A FÉ QUE SUPERA AS TREVAS DA INDIFERENÇA
Por: José Souza • 10/12/2016 • Artigo • 527 Palavras (3 Páginas) • 306 Visualizações
[pic 1][pic 2]
José Pardinho Souza
A FÉ QUE SUPERA AS TREVAS DA INDIFERENÇA
Todos nós sabemos que a violência e a opressão estão continuamente presentes na história da humanidade. E nos dias de hoje, a situação não é diferente. Os jornais, o rádio, a TV, redes sociais nos trazem todos os dias notícias de regimes violentos espalhados pelo mundo e que se sustentam à custa do sangue do povo. Guerras frias, indiferentes, calculistas, perversas ou quentes estouram por toda parte do nosso planeta, para que cada metade laranja fique com o seu "dono", que a chupa avidamente, até que sobre só bagaço. Nós mesmos sentimos isso na carne, pois pertencemos a um continente onde imperam ditaduras subservientes à dominação estrangeira do capitalismo selvagem sob a luz do neoliberalismo. Mesmo quando brotam revoluções cheias de esperança de libertação, acabam frequentemente abortadas por forças externas ou pela reação conservadora de grupos interessados. Até quando?
E essa a pergunta que o profeta Habacuc faz a Deus. Diante da violenta opressão interna, sucedida pela externa, ele se sente cansado e pede socorro. E a resposta de Deus faz o profeta descobrir que não é hora de desanimar, mas de lutar, porque "o justo viverá por sua fidelidade".
Vivemos uma época em que provavelmente nunca fica completamente escuro. Mas ainda assim a escuridão nos envolve. Quando as pessoas deixam de olhar para os outros, quando as pessoas não enxergam mais o que elas próprias e os outros precisam para viver, quando as pessoas não reconhecem mais as ameaças que pairam sobre o planeta terra, quando o egoísmo é maior que a partilha, quando os doentes estão sem assistência, o menor de rua e os pobres sem amparo, os colonos sem-terra, os solitários sem consolo, os angustiados sem alívio. Quando o ódio é maior que o amor, então dizemos que não há luz, está escuro. Uma das consequências mais terríveis deste tipo de escuridão é o medo, porque neste escuro eu não posso ver para onde estou indo e também não posso ver quem vai ao meu lado.
É para dentro desta escuridão que Jesus nos diz: "Eu sou a luz do mundo" - com Jesus veio uma nova luz. "Quem me segue terá a luz da vida e nunca andará na escuridão" - no encontro com Jesus e no fazer o que ele nos pede poderá surgir uma luz para a minha e a tua vida, poderá ficar dia claro.
Certa vez um rabino fez a seguinte pergunta aos seus alunos: Quando termina a noite e começa o dia? Um dos alunos tentou responder: Talvez quando vemos os primeiros sinais de luz no céu ao amanhecer. O rabino disse que não. Ou quando conseguimos distinguir uma pessoa de uma moita, brincou um outro. E o rabino disse não de novo. Então todos os alunos o pressionaram dizendo: Diz-nos a resposta certa. Quando termina a noite e começa o dia? O rabino respondeu: A noite termina quando tu olhas para um rosto humano. E fica dia claro quando tu reconheces neste rosto o teu irmão ou a tua irmã.
* Filósofo e Teólogo - Professor de Filosofia, Antropologia e história
Professor da Rede Estadual de educação – Colégio Chateaubriandense
pardinhporama@gmail.com
...