de viver aos gentios («...mas escrever-lhes que se abstenham das viandas oferecidas aos ídolos, da fornicação, dos animais sufocados e do sangue. Pois Moisés, desde tempos antigos, tem em cada cidade homens que o pregam nas sinagogas, onde é lido todos os sábados.» (Atos 15:20-21) (comparar com as Leis de Noé). Os gentios poderiam aprender a Torá, que é santa, boa e justa (Romanos 7:12), a cada Shabat, mas isso não deveria ser imposto aos gentios.
Concílio de Niceia[editar | editar código-fonte]
Após a destruição do Templo de Herodes e o início da Diáspora, os cristãos espalharam-se ainda mais pelo império, bem como os demais judeus. Entretanto, a entrada cada vez maior de gentios na comunidade cristã iniciou de vez o processo de rompimento de suas ligações com o Judaísmo, especialmente porque estes gentios passaram a assimilar-se cada vez menos às práticas da Torá, como proposto no Concílio de Jerusalém, e com isso mantinham algumas de suas práticas pagãs, misturando-as apenas às primeiras doutrinas dos então nazarenos. A invasão dessas práticas pagãs, aliada ao prestígio agora dado à seita pelo império, graças ao crescimento surpreendente da mesma, culminou no desenvolvimento e no surgimento dos princípios que originaram o chamado Cristianismo.
Os choques entre cristãos e judeus foram mais ou menos leves até a adoção do Cristianismo como religião oficial do Império Romano. O Primeiro Concílio de Niceia, realizado no ano 325 EC, tratou de separar definitivamente o agora Cristianismo do Judaísmo, estabelecendo definitivamente as doutrinas contrárias ao Tanakh (antigo testamento) tais: "Trindade" e a intituição do Espírito Santo(Ruach HaKodesh) como uma pessoa. E, com a posterior adoção do Cristianismo como a religião oficial do Império Romano no ano 380 EC, graças aos dogmas estabelecidos em Niceia, passou-se a tentar converter os judeus e a impor-lhes diversas sanções que dariam origem ao antissemitismo religioso
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