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A Preleção Paternidade

Por:   •  18/8/2022  •  Artigo  •  1.338 Palavras (6 Páginas)  •  118 Visualizações

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Preleção – Paternidade

Hoje nós comemoramos o Dia dos Pais então vamos refletir um pouco sobre a paternidade. Inicialmente, podemos lembrar que Kardec perguntou aos Espíritos Superiores no Livro dos Espíritos na questão 582 se a paternidade poderia ser considerada uma missão, e os Espíritos responderam que ela é sem contestação uma missão. Assim, aos pais cabem a tarefa de orientar os filhos e conduzi-los de forma adequada para que que se tornem homens e mulheres de bem.

Se alguém perguntasse a cada pai e a cada mãe para que é que estão educando os seus filhos, uma grande parte das respostas seria esta: "para que se tornem pessoas bem ajustadas na sociedade e sejam felizes."

Se, entretanto, depois disso, lhes fosse perguntado, também, que é que têm feito para atingir esse objetivo, as manifestações já não seriam tão uniformes, porque nem todos os pais têm uma noção exata de como agir para bem educar os filhos.

Especificamente em relação à função paterna cabe um aspecto importante que se relaciona com a questão do exercício da autoridade e da imposição se limites. Mas é necessário fazermos uma distinção entre autoridade e autoritarismo e lembrar que a autoridade deve se basear sobretudo no exemplo.

Existem alguns pais que, ultrapassando os limites da autoridade, querem exercer um domínio absoluto e quase cruel sobre os filhos, não permitindo a menor discussão a respeito de suas ordens, que exigem sejam cumpridas rigorosamente, muitas vezes valendo-se dos métodos repressivos da ameaça, da surra, da crítica, das humilhações, das proibições sistemáticas, etc.

O máximo que conseguem com essa maneira de agir é uma submissão cega, sem consentimento interior o que fará dos filhos indivíduos tímidos e gaguejantes, com fortes sentimentos de inferioridade, ou então revoltados, futuros tiranos da própria prole (filhos).

Outros, ao contrário, seja por comodismo, seja por fraqueza, não exercem a menor autoridade sobre os filhos: deixam-nos à solta, permitindo-lhes tudo. Então é necessário que haja equilíbrio.

Aproveitando também a data é importante falarmos também dos deveres dos filhos para com os pais. Moisés já recomendava nos Dez Mandamentos a obrigação de honrar nossos pais e nossas mães. Obrigação que foi ratificada por Jesus, como condição para alcançar a Vida Eterna, ou seja como uma condição para nossa Evolução Espiritual.

, Espiritismo veio acrescentar ainda ao mandamento, no capítulo XIV, do Evangelho Segundo o Espiritismo a questão da piedade filial, mostrando que honrar não consiste somente no respeito, mas também os assistir nas suas necessidades e cercá-los de cuidados como fizeram conosco na infância. E esta obrigação se estende também àqueles que cumprem o papel de pais. Kardec afirma ainda no Evangelho que, a piedade filial envolve ainda a obrigação de cumprir para com os pais e de modo ainda mais rigoroso tudo o que o dever da caridade ordena que se faça para com o próximo. Então devemos praticar com mais rigor ainda a recomendação de Jesus de fazer aos nosso pais aquilo que nós gostaríamos que nos fosse feito, por que assim também estaremos ensinando aos nossos filhos a necessidade de agir com caridade para conosco, quando tivermos uma idade mais avançada.

Existe uma pequena história que ilustra isto, na qual um homem cujo pai idoso que morava com ele. Porém o pai já tinha as mãos trêmulas e não enxergava muito bem, e na hora das refeições, acontecia com frequência ele deixar derramar a comida e a bebida, e às vezes acontecia de quebrar também os pratos e os copos. Diante das constantes reclamações de sua esposa, este homem que era marceneiro, resolveu então fazer um banquinho que colocou em um canto da cozinha para o seu pai sentar sozinho e fez também uma tigela e um copo de madeira para evitar que ele quebrasse algo. E o idoso então ficava relegado a um canto, sem participar dos momentos em família.

Um dia o homem que possuía um filho pequeno viu o menino brincando com um pedaço de madeira e perguntou ao filho o que ele estava fazendo e a criança respondeu que estava fazendo uma tigela de madeira para que ele, seu pai utilizasse quando fosse igual ao avô. O homem então diante daquele choque percebeu o exemplo negativo que ele estava dando ao seu filho pequeno, e a partir daquele dia o idoso voltou a comer novamente junto com a família e passou a ser tratado com mais carinho e consideração.

Antes de encerramos, aproveitando ainda o ensejo da comemoração do dia dos pais, gostaríamos de lembrar, que Jesus no Evangelho, chamado Novo Testamento, nos legou, uma nova concepção de Deus, diferente daquela que era apresentada no Antigo Testamento. Ele nos trouxe a ideia de Deus como nosso Pai, expressão que aparece inclusive na oração que ele nos ensinou.

Então, é importante que não nos esqueçamos desta Paternidade Divina, não nos esqueçamos que Deus é um Pai Amoroso e bondoso que quer sempre o melhor para nós. Jesus mesmo nos disse que se nós sendo maus pais não teríamos coragem de dar uma pedra ao filho que nos pede pão e não teríamos coragem de dar uma cobra ao filho que nos pede carne, quanto mais nosso Pai Celestial nos dará tudo aquilo de que temos necessidade e dará sempre o melhor para nós. Então devemos nos encher de confiança neste Pai de amor infinito e lembrar que se somos seus filhos somos herdeiros e, portanto, trazemos em nós a Essência Divina.  Será que realmente temos enxergamos à Deus como Pai? Acreditamos que Ele nos ama incondicionalmente, apesar de todas as falhas que possamos vir a cometer?

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