A Dificuldade em aceitar a presciência de Deus
Por: Vitor Assis • 15/5/2018 • Ensaio • 1.360 Palavras (6 Páginas) • 331 Visualizações
"Penso que a dificuldade em aceitar a presciência de Deus é o fato de colocarmos Ele dentro do fuso horário humano. Deus não precisa consultar "corredor da história" para saber o que vai acontecer amanhã; visto que aquilo que é o futuro humano, para Deus é sempre o presente! Ele é atemporal... ou seja, Ele não foi ao futuro para consultar a decisão do homem; Ele já está lá."
Resposta: O presente também é uma concepção humana do tempo. Diz-se presente, pois existe um passado e um futuro. Deus, independentemente do que o tempo seja para Ele, precisa observar a atitude do homem em resposta à salvação; e de algum modo a resposta do homem está sujeita a sua condição temporal, ou seja, em algum momento Deus precisa consultar uma ação que o homem fez no tempo para agir. Para os Arminianos, negar isso é um tiro no pé. Seria o mesmo que dizer que Deus prevê do zero absoluto.
A Escritura não diz em lugar algum que Deus precisa prever ações humanas, para assim tomar uma decisão em relação ao pecado. Você está querendo dizer que Deus sempre soube o que suas criaturas livres fariam. Mas a pergunta é: de onde veio esse conhecimento paralelo? Baseando-me na lógica Arminiana, por mais que Deus seja atemporal e saiba de tudo desde toda a eternidade, Ele só o sabe porque, supostamente, o homem realizaria ações totalmente livres que Ele sempre soube. Seja lá como for que Deus sempre soube ou passou a saber, como um Deus Soberano seria passivo a um conhecimento histórico paralelo? Quem colocou esse futuro lá, sendo que Deus é eterno e nada, a não ser Ele, pode ser a causa de si mesmo? Não teria sentido algum, ações supostamente livres das criaturas, interferirem no conhecimento eterno de Deus. Deus é ativo em tudo e nunca é passivo a nada. Deus é a fonte de tudo! (At 17:28; Rm 11:36). Se assim não fosse, as criaturas seriam tão determinantes quanto o Criador Soberano.
” Uma vez assistindo o programa "Vejam Só" ouvir o Granconatto dizer o seguinte (parafraseando): "Tem coisa na Bíblia que eu não sei explicar, e tem questões que é um dilema para mim..." Ou seja, tem questões que por mais que não tenham sentido, devemos aceita-las.”
Resposta: O mistério que o Granconato apresenta é em relação ao que está claramente escrito na Bíblia e que, para nós, é difícil de entender. Porém o que o Arminiano apresenta é algo que não está na Escritura, portanto não pode ser considerado nesse ponto de mistério, pois é algo que ele tirou de sua própria cabeça.
"Baseado em sua postagem, o que teria menos sentido na Bíblia: Eleição baseada na presciência de Deus (I Pe 1:1-2) ou Deus determinar que o homem peque, mas a responsabilidade é do homem? Faz algum sentido o homem ser responsabilizado por algo que foi determinado (programado) por Deus, por exemplo Pecar, sem atribuir a Deus a autoria do erro?"
Resposta: O texto de Pedro não fala que Deus previu fé, como diz o Arminianismo, para assim eleger. A base da eleição é o beneplácito da vontade de Deus (Ef 1:5). Se o texto de Pedro estivesse falando sobre "previsão de fé", entraria em contradição com Ef 1:5. O Arminianismo diz que pela graça preveniente, o arbítrio do homem é aberto e ele pode decidir crer ou não (coisa inexistente no NT); logo a fé seria do homem. Mas o interessante é que a Escritura diz que a fé vem de Deus e quem concede essa fé ao homem é o próprio Deus (Jo 10:26; Ef 1:19; 2:8; Jd 3). Sobre o texto de Pedro: o escritor não quis dizer que Deus escolheu alguns para a salvação com base no seu conhecimento do que eles escolheriam, se eles mesmos pudessem fazer isso. A presciência nesse texto é quanto a pessoas. Deus previu (como é Onisciente) as pessoas que Ele mesmo elegeria, pois Ele as conheceu (viu) de antemão. Rm 8:29
Em relação ao pecado
Primeiro ponto - Isso, realmente, é algo difícil de entender, pois se trata de um mistério que devemos aceitar. Temos que ter em mente que Deus é justo e que não comete injustiça alguma. Não entendemos as ações e propósitos de Deus, porque Ele é um ser totalmente outro. Os pensamentos dEle, não são os nossos pensamentos. Is 55:8
Segundo ponto - No processo dos decretos de Deus, se tem a vontade soberana e a vontade permissiva. De qualquer forma, tudo está dentro dos desígnios eternos de Deus.
Terceiro ponto - Deus sendo Soberano e Onipotente, sabendo que o homem cairia, por que não interviu? Se Deus não quisesse que o homem caísse, Ele teria impedido; pois tudo o que Deus tem vontade de fazer, Ele faz! Is 46:10
Quarto ponto – Deus não faz o homem pecar. Deus não é o autor do pecado. O pecado já está no homem. A natureza do homem já é inclinada ao pecado (Rm 7). Deus simplesmente é Soberano sobre todas essas ações pecaminosas do próprio homem e se vale de sua malignidade para cumprir Seus decretos eternos. Deus causa e o homem também causa. São ações compatíveis.
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