O perigo de se confundir doutrinas e costumes
Por: Diego Branco • 26/3/2020 • Ensaio • 455 Palavras (2 Páginas) • 165 Visualizações
Quem não sabe pensar não sabe discernir
No que se refere a questão de exercer a plena capacidade e liberdade de raciocínio, há uma grande probabilidade da presente geração ser a mais superficial de todos os tempos. A máxima que nos rege é essa - As pessoas não gostam de pensar - A pior parte disso tudo é que a elite do marketing, da política e da religião descobriu que esse fato gera muito lucro. Triste realidade. Adoramos enlatados, programas sensacionalistas, políticas assistencialistas, filmes com muita explosão, e uma literatura rasa pra fingir que somos inteligentes.
Ao partir para o campo religioso percebemos que o fenômeno da contextualização da igreja com a sociedade se encaixa perfeitamente na parte errada da história. A máxima que nos rege como igreja é essa - Os crentes não gostam de pensar - Adoramos o evangelho americano enlatado, as mensagens sensacionalistas, o Deus assistencialista, os cultos com muita “explosão” e uma rasa literatura gospel de auto-ajuda pra fingir que somos inteligentes.
Triste realidade. Nossos teólogos mais importantes datam dos séculos passados. Pouco se produz de valor nos textos evangélicos atuais e as questões que demandam da sociedade contemporânea pairam no ar sem respostas categóricas. Quando uma “testemunha de Jeová” bate a nossa porta, preferimos fugir, pois não temos competência para defender a nossa fé; Não temos sabedoria para aconselhar os jovens que lutam contra homossexualidade; Não sabemos lidar com um dependente químico que necessita de ajuda, embora a maioria de nossas igrejas estejam localizadas em grandes centros urbanos ou comunidades carentes. Nossos maiores problemas são estes: Tatuagens, vinho, música secular, dança e bíblia no celular.
Somos muito bons na parte ruim da contextualização com a sociedade. O que deveria depender do poder de Deus, deixamos nas mãos do marketing, das ideias absurdas e das discussões infindáveis com argumentos infundados. Nossos debates são pobres e nossas questões, vergonhosas. Gostamos de ouvir o que é certo ou errado sem pensar no porque pra voltar para casa julgando nossos próprios irmãos ou as denominações alheias.
Eu poderia enumerar uma enorme lista dos perigos de se confundir costumes com doutrinas, mas para mim nada é mais nocivo do que o círculo vicioso, causador e mantenedor do problema: “não saber pensar”. Não saber pensar é o que gera o desconhecimento bíblico, confusão, escravidão religiosa, intolerância e falta de questionamento. Aquele que não sabe pensar é o mesmo que impede a contextualização correta da igreja, que adora o evangelho enlatado, que não diferencia doutrinas e costumes.
Aos semi-analfabetos bíblicos, confusos, escravos religiosos, intolerantes e ignorantes que formarão a geração dos teólogos da auto ajuda e dos crentes que não respondem as demandas atuais eu diria uma coisa: Falta-te algo. Ou és deficiente na Palavra ou no conhecimento do Deus da Palavra.
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