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A Teologia e Filosofia

Por:   •  3/11/2022  •  Trabalho acadêmico  •  2.863 Palavras (12 Páginas)  •  105 Visualizações

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UNIVERSIDADE UNIGRANRIO

VITOR DA SILVA BATISTA

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WELLINGTON NUNES DA SILVA

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A ÉTICA DO DIREITO A VIDA

DUQUE DE CAXIAS, 2022

1 . Introdução

O presente ensaio textual tem por objetivo promover uma discussão que transite pela linha da filosofia em se pensar a vida como direito quando este encontra em conflito mediante as feridas da sociedade envolvendo aqueles sujeitos que pelas suas ações são caracterizados como desprovidos de merecer viver por causa de suas práticas. A cultura do ódio entra em debate como potencial causadora de discursos e fomento a violência como resolução de problemas imediatos, a uma sociedade que presa mais pelo assassinato do que pela reconfiguração de sujeitos que tenham suas vidas transformadas. Tal cultura se faz presente em sujeitos que usam sua fé, tornando ainda perigoso o problema que situa nosso meio. Traçamos um percurso que segue na contra mão deste pensamento em busca de promover mudanças e a desconstrução do pensamento.

Em tempos aonde a garantia por direitos a vida tem sido caótica e instável, a população brasileira vive um cenário que questiona quem merece viver segundo suas ações. É certo trazer a discussão que por vivermos em sociedade, a gestão de um governo trás influências na forma de pensar dos cidadãos. Desde o governo do atual presidente, houve um crescimento de discursos de ódio, assim como a violência a determinados grupos. Negros e criminosos tem sido levados a uma categoria de pessoas na sociedade que não merecem viver de acordos com seus atos. O discurso do ‘’bandido bom é bandido morto’’ ganha forte repercussão, sendo disseminado como água, levando inclusive a práticas de violência e assassinato.

Somando ainda mais nesse quadro preocupante, o que se percebe é como cristãos tem tido significativamente envolvimento no fomento desse ódio. Sim, muitos que se dizem evangélicos e estão dentro das igrejas tem fortalecido este famoso discurso, acreditando que ceifar a vida dessas pessoas é a solução. O julgamento se instaurou fora de tribunais convencionais e se tornou comum a qualquer sujeito que por ser representante do reino de Deus, toma partido em dizer quem merece ou não, viver. É interessante pensarmos que os princípios de Deus são contrários ao que já relatamos até o momento, onde na troca pela adversidade, oferecemos o perdão, oração e amor. O mesmo Deus que estabelece o mandamento de amar a Ele sobre todas as coisas, nos instrui a amar nosso próximo como a nós mesmos, e tal mandamento não se aplica numa regra de seleção, onde eu deva amar apenas aquele que me proporciona o bem e/ou que faz parte de uma comunidade de fé. Dentro dos templos religiosos somos educados sobre ser cristão e ao mesmo tempo instruídos a praticar fora dele cada preceito bíblico, independente de quem seja. Nosso objetivo é resgatar pessoas que estão sobre poder do pecado, propagando o mal nas sociedades a serviço do inimigo de nossas almas, lembrando que muitos não tem tal compreensão. Existe aqueles que são usados pelo mal sem saber. Nesse sentido entra nosso senso enquanto cidadão que cada ser humano tem seu contexto social econômico, familiar etc. Isso significa que muitas pessoas chegam a ser provedores do caos por forças maiores que o levarão até aquela situação. Cabe julgarmos? Eles devem ser condenados por isso? Suas vidas são menos importantes? Elas não merecem perdão?. Esses questionamentos nos fazem refletir que as pessoas tem mais facilidade a resolver a situação por medidas extremas do que olhar por um lado humano e conscientizador, onde devemos exigir por exemplo que iniciativas do governo com projetos de lei possa minimizar as feridas da sociedade para que esses sujeitos sejam tratados e voltem a ser inseridos na mesma. Isso não quer dizer coloca-los dentro de uma prisão, cujo sistema não promove nenhuma mudança e que faça ele se tornar uma pessoa melhor. Muitos não sobrevivem dentro desses espaços por haver centenas de outros ainda mais violentos que assassinam criminosos dentro do próprio cárcere.

