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ANÁLISE HISTÓRICO-TEOLÓGICA SOBRE O CAPÍTULO 9 – O MUNDO MUÇULMANO: CAMPO MISSIONÁRIO NO DESERTO DO LIVRO: MISSÕES ATÉ OS CONFINS DA TERRA

Por:   •  12/11/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.082 Palavras (5 Páginas)  •  387 Visualizações

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ANÁLISE HISTÓRICO-TEOLÓGICA

SOBRE O CAPÍTULO 9 – O MUNDO MUÇULMANO:

CAMPO MISSIONÁRIO NO DESERTO

DO LIVRO: MISSÕES ATÉ OS CONFINS DA TERRA

Bem sabemos, como cristãos, leitores e estudiosos da Bíblia que somos, da importância de se conhecer o contexto histórico, geográfico, filosófico e cultural no qual se encontrava e se encontra a igreja. Podemos dizer que, de forma extensiva, que a História das Missões começa no período gentílico da disseminação das Boas Novas, da mensagem de Cristo ao mundo e prossegue sendo escrita até os dias atuais.

Entretanto, neste trabalho por solicitação do professor Sérgio Lyra faremos um recorte num dos aspectos que se chamaram a atenção durante as aulas e os nossos estudos, ou seja, A História das Missões entre os muçulmanos.

A questão quanto à atitude que os cristãos e as missões cristãs devem adotar em relação a adeptos de outras crenças é, naturalmente, muito antiga, com raízes no Antigo Testamento. A pesar de que durante muitos séculos ela não foi debatida. Todavia, durante a maior parte da Idade Média, o Islamismo foi tido como o arqui-inimigo do Cristianismo. Maomé era visto como “um segundo Ário” e o Islamismo como uma imitatio diaboli (imitação do diabo), uma ameaça que deveria ser esmagada antes que destruísse a igreja. Este, entre outros, foi um aspecto fundamental para a eclosão do movimento cruzadístico (cf. Erdmann 1977; Kedar 1984).

É neste contexto que no século XIII se dá a primeira missão cristã relevante entre os muçulmanos. Ela foi conduzida por Raymond Lull que estava quase sozinho, em meio aos cristãos, em sua preocupação de evangelizar os muçulmanos, em vez de lutar contra eles. Essa condição só mudou no final do século XIX, um período “marcado pelo início de um encontro real entre a fé de Jesus Cristo e a fé de Maomé”. (cf. Stephen Neill 1986).

Vários modelos foram usados na difícil tarefa de evangelizar os muçulmanos, conforme descrito por John Mark Terry em um estudo histórico sobre esse tópico. Um deles foi a abordagem de confrontação usada por Henry Martyn, Raymond Lull e muitos dos primeiros missionários aos muçulmanos. Eles organizaram debates públicos, publicavam e distribuíam literatura polêmica. Isso era possível porque aqueles primeiros missionários, muitas vezes, trabalhavam sob a proteção dos governos coloniais.

Hoje em dia, essa abordagem não é mais usada de forma ampla já que ela está proibida pela maioria dos países muçulmanos e porque os missionários atuais preferem enfatizar a natureza positiva do Evangelho, em vez de expor os elementos censuráveis no Islamismo. Além disso, esse método, com frequência, não é bem-sucedido. Ocasionalmente, um intelectual muçulmano é convencido, mas os debates não movem as massas.

O curto período de Henry Martyn em meio aos muçulmanos foi seguido décadas mais tarde por companheiros anglicanos. Outras denominações, de forma hesitante, começaram a se envolver, mas foi Samuel Zwemer, um estudante voluntário que, de início, não tinha apoio denominacional, quem mais coordenou os esforços missionários e buscou chamar a atenção de outros evangélicos para a população muçulmana e sua necessidade de Cristo.

O segundo modelo citado é o modelo evangélico tradicional, do qual Samuel Zwemer é representante – embora inicialmente esse missionário fosse mais polêmico e confrontador –Ele acreditava que a personalidade humana era a melhor ponte para transmitir o evangelho.

Além desse dois modelos, outros três também foram utilizados, a saber: os modelos institucionais, dialógicos e contextuais. Na verdade, muitos missionários usaram mais de um modelo. No início do século XX, muitas sociedades missionárias acreditavam que a única forma de fazer progresso no mundo islâmico era por intermédio de centros médicos ou educacionais, ou seja, o modelo institucional. Já o modelo dialógico, que enfatiza a interação respeitosa entre o missionário e o muçulmano, sempre foi usado, mas foi, particularmente, representativo do ministério de Temple Gairdner e, ainda mais, de Kenneth Cragg. E, por fim, o modelo da contextualização, por intermédio do qual o missionário busca entrar na cultura do islamismo da forma menos ofensiva possível, pede mudanças no estilo de vida missionário, nas formas de adoração, nos termos teológicos e na estratégia.

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