É fundamental analisarmos que dentro dessa temática existe uma configuração de polícia que é contrária ao que ela deveria representar. Esses sujeitos da lei como protetores da sociedade tem gerado medo e insegurança agindo com medidas de repressão, violência e assassinato não apenas a criminosos como com sujeitos negros e muitas vezes sendo elas vítimas. Os militares acabam por proporcionar ainda mais medo quando na verdade deveriam estar garantindo segurança a nós cidadãos. Esse mesmo grupo estando a serviço do governo acaba agindo com extrema violência, deixando efeitos colaterais, onde vidas são ceifadas. Muito comum dentro de periferias e subúrbios, onde as pessoas são estereotipadas como inferiores, esse cenário de ação dos policiais é comum. Cabe refletirmos se o artigo 5º da constituição é valido como um documento que se faz valer na prática ou meramente teórico, que lindo em suas palavras apenas como um registro, mas que se distância da vida dos brasileiros. Este mesmo documento é conhecido pelas igrejas? As pessoas que tem sua fé em Jesus, conhecem um documento que incentiva a garantia de vida a todos? É interessante discutirmos essa questão pois o cristão ainda que tenha a bíblia como seu manual de vida segundo os princípios de Deus, precisa estar atento as leis do homem, sabendo que ele é uma pessoa que exerce cidadania na sociedade e não deve se limitar a viver apenas entre as quatro paredes de um templo, tendo comunhão e pensando apenas naqueles que ali congregam. Ser cristão, faz de nós levar nossa humanidade e pensamento crítico para fora da igreja, pois o contato, respeito ao diferente, diálogo, tolerância, mudança de consciência cidadania, acontecem no convívio com todos aqueles que vivem em outros espaços.

Quando criamos um pensamento de seletividade para com o próximo, estamos colocando nós mesmos como melhores e merecedores, quando na verdade não temos mérito nenhum. Em nossa condição de pecador, o pecado é igualmente tratado por Deus e não diferenciado numa categoria do que é pior e menor. Essa hierarquização é criada pelo homem e promove a segregação de pessoas. Cada ser humano tem sua forma de pecar e uma vulnerabilidade que o torna singular do outro, mas em interpretação de ser errado, não muda para o nosso criador. Cabe nesse momento lermos a seguinte passagem ‘’no dia em que dela comer, certamente você morrerá’’ (Gênesis 2.17b), ou seja, nascemos condenados, não por nossos atos, mas por causa do pecado original de Adão. Tal afirmativa nas escrituras cria em nós a consciência que precisamos ter um encontro genuíno com Jesus para se livrar de um erro do passado, cometido por outro. O início do mal em nossas vidas pode ser compreendido a luz dessa perspectiva, assim como uma evangelização para o meu próximo independente de suas ações, onde não estaremos nos colocando como superiores apenas por causa de nossa fé, que aliás nos afirma que somos salvos pela graça e misericórdia de Deus e não por mérito algum. Isso desconstrói a ideia de alimentarmos uma fé baseada em nossas obras. A honra se volta ao criador do mundo, enquanto somos apenas pequenos e sem poder de julgar o outro mediante suas ações. O valor da vida não se contra nas escolhas que cada sujeito faz. Ainda que uma pessoa exerça o crime durante anos e se converta, a partir deste momento, sua alma encontra lugar de resgate e salvação, pois Deus não se agrada com um coração que queria mais justiça do que uma alma alcançada. Sua intenção é que esses sujeitos tenham um encontro com Ele. Vejamos na carta de Pedro, capítulo 3, verso 9 quando o mesmo fala ‘’O Senhor não demora em cumprir sua promessa, como julgam alguns. Ao contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento’’. Cabendo ainda o que fala o apóstolo Paulo em 1ª Timóteo, capítulo 2, versos de 3 a 6:

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